A moça do Gifted Universe vai acabar me processando, porque eu vou traduzir mais um texto dela (o nome dela é Elisa BTW). Mas não dá pra evitar, as idéias dela traduzem tanto o que eu penso, que as vezes acho melhor transcrever o que ela diz do que me embaralhar em meus próprios pensamentos incoerentes. E de novo, vou deixar para dormir quando eu morrer né? Porque já são 3:00, e eu tenho aula amanhã as 7:00 (que pra variar um pouco, eu vou...), e vou começar a tradução agora, só não prometo terminar...
Disponível em:
http://gifteduniverse.com/category/characteristics-gifted-adult/page/3/
"COMO SER REALISTA ENQUANTO ADULTO SUPERDOTADO
Na verdade, eu não tenho a mínima idéia. Eu acho a idéia de ser realista desfiadora e as vezes confusa, e acredito que esta é uma qualidade relacionada a ser um adulto superdotado. Estou sendo frequentemente advertida a ser realista, e de fato, muitas vezes eu me lembro que preciso ser realista. Mas eu estive me questionando: o que significa de verdade para mim ser realista?
Ser realista é uma coisa relativa. Primeiramente, ser realista para outra pessoa pode não significar o mesmo para mim, e vice-versa. Eu sei que algumas vezes eu sou lembrada de ser realista quando eu já SEI que estou SENDO realista... no meu ver. Mas, o que é realista para mim não é o mesmo para a pessoa que está me lembrando. Ao mesmo tempo, eu sei que eu também assumo que é realista para mim, como uma adulta superdotada, em relação a nível de energia, cognitividade, é igualmente possível para aqueles ao meu redor, quando geralmente este não é o caso.
Também, para mim, eu acho realista lutar por um ideal. Eu tenho uma inclinação natural para ver as coisas como elas deveriam ser um desejo constante de melhorar as coisas. Isto é muitas vezes confundido com dissatisfação, quando geralmente não o é. E enquanto eu prefiro atingir um objetivo final, a motivação é enraizada no ato de melhorar ao invés do objetivo final ser aprimorado. E só para deixar todos ao meu redor malucos, eu não só tenho uma necessidade constante de aprimoração mas, para mim, isto não é um exercício, mas um imperativo moral. Meu desejo de mudar as coisas para deixá-las como deveriam ser está ligado ao meu sistema de valores - para mim é 'a coisa certa' procurar um ideal, e é errado lavar as mãos de coisas que eu sinto que estão erradas. Quando eu sou advertida, ou eu mesma me advirto, para ser realista, eu algumas vezes interpreto esta instrução como se significasse que eu devo me contentar com menos do que eu acho correto. Se eu faço isto, eu nego uma das melhores partes de mim mesma. De alguma forma, eu acho que esta minha inclinação para ver as coisas de um jeito que é visto como irreal está ligado à enteléquia (http://gifteduniverse.com/gifted-adult-characteristics/gifted-adults-characteristics-entelechy/) : a necessidade de ser a melhor versão de quem eu sou. Tem um poema da Oriah Mountain Dreamer, O Convite (http://www.oriahmountaindreamer.com/), que é o oposto de 'ser realista' e que captura minha abordagem inata da vida, melhor do que eu própria poderia.
Como sociedade, há uma coerção, ou melhor, nós colocamos um prêmio em 'ser realista', mas se você pensar bem, são as pessoas não-realistas que movem mudanças e fazem a diferença. Muitas coisas que nós agora aceitamos como realistas, há algum tempo não o eram. Avanços tecnológicos de motores a aparelhos eletrônicos, de computadores a locomotivas a vapor, carros, aviões, vacinas, a eliminação da varíola, do tratamento do HIV ao sufrágio universal, da dissolução do Apartheid na África do Sul a atual paz na Irlanda. Tudo isso, há algum tempo, era irreal.
Eu ia dizer que ser realista deveria significar ter clareza sobre o que é realista para os que estão ao meu redor. Mas nem sobre isto eu estou certa, porque eu sou constantemente surpreendida por como as pessoas perpassam minhas expectativas, e como eu me sobreponho as expectativas dos outros. Existem pessoas em minha vida que mantém suas expectativas a meu respeito em alto nível, convencidos de minhas capacidades. Eu sempre lidei melhor com pessoas que acreditam em mim e me incentivam do que com aqueles que ficam me lembrando de ser a versão deles de realista.
Mas claro, ter minha própria versão de adulta superdotada de ser realista tem seu lado negativo. Pode levar a exaustão, ou se transformar em cinismo. Mas eu não quero desistir daquilo que outros percebem como não-realista, na verdade eu acho que não conseguiria nem se tentasse. O que eu posso fazer, e tentar fazer é isto:
- Lembrar-me que nem todos pensam do jeito que eu penso.
- Escolher minhas batalhas, não direcionar minha energia a coisas que não são importantes e que me impeçam de focar naquilo que realmente importa para mim.
- Me cercar de pessoas que também focam em vencer e melhorar ao invés de pessoas que preferem focar naquilo que não pode ser feito.
E tentar me lembrar de que a semana possui somente 168 horas, mas essa é realmente difícil para mim - eu ainda prefiro acreditar que posso dobrar a barreira do tempo. Até eu mesma sei que preciso ser mais realista sobre isto. Para mim, eu acho que é realista aceitar que o que eu acredito ser realista é o que a maioria das pessoas vê como não-realista. E sério, eu acho que todos iriam se beneficiar sendo um pouco menos realistas."
Opa, terminei! Muito legal este texto. Sendo super realista, será que eu vou dar conta de ir na aula daqui a pouco?...
Blog para adultos com Altas Habilidades/Superdotação. Aqueles que foram identificados quando crianças/jovens, e os que foram identificados já adultos. Para ambos a experiência causa conflitos emocionais,dúvidas, também alívio de saber o porquê do sentimento de diferença e incompreensão dos outros.Claro, a experiência e as características são únicas, mas a intenção deste espaço é de ser um ambiente seguro de troca, obter novas informações, compreender porque nos sentimos tão diferentes.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Não atingir o potencial...
Eu tive muita dificuldade em escolher o que eu queria fazer na universidade. Eu tirei dois anos da minha vida para pensar no que eu queria fazer. Não é que nada me atraía, pelo contrário, eu queria fazer tudo, e tudo era contraditório. Eu queria trabalhar com neurologia, com a Bolsa de Valores, com política, com culinária, com cinema, com animais. Obviamente eu não teria tempo para fazer tudo, então tive que escolher. E todos ficavam me falando que era pra escolher logo, porque se eu não gostasse era só mudar depois. Eu não via (e não vejo) as coisas assim. Se eu escolhesse a coisa errada eu estaria perdendo tempo, tempo precioso. E se eu descobrisse que eu não gostava daquilo tarde demais. A vida não tem reboot, portanto me dedicar a vida inteira a algo que eu não goste é o equivalente a um atestado de óbito em vida. Até hoje eu não sei se o que eu escolhi é o certo. E é uma luta diária saber se eu estou fazendo a escolha certa, ou desperdiçando os melhores anos da minha vida em algo que, em matéria de satisfação pessoal, vai ser inútil.
Este texto do Gifted Universe ilustra isto, e alguns outros pontos que considero extremamente relevantes, especialmente em relação ao nosso sistema de ensino, muito bem. A propósito, o nome da autora do site é Elisa. Disponível em:
http://gifteduniverse.com/category/characteristics-gifted-adult/
"Não atingir seu potencial. Quantas vezes muitos adultos superdotados encontraram esta frase em suas vidas? Quantas vezes adultos superdotados dizem isto a eles mesmos? Eu acho que o problema com esta frase é como 'atingir seu potencial' é geralmente entendido em termos estreitos. Enquanto criança, significa ter notas excepcionalmente altas. Enquanto adulto, significa ganhar muito dinheiro e/ou ser proeminente em sua profissão.
Eu achei um artigo muito interessante sobre crianças superdotadas escrito por Nicholas Colangelo chamado 'Aconselhando Estudantes Superdotados e Talentosos' (http://www.gifted.uconn.edu/nrcgt/newsletter/fall02/fall022.html). Eu achei interessante em inúmeros fatores - como mãe de crianças superdotadas, como um ex-criança superdotada e que algumas das informações poderiam ser extrapoladas e aplicadas a adultos superdotados. No entanto, o artigo incluía a seguinte citação:
'Estudantes superdotados estão sujeitos ao fracasso escolar, definido como conquistas escolares consideravelmente abaixo de seus níveis de habilidade (Neilhart et al., 2002). O resultado de tal fracasso é sempre o mesmo - performance abaixo das expectativas'
'Performance abaixo das expectativas' - expectativas de quem? E qual é o nosso entendimento de 'performance'? Obviamente nós estamos falando sobre notas. Eu não nego que notas são uma forma de entender performance escolar, mas o foco descomunal dado a elas geralmente significa que notas são a única medida de sucesso, através do custo potencial do gosto pelo processo de aprendizagem, da auto-confiança, da auto-valoração e da própria aprendizagem. Me identifico com isto, pois, nos últimos tempos tenho passado tempo considerável ajudando duas, das minhas três crianças, em seus trabalhos escolares. Quando eu sugiro a elas que a escola não é somente sobre provas e testes, mas sobre realmente entender o trabalho que estão fazendo, elas me olham como se eu fosse de outro planeta, porque o que eu estou dizendo contradiz completamente a mensagem que elas recebem na escola. Onde eu moro existe um teste provincial padronizado que é administrado em certas classes para verificar o nível de habilidade. Os professores e a escola são avaliados a respeito da performance das crianças neste teste (no entanto as crianças não o são individualmente), e é a minha percepção que quando minhas crianças estão nestas classes nas quais o teste é administrado, os professores passam o ano escolar as preparando para o teste. Quando eu sugiro que elas pensem sobre o trabalho que estão fazendo ao invés de simplesmente memorizar, eu estou contradizendo a mensagem que as crianças recebem de sua escola. De acordo com o sistema de ensino, as crianças são bem sucedidas quando elas memorizam - desafios e pensar não fazem parte da equação. *(N.d.T.: Vestibular?!? Alguém?!?)
Quando eu estava na universidade eu iria me formar em Ciências Políticas. Eu começei com o foco em Relações Internacionais, mas os exames eram pura regurgitação. Então eu mudei meu foco para filosofia política, que era extremamente desafiadora. Muitos de meus colegas evitavam a filosofia política porque seu objetivo era ir para a escola de Direito *(N.d.T.:o sistema educacional americano é bem diferente do nosso, para fazer Direito que é um curso 'Graduate' você tem que fazer um curso 'Undergraduate' que pode ser, tipo, Ciências Políticas), e já era reconhecido que tirar um 'A' regurgitando era bem mais fácil que tirar um 'A' em uma disciplina na qual memorização pura não era suficiente. Usando os critérios convencionais, minha média um pouco mais baixa resultante da mudança do foco acadêmico pode ser percebida como um fracasso, mas eu não vejo desta maneira. Por outro lado, eu não fiz a matéria de Métodos de Pesquisa na universidade porque eu tinha medo de não conseguir a nota que eu almejava devido a minha falta de habilidades matemáticas, que não são tão fortes quanto minhas habilidades linguísticas (OK, sim, também tinha o fato de que esta aula era a primeira da manhã) *(N.d.T: Hahaha! Nota pessoal - Identificação total!) Em retrospecto, eu vejo o fato de eu não tentar esta matéria como um fracasso, independente da nota que eu receberia. (A propósito, eu voltei à universidade mais tarde e fiz várias matérias de métodos estatísticos.)
Se nós tendemos a ver o sucesso escolar como sinônimo de notas, similarmente, o caminho para o sucesso profissional é definido pelo ganho de muito dinheiro e eminência profissional. Mas muitos caminhos convencionais para o 'sucesso' não atenderão as necessidades cognitivas de um adulto superdotado e/ou podem não ser alinhados com a idéia pessoal de um indivíduo de sucesso. Eu conheço um homem que escolheu não ser médico porque ele não achava que isto atenderia suas necessidades cognitivas. Ele comparava o diagnóstico médico a cozinhar a partir de um livro de receitas. Ao invés, ele optou por uma carreira em pesquisa biogenética e ele é desafiado em um nível pessoal e também é reconhecido em seu campo profissional. No entanto, se ele tivesse seguido o conselho de seus pais a respeito de sucesso profissional, ele poderia também ser considerado bem-sucedido como um médico, mas eu duvido que ele estaria tão satisfeito pessoalmente ou tão bem-sucedido profissionalmente. Ironicamente, ele é um homem extremamente modesto, e não acha que seu intelecto extraordinário é particularmente diferente ou notório.
É minha crença que a definição padrão de 'sucesso' - validação externa e ganhos materiais, raramente, se alguma vez, possam ser sentidos como medida única de sucesso, seja você superdotado ou não, a não ser que estas coisas também estejam alinhadas com o que importa para você pessoalmente. É bem possível ganhar dinheiro sem uilizar seu intelecto. N verdade, existem muitos empregos cuja compensação é muito boa, nos quais pensar demais é um defeito e não uma qualidade. Eu não estou sugerindo que ir bem na escola, ganhar muito dinheiro, ou mesmo atingir proeminência profissional é contraditório a ser superdotado, o que eu estou sugerindo é que é improvável que isto seja um fim em si mesmo. Me parece que as pessoas em geral, as superdotadas em particular, ficariam melhores se perseguissem seu próprio entendimento de sucesso, e limitassem as distrações das mensagens tradicionais de o que é sucesso."
Este texto do Gifted Universe ilustra isto, e alguns outros pontos que considero extremamente relevantes, especialmente em relação ao nosso sistema de ensino, muito bem. A propósito, o nome da autora do site é Elisa. Disponível em:
http://gifteduniverse.com/category/characteristics-gifted-adult/
"Não atingir seu potencial. Quantas vezes muitos adultos superdotados encontraram esta frase em suas vidas? Quantas vezes adultos superdotados dizem isto a eles mesmos? Eu acho que o problema com esta frase é como 'atingir seu potencial' é geralmente entendido em termos estreitos. Enquanto criança, significa ter notas excepcionalmente altas. Enquanto adulto, significa ganhar muito dinheiro e/ou ser proeminente em sua profissão.
Eu achei um artigo muito interessante sobre crianças superdotadas escrito por Nicholas Colangelo chamado 'Aconselhando Estudantes Superdotados e Talentosos' (http://www.gifted.uconn.edu/nrcgt/newsletter/fall02/fall022.html). Eu achei interessante em inúmeros fatores - como mãe de crianças superdotadas, como um ex-criança superdotada e que algumas das informações poderiam ser extrapoladas e aplicadas a adultos superdotados. No entanto, o artigo incluía a seguinte citação:
'Estudantes superdotados estão sujeitos ao fracasso escolar, definido como conquistas escolares consideravelmente abaixo de seus níveis de habilidade (Neilhart et al., 2002). O resultado de tal fracasso é sempre o mesmo - performance abaixo das expectativas'
'Performance abaixo das expectativas' - expectativas de quem? E qual é o nosso entendimento de 'performance'? Obviamente nós estamos falando sobre notas. Eu não nego que notas são uma forma de entender performance escolar, mas o foco descomunal dado a elas geralmente significa que notas são a única medida de sucesso, através do custo potencial do gosto pelo processo de aprendizagem, da auto-confiança, da auto-valoração e da própria aprendizagem. Me identifico com isto, pois, nos últimos tempos tenho passado tempo considerável ajudando duas, das minhas três crianças, em seus trabalhos escolares. Quando eu sugiro a elas que a escola não é somente sobre provas e testes, mas sobre realmente entender o trabalho que estão fazendo, elas me olham como se eu fosse de outro planeta, porque o que eu estou dizendo contradiz completamente a mensagem que elas recebem na escola. Onde eu moro existe um teste provincial padronizado que é administrado em certas classes para verificar o nível de habilidade. Os professores e a escola são avaliados a respeito da performance das crianças neste teste (no entanto as crianças não o são individualmente), e é a minha percepção que quando minhas crianças estão nestas classes nas quais o teste é administrado, os professores passam o ano escolar as preparando para o teste. Quando eu sugiro que elas pensem sobre o trabalho que estão fazendo ao invés de simplesmente memorizar, eu estou contradizendo a mensagem que as crianças recebem de sua escola. De acordo com o sistema de ensino, as crianças são bem sucedidas quando elas memorizam - desafios e pensar não fazem parte da equação. *(N.d.T.: Vestibular?!? Alguém?!?)
Quando eu estava na universidade eu iria me formar em Ciências Políticas. Eu começei com o foco em Relações Internacionais, mas os exames eram pura regurgitação. Então eu mudei meu foco para filosofia política, que era extremamente desafiadora. Muitos de meus colegas evitavam a filosofia política porque seu objetivo era ir para a escola de Direito *(N.d.T.:o sistema educacional americano é bem diferente do nosso, para fazer Direito que é um curso 'Graduate' você tem que fazer um curso 'Undergraduate' que pode ser, tipo, Ciências Políticas), e já era reconhecido que tirar um 'A' regurgitando era bem mais fácil que tirar um 'A' em uma disciplina na qual memorização pura não era suficiente. Usando os critérios convencionais, minha média um pouco mais baixa resultante da mudança do foco acadêmico pode ser percebida como um fracasso, mas eu não vejo desta maneira. Por outro lado, eu não fiz a matéria de Métodos de Pesquisa na universidade porque eu tinha medo de não conseguir a nota que eu almejava devido a minha falta de habilidades matemáticas, que não são tão fortes quanto minhas habilidades linguísticas (OK, sim, também tinha o fato de que esta aula era a primeira da manhã) *(N.d.T: Hahaha! Nota pessoal - Identificação total!) Em retrospecto, eu vejo o fato de eu não tentar esta matéria como um fracasso, independente da nota que eu receberia. (A propósito, eu voltei à universidade mais tarde e fiz várias matérias de métodos estatísticos.)
Se nós tendemos a ver o sucesso escolar como sinônimo de notas, similarmente, o caminho para o sucesso profissional é definido pelo ganho de muito dinheiro e eminência profissional. Mas muitos caminhos convencionais para o 'sucesso' não atenderão as necessidades cognitivas de um adulto superdotado e/ou podem não ser alinhados com a idéia pessoal de um indivíduo de sucesso. Eu conheço um homem que escolheu não ser médico porque ele não achava que isto atenderia suas necessidades cognitivas. Ele comparava o diagnóstico médico a cozinhar a partir de um livro de receitas. Ao invés, ele optou por uma carreira em pesquisa biogenética e ele é desafiado em um nível pessoal e também é reconhecido em seu campo profissional. No entanto, se ele tivesse seguido o conselho de seus pais a respeito de sucesso profissional, ele poderia também ser considerado bem-sucedido como um médico, mas eu duvido que ele estaria tão satisfeito pessoalmente ou tão bem-sucedido profissionalmente. Ironicamente, ele é um homem extremamente modesto, e não acha que seu intelecto extraordinário é particularmente diferente ou notório.
É minha crença que a definição padrão de 'sucesso' - validação externa e ganhos materiais, raramente, se alguma vez, possam ser sentidos como medida única de sucesso, seja você superdotado ou não, a não ser que estas coisas também estejam alinhadas com o que importa para você pessoalmente. É bem possível ganhar dinheiro sem uilizar seu intelecto. N verdade, existem muitos empregos cuja compensação é muito boa, nos quais pensar demais é um defeito e não uma qualidade. Eu não estou sugerindo que ir bem na escola, ganhar muito dinheiro, ou mesmo atingir proeminência profissional é contraditório a ser superdotado, o que eu estou sugerindo é que é improvável que isto seja um fim em si mesmo. Me parece que as pessoas em geral, as superdotadas em particular, ficariam melhores se perseguissem seu próprio entendimento de sucesso, e limitassem as distrações das mensagens tradicionais de o que é sucesso."
Características de Adultos com Altas Habilidades - III
Última parte do texto de Deirdre V. Lovecky (pelo menos a última parte que vou traduzir), disponível em:
http://www.sengifted.org/articles_adults/Lovecky_CanYouHearTheFlowersSing.shtml
"ENTELÉQUIA *(N.d.T.:repetindo, esta foi a melhor tradução que encontrei para 'entelechy', o que não quer dizer que seja a certa. Se alguém tiver alguma sugestão, por favor, comente. Gracias.): Da palavra grega para ter um objetivo, enteléquia significa ter um tipo particular de motivação, força interior, e força vital que direcionando a vida e o crescimento para se tornar tudo o que um indivíduo possa ser. Adultos superdotados em enteléquia são altamente atrativos a outros que se sintam puxados pelo senso de abertura e proximidade. Estar próximo a alguém com estes traços dá a outros esperança e motivação para atingir sua própria auto-realização. Professores, terapeutas, médicos e reformistas sociais podem estar entre estes superdotados. Exemplos incluem Helen Keller, Carl Rogers e Eleanor Roosevelt.
Pessoas superdotadas em enteléquia trazem sentimentos profundos às relações. Através da expressão espontânea de seus sentimentos, elas encorajam os outros a fazerem o mesmo. Seu exemplo de transpor obstáculos e seu suporte e interesse contínuos encoraja outros a crescerem. Eles não somente ouvem as flores cantando, mas encorajam outros a o fazê-lo também.
Pessoas superdotadas em enteléquia são capazes de criar 'momentos de ouro' em uma amizade, aquelas horas especiais nas quais duas pessoas são o que podem ser de melhor e estão aptas a compartilhar em um nível profundo. (N. Jenckes, personal communication, 26 de Dezembro, 1984). Adultos superdotados podem encontrar fontes de rara intimidade; no entanto, eles podem encontrar um grande número de pessoas que querem contato, mas tem pouco a oferecer em retorno. Eles podem se sentir vulneráveis a e invadidos pelas demandas de outros que podem se sentir enganados pelo fato de que a promessa implícita no compartilhamento inicial pode não continuar. O dilema destes adultos superdotados é encontrar meios de nutrir eles mesmos através de outros, ao mesmo tempo evitando o gasto de recursos pessoais vitais nas necessidades de outros. O risco é a ansiedade a respeito dos pedidos de outros e o processo de evitar intimidade e relações interpessoais."
Então, é um bom texto, porém, um pouco romantizado, na minha opnião. A autora apresenta características mais abstratas encontradas ALGUMAS vezes em adultos superdotados. No entanto, é um texto útil para se perceber como se dá a caracterização psicológica de superdotados. As características citadas neste texto podem descrever pessoas superdotadas, mas podem ser encontradas, muitas vezes isoladas, em pessoas que não o são. Procurarei incluir mais tarde outros textos mais objetivos sobre o assunto.
http://www.sengifted.org/articles_adults/Lovecky_CanYouHearTheFlowersSing.shtml
"ENTELÉQUIA *(N.d.T.:repetindo, esta foi a melhor tradução que encontrei para 'entelechy', o que não quer dizer que seja a certa. Se alguém tiver alguma sugestão, por favor, comente. Gracias.): Da palavra grega para ter um objetivo, enteléquia significa ter um tipo particular de motivação, força interior, e força vital que direcionando a vida e o crescimento para se tornar tudo o que um indivíduo possa ser. Adultos superdotados em enteléquia são altamente atrativos a outros que se sintam puxados pelo senso de abertura e proximidade. Estar próximo a alguém com estes traços dá a outros esperança e motivação para atingir sua própria auto-realização. Professores, terapeutas, médicos e reformistas sociais podem estar entre estes superdotados. Exemplos incluem Helen Keller, Carl Rogers e Eleanor Roosevelt.
Pessoas superdotadas em enteléquia trazem sentimentos profundos às relações. Através da expressão espontânea de seus sentimentos, elas encorajam os outros a fazerem o mesmo. Seu exemplo de transpor obstáculos e seu suporte e interesse contínuos encoraja outros a crescerem. Eles não somente ouvem as flores cantando, mas encorajam outros a o fazê-lo também.
Pessoas superdotadas em enteléquia são capazes de criar 'momentos de ouro' em uma amizade, aquelas horas especiais nas quais duas pessoas são o que podem ser de melhor e estão aptas a compartilhar em um nível profundo. (N. Jenckes, personal communication, 26 de Dezembro, 1984). Adultos superdotados podem encontrar fontes de rara intimidade; no entanto, eles podem encontrar um grande número de pessoas que querem contato, mas tem pouco a oferecer em retorno. Eles podem se sentir vulneráveis a e invadidos pelas demandas de outros que podem se sentir enganados pelo fato de que a promessa implícita no compartilhamento inicial pode não continuar. O dilema destes adultos superdotados é encontrar meios de nutrir eles mesmos através de outros, ao mesmo tempo evitando o gasto de recursos pessoais vitais nas necessidades de outros. O risco é a ansiedade a respeito dos pedidos de outros e o processo de evitar intimidade e relações interpessoais."
Então, é um bom texto, porém, um pouco romantizado, na minha opnião. A autora apresenta características mais abstratas encontradas ALGUMAS vezes em adultos superdotados. No entanto, é um texto útil para se perceber como se dá a caracterização psicológica de superdotados. As características citadas neste texto podem descrever pessoas superdotadas, mas podem ser encontradas, muitas vezes isoladas, em pessoas que não o são. Procurarei incluir mais tarde outros textos mais objetivos sobre o assunto.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Características de Adultos com Altas Habilidades - II
Continuação da tradução do texto de Deirdre V. Lovecky, disponível em:
http://www.sengifted.org/articles_adults/Lovecky_CanYouHearTheFlowersSing.shtml
"SENSIBILIDADE: Uma profundidade de sentimentos que resulta em um senso de identificação com outros caracteriza o traço da sensibilidade. Pessoas superdotadas formam laços profundos e reagem ao aspecto emocional de situações; elas pensam com suas emoções. Pessoas que são altamente sensíveis fazem compromissos com outras pessoas e com causas sociais. Elas podem ser entusiastas e intensamente teimosas sobre sua dedicação. Poetas, repórteres investigativos, membros do Corpo da Paz, líderes políticos e religiosos, são muitas vezes superdotados com sensibilidade. Exemplos de tais pessoas são: Francisco de Assis, Elizabeth Blackwell, Emily Dickinson, Ghandi, Martin Luther King e Virginia Woolf.
Pessoas superdotadas com o traço da sensibilidade encontram benefícios sociais e emocionais em sua profunda preocupação com as necessidades e os direitos de outros, sua empatia para com os sentimentos de outros, e em seu desejo de ajudar mesmo que isto signifique altos custos para elas mesmas. Estes adultos superdotados podem ser perceptivos ao tom emocional de situações e aos aspectos mais sensoriais do ambiente, como cores e sombras. Eles são normalmente perceptivos sobre seus próprios defeitos. Alguns adultos superdotados sentem um senso de unidade com o cosmos, uma experiência de divisão universal deles mesmos. Adultos superdotados com sensibilidade tendem a ser pessoas com um grau moral muito alto, e que se preocupam com ajudar e fazer o que é certo pelos outros.
No lado negativo, estes adultos superdotados podem não entender que os outros não sentem tão profundamente ou intensamente, ou que os outros podem ter prioridades diferentes. Eles podem ser bastante intolerantes em relação às necessidades de outros, quando percebem estas necessidades como superficiais.
Adultos superdotados com sensibilidade podem ser tão sensíveis, que outros podem hesitar em dividir seus problemas com eles. De fato, outras pessoas poder crer que o adulto superdotado experiencia sua dor mais intensamente que eles próprios, e eles podem sentir como se seus sentimentos tivessem sido roubados. Estes adultos superdotados devem aprender a guardar sua vulnerabilidade ao mesmo tempo que continuam sensíveis aos outros, continuar se importando face a rejeição, e a moderar suas respostas emocionais para que eles sintam 'junto', e não 'por'. O risco é que eles se tornem isolados, que evitam relações que poderiam os nutrir. eles escutam as flores cantando, sentem-se em unidade com o universo, e querem que todos os outros também escutem a canção.
PERCEPTIVIDADE: A habilidade de ver diversos aspectos de uma situação simultaneamente, de entender diversas camadas de si mesmo em outros, e de enxergar rapidamente o âmago de uma questão, são características do traço da perceptividade. Estes adultos superdotados estão aptos a entender o significado de símbolos pessoais, e a enxergar além da superficialidade de uma situação. Possuem a habilidade de entender motivações, e podem ajudar outros a entender estas. Adultos superdotados com perceptividade são aqueles que ouvem as flores cantando dentro de outros que ainda não estão cientes de suas próprias habilidades. Sua intuição e habulidade de compreender várias camadas de emoções simultaneamente os ajuda a analisar pessoas e situações rapidamente. De fato, eles são muitas vezes hábeis em sentir a incongruência entre fachadas sociais exibidas e pensamentos e sentimentos reais. Outro aspecto da perceptividade diz respeito ao reconhecimento e à necessidade da verdade. Aparências sociais demonstradas por outros podem ser percebidas por este adulto superdotado como uma espécie de mentira. Adultos superdotados com este traço detectam e detestam falsidade e hipocrisia.
Pessoas que possuem a superdotação da 'percepção' parecem ter uma aura de mágica. Líderes políticos e religiosos, filósofos, terapeutas criativos, escritores, e poetas podem possuir este traço. Jane Austen, Langston Hughes, William Shakespeare e Henry David Thoreau são todos exemplos.
Benefícios sociais e emocionais do traço da perceptividade incluem a habilidade destes adultos superdotados de enxergarem seus próprios comportamentos de uma forma relativamente objetiva, de assessorar suas próprias motivações e as dos outros, e de basear suas reações em percepções sobre a dinâmica-base. Eles percebem não só quais são seus próprios desejos, mas também a necessidade de evitar o stress interno ao aprender a usar sua percepção para saber o que eles realmente querem. Muitas vezes, eles decidirão o que é melhor para eles mesmos, apesar de outros não aprovarem.
No lado negativo, este traço pode apresentar dificuldades em relações interpessoais pois, os outros, não estando cientes do que o adulto superdotado percebe tão claramente, se sentem vulneráveis e ameaçados. Para o adulto superdotado enxergar as várias camadas de uma pessoa pode ser confuso. Pode ser difícil equiparar a reação obtida com à que a situação parecia indicar como a requerida. Quanto maior a discrepância entre o ser interior e a aparência exterior, mais disconfortável o adulto superdotado pode se sentir.
O dilema deste adulto superdotado é se ele deve esconder seus insights e reagir superficialmente às fachadas sociais ou usar suas habilidades e correr o risco da rejeição. Qualquer caminho pode produzir restrições e dificuldades com a espontaneidade. Encontrar superte interpessoal é uma prioridade máxima para estes adultos superdotados; o risco é o medo de proximidade e intimidade."
http://www.sengifted.org/articles_adults/Lovecky_CanYouHearTheFlowersSing.shtml
"SENSIBILIDADE: Uma profundidade de sentimentos que resulta em um senso de identificação com outros caracteriza o traço da sensibilidade. Pessoas superdotadas formam laços profundos e reagem ao aspecto emocional de situações; elas pensam com suas emoções. Pessoas que são altamente sensíveis fazem compromissos com outras pessoas e com causas sociais. Elas podem ser entusiastas e intensamente teimosas sobre sua dedicação. Poetas, repórteres investigativos, membros do Corpo da Paz, líderes políticos e religiosos, são muitas vezes superdotados com sensibilidade. Exemplos de tais pessoas são: Francisco de Assis, Elizabeth Blackwell, Emily Dickinson, Ghandi, Martin Luther King e Virginia Woolf.
Pessoas superdotadas com o traço da sensibilidade encontram benefícios sociais e emocionais em sua profunda preocupação com as necessidades e os direitos de outros, sua empatia para com os sentimentos de outros, e em seu desejo de ajudar mesmo que isto signifique altos custos para elas mesmas. Estes adultos superdotados podem ser perceptivos ao tom emocional de situações e aos aspectos mais sensoriais do ambiente, como cores e sombras. Eles são normalmente perceptivos sobre seus próprios defeitos. Alguns adultos superdotados sentem um senso de unidade com o cosmos, uma experiência de divisão universal deles mesmos. Adultos superdotados com sensibilidade tendem a ser pessoas com um grau moral muito alto, e que se preocupam com ajudar e fazer o que é certo pelos outros.
No lado negativo, estes adultos superdotados podem não entender que os outros não sentem tão profundamente ou intensamente, ou que os outros podem ter prioridades diferentes. Eles podem ser bastante intolerantes em relação às necessidades de outros, quando percebem estas necessidades como superficiais.
Adultos superdotados com sensibilidade podem ser tão sensíveis, que outros podem hesitar em dividir seus problemas com eles. De fato, outras pessoas poder crer que o adulto superdotado experiencia sua dor mais intensamente que eles próprios, e eles podem sentir como se seus sentimentos tivessem sido roubados. Estes adultos superdotados devem aprender a guardar sua vulnerabilidade ao mesmo tempo que continuam sensíveis aos outros, continuar se importando face a rejeição, e a moderar suas respostas emocionais para que eles sintam 'junto', e não 'por'. O risco é que eles se tornem isolados, que evitam relações que poderiam os nutrir. eles escutam as flores cantando, sentem-se em unidade com o universo, e querem que todos os outros também escutem a canção.
PERCEPTIVIDADE: A habilidade de ver diversos aspectos de uma situação simultaneamente, de entender diversas camadas de si mesmo em outros, e de enxergar rapidamente o âmago de uma questão, são características do traço da perceptividade. Estes adultos superdotados estão aptos a entender o significado de símbolos pessoais, e a enxergar além da superficialidade de uma situação. Possuem a habilidade de entender motivações, e podem ajudar outros a entender estas. Adultos superdotados com perceptividade são aqueles que ouvem as flores cantando dentro de outros que ainda não estão cientes de suas próprias habilidades. Sua intuição e habulidade de compreender várias camadas de emoções simultaneamente os ajuda a analisar pessoas e situações rapidamente. De fato, eles são muitas vezes hábeis em sentir a incongruência entre fachadas sociais exibidas e pensamentos e sentimentos reais. Outro aspecto da perceptividade diz respeito ao reconhecimento e à necessidade da verdade. Aparências sociais demonstradas por outros podem ser percebidas por este adulto superdotado como uma espécie de mentira. Adultos superdotados com este traço detectam e detestam falsidade e hipocrisia.
Pessoas que possuem a superdotação da 'percepção' parecem ter uma aura de mágica. Líderes políticos e religiosos, filósofos, terapeutas criativos, escritores, e poetas podem possuir este traço. Jane Austen, Langston Hughes, William Shakespeare e Henry David Thoreau são todos exemplos.
Benefícios sociais e emocionais do traço da perceptividade incluem a habilidade destes adultos superdotados de enxergarem seus próprios comportamentos de uma forma relativamente objetiva, de assessorar suas próprias motivações e as dos outros, e de basear suas reações em percepções sobre a dinâmica-base. Eles percebem não só quais são seus próprios desejos, mas também a necessidade de evitar o stress interno ao aprender a usar sua percepção para saber o que eles realmente querem. Muitas vezes, eles decidirão o que é melhor para eles mesmos, apesar de outros não aprovarem.
No lado negativo, este traço pode apresentar dificuldades em relações interpessoais pois, os outros, não estando cientes do que o adulto superdotado percebe tão claramente, se sentem vulneráveis e ameaçados. Para o adulto superdotado enxergar as várias camadas de uma pessoa pode ser confuso. Pode ser difícil equiparar a reação obtida com à que a situação parecia indicar como a requerida. Quanto maior a discrepância entre o ser interior e a aparência exterior, mais disconfortável o adulto superdotado pode se sentir.
O dilema deste adulto superdotado é se ele deve esconder seus insights e reagir superficialmente às fachadas sociais ou usar suas habilidades e correr o risco da rejeição. Qualquer caminho pode produzir restrições e dificuldades com a espontaneidade. Encontrar superte interpessoal é uma prioridade máxima para estes adultos superdotados; o risco é o medo de proximidade e intimidade."
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Características de Adultos com Altas Habilidades - I
Aqui a tradução de um artigo de Deirdre V. Lovecky, publicado em 1986, e disponível em:
http://www.sengifted.org/articles_adults/Lovecky_CanYouHearTheFlowersSing.shtml
É um texto relativamente grande para os padrões de um blog, então vou dividí-lo em partes. Também não traduzirei o texto inteiro, pois tem partes dele que citam exaustivamente dados da pesquisa, que não acho relevante (e honestamente, chato horrores).
Aqui faço um parêntesis sobre o uso dos termos 'superdotados' e 'adultos com altas habilidades'. Atualmente, é politicamente correto utilizar o termo 'altas habilidades' ao invés de superdotado. Como não vejo sentido algum nisto, e este blog não tem pretensão nenhuma de ser algo além de informacional, uso os termos como intercambiáveis. E as traduções feitas, provavelmente, não estão 100% corretas, devido ao fato de muitos textos serem bem técnicos, e de que faço estas traduções de madrugada, então, um desconto é bem-vindo...
"Comparativamente, tem havido pouco foco na literatura sobre as características e as necessidades sociais e emocionais de adultos superdotados. Usando dados observacionais, a autora tenta delinear alguns dos efeitos negativos e positivos dos traços presentes em adultos superdotados. Cinco traços (divergência, excitabilidade, sensibilidade, perceptividade e enteléquia *(N.d.T.: melhor tradução que eu achei para 'entelechy)) parecem produzir potenciais conflitos interpessoais e intrapessoais. A não ser que os adultos superdotados aprendam a valorizar eles mesmos e procurem ajuda, conflitos de identidade e depressão podem resultar. Ênfase em crescimento pessoal através do auto-conhecimento e aceitação podem levar à descoberta de fontes de poder pessoal. Cultivar relações através de expectativas realistas e aprender a se dividir cria um ambiente de apoio no qual adultos superdotados podem crescer e florescer.
*Aqui eu vou pular o resto da introdução e ir direto às características dos adultos superdotados.
DIVERGÊNCIA: A preferência por respostas criativas, originais e não-usuais é uma característica de pensadores divergentes. O lado positivo deste traço inclui pessoas que muitas vezes miram alto, são comprometidas com a tarefa que executam e são muito independentes. Muitos cientistas teóricos, escritores, artistas, compositores e filósofos são pensadores divergentes. Einstein, Freud e os impressionistas Franceses são exemplos de adultos superdotados bem-sucedidos ao usar sua capacidade de pensamento divergente.
No lado negativo, pensadores divergentes encontram dificuldades em situações nas quais um consenso do grupo é importante. Eles são, na maioria das vezes, dedicados as suas próprias idéias e acham difícil apoiar idéias que eles consideram tolas. As recompensas usuais podem não motivar pensadores divergentes. Na verdade, eles podem ignorar um sistema de recompensas imposto por outros e trabalhar sozinhos. Em situações sociais, pensadores divergentes podem ficar sem lugar. Regras sociais comuns, como não criticar outros publicamente, ou não discordar de um, cuja maioria considera influente, podem ser descartadas. O dilema do pensador divergente é de manter sua própria identidade frente à pressão de se conformar. Um pensador extremamente divergente é geralmente uma minoria de um. Se ninguém mais escuta as flores cantando *(N.d.T: esta é uma alegoria usada pela autora no decorrer do texto, para expressar a diferença do raciocínio dos que possuem altas habilidades.) o pensador divergente pode experienciar alienação e, eventualmente, depressão existencial.
EXCITABILIDADE: Alto nível de energia, reatividade emocional, e alta excitação do sistema nervoso caracterizam o traço da excitabilidade. Embora hiperatividade e excitabilidade possam parecer similares, elas são fundamentalmente diferentes no sentido que adultos superdotados com o traço da excitabilidade são aptos a focarem sua atenção e concentração durante longos períodos de tempo, a usar sua energia de forma produtiva em uma grande variedade de interesses, e a fazer várias coisas muito bem. Estes adultos superdotados gostam do excitamento de se arriscar e de novos desafios. Este gosto por se arriscar é diferente daquele encontrado nos que têm 'mania' e em impulsivos pois, os adultos superdotados: (a) estão cientes das consequências dos riscos corridos, (b) se arriscam na forma de desafios e não em atividades inconsequentes, (c) sabem quando parar.
O alto nível de energia destes adultos superdotados os permite produzir prodigiosamente em qualquer área que prenda seu interesse. Eles geralmente abrem portas para que outros possam refinar suas idéias inovadoras. Muitos inventores e entrepreneurs tem o traço da excitabilidade. Thomas Edison e Leonardo daVinci são exemplos de pessoas que possuiam este traço.
O traço da excitabilidade tem valor social e emocional positivo. Produtividade e a tomada de riscos criam novas idéias e inovações. Existe a energia a ser gasta em uma variedade de projetos e preocupações pessoais sem a necessidade de escolher se tal energia será gasta no trabalho ou em si mesmo. Enfim, estes adultos superdotados sabem suas emoções, agem baseado nestas emoções e não tem medo de expressá-las apropriadamente.
Do lado negativo, adultos superdotados com este traço podem ter dificuldade em se auto-regular. Tédio e a necessidade de estimulação podem produzir um hábito de atividade constante. Alguns adultos superdotados podem não conseguir terminar projetos devido a sua necessidade constante de novidades. Um ciclo de alto interesse e atividade para um novo projeto, seguido pela perda de interesse quando este projeto perde a novidade e detalhes devem ser adereçados, pode deixar outros se sentindo frustrados e nervosos. Além disso, alguns adultos superdotados podem se sentir não satisfeitos com o que foi realizado. Seu dilema é o de sempre fazer, mas se sentir pouco gratificados porque outros colhem as recompensas do desenvolvimento a longo prazo de suas idéias iniciais. Uma depressão crônica que engatilha mais atividade pode ser resultante. Estes adultos superdotados podem saber que as flores cantam mas podem nunca ter a chance de aproveitá-las."
http://www.sengifted.org/articles_adults/Lovecky_CanYouHearTheFlowersSing.shtml
É um texto relativamente grande para os padrões de um blog, então vou dividí-lo em partes. Também não traduzirei o texto inteiro, pois tem partes dele que citam exaustivamente dados da pesquisa, que não acho relevante (e honestamente, chato horrores).
Aqui faço um parêntesis sobre o uso dos termos 'superdotados' e 'adultos com altas habilidades'. Atualmente, é politicamente correto utilizar o termo 'altas habilidades' ao invés de superdotado. Como não vejo sentido algum nisto, e este blog não tem pretensão nenhuma de ser algo além de informacional, uso os termos como intercambiáveis. E as traduções feitas, provavelmente, não estão 100% corretas, devido ao fato de muitos textos serem bem técnicos, e de que faço estas traduções de madrugada, então, um desconto é bem-vindo...
"Comparativamente, tem havido pouco foco na literatura sobre as características e as necessidades sociais e emocionais de adultos superdotados. Usando dados observacionais, a autora tenta delinear alguns dos efeitos negativos e positivos dos traços presentes em adultos superdotados. Cinco traços (divergência, excitabilidade, sensibilidade, perceptividade e enteléquia *(N.d.T.: melhor tradução que eu achei para 'entelechy)) parecem produzir potenciais conflitos interpessoais e intrapessoais. A não ser que os adultos superdotados aprendam a valorizar eles mesmos e procurem ajuda, conflitos de identidade e depressão podem resultar. Ênfase em crescimento pessoal através do auto-conhecimento e aceitação podem levar à descoberta de fontes de poder pessoal. Cultivar relações através de expectativas realistas e aprender a se dividir cria um ambiente de apoio no qual adultos superdotados podem crescer e florescer.
*Aqui eu vou pular o resto da introdução e ir direto às características dos adultos superdotados.
DIVERGÊNCIA: A preferência por respostas criativas, originais e não-usuais é uma característica de pensadores divergentes. O lado positivo deste traço inclui pessoas que muitas vezes miram alto, são comprometidas com a tarefa que executam e são muito independentes. Muitos cientistas teóricos, escritores, artistas, compositores e filósofos são pensadores divergentes. Einstein, Freud e os impressionistas Franceses são exemplos de adultos superdotados bem-sucedidos ao usar sua capacidade de pensamento divergente.
No lado negativo, pensadores divergentes encontram dificuldades em situações nas quais um consenso do grupo é importante. Eles são, na maioria das vezes, dedicados as suas próprias idéias e acham difícil apoiar idéias que eles consideram tolas. As recompensas usuais podem não motivar pensadores divergentes. Na verdade, eles podem ignorar um sistema de recompensas imposto por outros e trabalhar sozinhos. Em situações sociais, pensadores divergentes podem ficar sem lugar. Regras sociais comuns, como não criticar outros publicamente, ou não discordar de um, cuja maioria considera influente, podem ser descartadas. O dilema do pensador divergente é de manter sua própria identidade frente à pressão de se conformar. Um pensador extremamente divergente é geralmente uma minoria de um. Se ninguém mais escuta as flores cantando *(N.d.T: esta é uma alegoria usada pela autora no decorrer do texto, para expressar a diferença do raciocínio dos que possuem altas habilidades.) o pensador divergente pode experienciar alienação e, eventualmente, depressão existencial.
EXCITABILIDADE: Alto nível de energia, reatividade emocional, e alta excitação do sistema nervoso caracterizam o traço da excitabilidade. Embora hiperatividade e excitabilidade possam parecer similares, elas são fundamentalmente diferentes no sentido que adultos superdotados com o traço da excitabilidade são aptos a focarem sua atenção e concentração durante longos períodos de tempo, a usar sua energia de forma produtiva em uma grande variedade de interesses, e a fazer várias coisas muito bem. Estes adultos superdotados gostam do excitamento de se arriscar e de novos desafios. Este gosto por se arriscar é diferente daquele encontrado nos que têm 'mania' e em impulsivos pois, os adultos superdotados: (a) estão cientes das consequências dos riscos corridos, (b) se arriscam na forma de desafios e não em atividades inconsequentes, (c) sabem quando parar.
O alto nível de energia destes adultos superdotados os permite produzir prodigiosamente em qualquer área que prenda seu interesse. Eles geralmente abrem portas para que outros possam refinar suas idéias inovadoras. Muitos inventores e entrepreneurs tem o traço da excitabilidade. Thomas Edison e Leonardo daVinci são exemplos de pessoas que possuiam este traço.
O traço da excitabilidade tem valor social e emocional positivo. Produtividade e a tomada de riscos criam novas idéias e inovações. Existe a energia a ser gasta em uma variedade de projetos e preocupações pessoais sem a necessidade de escolher se tal energia será gasta no trabalho ou em si mesmo. Enfim, estes adultos superdotados sabem suas emoções, agem baseado nestas emoções e não tem medo de expressá-las apropriadamente.
Do lado negativo, adultos superdotados com este traço podem ter dificuldade em se auto-regular. Tédio e a necessidade de estimulação podem produzir um hábito de atividade constante. Alguns adultos superdotados podem não conseguir terminar projetos devido a sua necessidade constante de novidades. Um ciclo de alto interesse e atividade para um novo projeto, seguido pela perda de interesse quando este projeto perde a novidade e detalhes devem ser adereçados, pode deixar outros se sentindo frustrados e nervosos. Além disso, alguns adultos superdotados podem se sentir não satisfeitos com o que foi realizado. Seu dilema é o de sempre fazer, mas se sentir pouco gratificados porque outros colhem as recompensas do desenvolvimento a longo prazo de suas idéias iniciais. Uma depressão crônica que engatilha mais atividade pode ser resultante. Estes adultos superdotados podem saber que as flores cantam mas podem nunca ter a chance de aproveitá-las."
Whatever Works
Fica aqui uma dica de filme: Whatever Works (2009) de Woody Allen. O filme é sobre um gênio (que como todos os gênios) é um pessimista incurável (Larry David) e conhece uma menina do interior (Evan Rachel Wood), daí a relação entre os dois. Eu gostei do filme, o melhor, como todo filme do Woody Allen, são os diálogos impagáveis. Deixo aqui o monólogo inicial do personagem de David, Boris (Já sabendo obviamente que minhas habilidades como tradutora vão deixar a desejar...):
" Eu não sou um cara amável. Charme nunca foi uma de minhas prioridades. E só para você saber, este não vai ser o filme pipoca do ano. Então, se você é um destes idiotas que precisa se sentir bem, vá fazer uma massagem nos pés. O que diabos significa tudo? Nada, zero, coisa alguma. Nada vem de nada, e no entanto, não faltam idiotas para ficar resmungando. Eu não. Eu tenho uma visão. Eu vou discutir você. Seus amigos, seus colegas de trabalho, seus jornais, a TV. Todos estão mais do que felizes em falar algo, cheios de desinformação. Moralidade, ciência, religião, política, esportes, amor. Seu portfolio, suas crianças, saúde, meu Deus!
Seu eu tiver que comer nove porções de frutas e vegetais por dia para viver, eu não quero viver! Eu odeio as malditas frutas e vegetais. E o Omega-3, e a esteira, e o cardiograma, e a mamografia, e o sonograma pélvico, e, oh, Deus, a colonoscopia! E ainda, com isso tudo, chega o dia que eles te colocam em um caixão e se segue a nova geração de idiotas. Que também lhe contarão tudo sobre a vida e definirão por você, o que é apropriado.
Meu pai cometeu suicídio porque os jornais matinais o deprimiam. E vocês podem o culpar? Com todo o horror, e a corrupção, a ignorância, a pobreza, o genocídio, a AIDS, o aquecimento global, o terrorismo, os imbecis defensores dos valores familiares, os imbecis defensores das armas! 'O horror' Kurtz disse no final de O Coração das Trevas. 'O horror!' Sorte de Kurtz que não tinha o Times entregue na selva, senão ele realmente veria o horror.
Mas, o que fazer? Você lê sobre um massacre em Darfur, ou então um ônibus escolar explode, e você diz: 'Oh meu deus, que horror!'. E aí você vira a página, e termina seus ovos de galinha caipira. Por que, o que você vai fazer? É demais...
Eu tentei cometer suicídio uma vez...Obviamente não funcionou. Mas por que você quer ouvir isto? Cristo, você tem seus próprios problemas. Estou certo de você está todo obcecado com um grande número de tristes e pequenos sonhos e esperanças. Suas previsivelmente dissatisfatórias vidas amorosas, seus negócios falidos. 'Oh, se eu tivesse comprado aquela ação!' 'Se eu tivesse comprado aquela casa anos atrás!' 'Se eu tivesse cantado aquela mulher!' Se isto, se aquilo, quer saber de uma coisa? Me poupem dos 'devia ter feito', 'podia ter feito'. Como minha mãe dizia: 'Se minha avó tivesse rodas, ela seria um carrinho de rolimã'.
Minha mãe não tinha rodas, ela tinha veias varicosas. Ainda sim, a mulher deu luz a uma mente brilhante. Eu fui considerado para um prêmio Nobel em física. Eu não ganhei. Mas você sabe, é tudo politicagem, como em qualquer honra furada. Incidentalmente, não pense que eu sou amargurado por causa um pequeno obstáculo pessoal. Pelos padrões de uma civilização bárbara e sem cérebro, eu tenho sido bem sortudo..."
Como eu disse, muito bom o filme, hehehehe....
" Eu não sou um cara amável. Charme nunca foi uma de minhas prioridades. E só para você saber, este não vai ser o filme pipoca do ano. Então, se você é um destes idiotas que precisa se sentir bem, vá fazer uma massagem nos pés. O que diabos significa tudo? Nada, zero, coisa alguma. Nada vem de nada, e no entanto, não faltam idiotas para ficar resmungando. Eu não. Eu tenho uma visão. Eu vou discutir você. Seus amigos, seus colegas de trabalho, seus jornais, a TV. Todos estão mais do que felizes em falar algo, cheios de desinformação. Moralidade, ciência, religião, política, esportes, amor. Seu portfolio, suas crianças, saúde, meu Deus!
Seu eu tiver que comer nove porções de frutas e vegetais por dia para viver, eu não quero viver! Eu odeio as malditas frutas e vegetais. E o Omega-3, e a esteira, e o cardiograma, e a mamografia, e o sonograma pélvico, e, oh, Deus, a colonoscopia! E ainda, com isso tudo, chega o dia que eles te colocam em um caixão e se segue a nova geração de idiotas. Que também lhe contarão tudo sobre a vida e definirão por você, o que é apropriado.
Meu pai cometeu suicídio porque os jornais matinais o deprimiam. E vocês podem o culpar? Com todo o horror, e a corrupção, a ignorância, a pobreza, o genocídio, a AIDS, o aquecimento global, o terrorismo, os imbecis defensores dos valores familiares, os imbecis defensores das armas! 'O horror' Kurtz disse no final de O Coração das Trevas. 'O horror!' Sorte de Kurtz que não tinha o Times entregue na selva, senão ele realmente veria o horror.
Mas, o que fazer? Você lê sobre um massacre em Darfur, ou então um ônibus escolar explode, e você diz: 'Oh meu deus, que horror!'. E aí você vira a página, e termina seus ovos de galinha caipira. Por que, o que você vai fazer? É demais...
Eu tentei cometer suicídio uma vez...Obviamente não funcionou. Mas por que você quer ouvir isto? Cristo, você tem seus próprios problemas. Estou certo de você está todo obcecado com um grande número de tristes e pequenos sonhos e esperanças. Suas previsivelmente dissatisfatórias vidas amorosas, seus negócios falidos. 'Oh, se eu tivesse comprado aquela ação!' 'Se eu tivesse comprado aquela casa anos atrás!' 'Se eu tivesse cantado aquela mulher!' Se isto, se aquilo, quer saber de uma coisa? Me poupem dos 'devia ter feito', 'podia ter feito'. Como minha mãe dizia: 'Se minha avó tivesse rodas, ela seria um carrinho de rolimã'.
Minha mãe não tinha rodas, ela tinha veias varicosas. Ainda sim, a mulher deu luz a uma mente brilhante. Eu fui considerado para um prêmio Nobel em física. Eu não ganhei. Mas você sabe, é tudo politicagem, como em qualquer honra furada. Incidentalmente, não pense que eu sou amargurado por causa um pequeno obstáculo pessoal. Pelos padrões de uma civilização bárbara e sem cérebro, eu tenho sido bem sortudo..."
Como eu disse, muito bom o filme, hehehehe....
sábado, 20 de fevereiro de 2010
Altas habilidades e Preguiça
Então... esta madrugada está se provando extremamente prolífica (pelo menos em relação a traduções, e menos em relação à pensamentos próprios hehehe), então vou aproveitar e traduzir mais um texto do Gifted Universe, só não prometo terminá-lo hoje: gifteduniverse.com/category/characteristics-gifted-adult/page/6/
"Superdotação/inteligência vem com a expectativa de ser excepcional e se você falhar em demonstrar excepcionalidade as pessoas assumem que é preguiça. Basicamente, se você é superdotado, e apesar deste tremendo potencial, você falhou em achar a cura para o câncer ou em ser o próximo Einstein, então você é preguiçoso. Em uma sociedade na qual uma boa ética de trabalho é valorizada, é opnião popular que, possuir uma ética de trabalho sólida é a distinção chave entre o sucesso e o fracasso (sucesso geralmente definido como: carreira, renda, educação - é com você se esta é a SUA definição de sucesso). Então qual é a conexão entre ser superdotado e preguiçoso?
Algumas pessoas superdotadas são preguiçosas? Claro. Assim como o resto da população, algumas pessoas superdotadas são baixas, algumas precisam de óculos e algumas são preguiçosas. Não é necessariamente relacionado com a superdotação, elas são só preguiçosas. No entanto a idéia persiste: se você é tão excepcionalmente inteligente, porque você não alcançou todo seu potencial? Existe uma preguiça associada com a superdotação, existe uma 'preguiça superdotada'? *N.d.T.: hahahahahahahahahah!!!!!
As pessoas superdotadas são preguiçosas porque as coisas acontecem muito facilmente para elas, então elas não precisam trabalhar tanto? Quando eu estava em um programa para superdotados no ensino médio, nós tinhamos um jogo que consistia em quem conseguia a melhor nota com o menor esforço. E existem algumas pessoas com altas habilidades que possuem o pensamento de que - eu não preciso me esforçar muito porque sou inteligente. O professor da minha filha (*N.d.T.: as filhas dela também são superdotadas.) teve uma ótima abordagem a respeito disto: ele lembrava minha filha constantemente de que, no fim das contas a educação dela era dela mesma, não de seus pais, não de seus professores, e então ele a perguntava: como VOCÊ se sente a respeito deste trabalho? Foi o seu melhor esforço? Eram estes o resultado que VOCÊ procurava?
Eu acho que 'preguiça' está também relacionada com a característica dos superdotados da necessidade de compreeender o significado da tarefa - para muitos de nós, se o significado, o motivo, o objetivo da tarefa não estiver claro, então não estaremos suficientemente motivados a realizá-la. Minha filha realmente não vê o objetivo de ter um quarto arrumado, mas ela entende que a roupa suja deve estar na cesta, senão ela não terá roupas limpas. Ter roupas limpas é importante para ela, então ela as coloca na cesta. Para mim, eu não me importo muito se o exterior do meu carro está limpo ou não. O interior do carro importa se está limpo, mas o exterior não. Isto pode ser visto como preguiça? Talvez, mas se algum dia eu ver uma razão importante para limpar regularmente o exterior do meu carro, ele então estará invariavelmente limpo.
Enfim, eu acho que as vezes a preguiça não é preguiça, mas medo. O auto-conceito de tantas pessoas superdotadas está fundado em sua inteligência excepcional. E eu li uma teoria de que pessoas superdotadas podem ser intelectualmente confiantes e ao mesmo tempo emocionalmente inseguras. Então se uma pessoa superdotada se coloca em uma área que nunca tentou, ou a qual ela teme que não sobresairá - quais são as implicações? Sobre qual seu valor como ser humano? Como falhar em atingir suas expectativas ou as dos outros poderá minar seu auto-conhecimento? Eu acho que algumas pessoas superdotadas se limitam devido aos seus altos padrões/perfeccionismo algumas vezes ao ponto da paralisisa, no entanto aparentado preguiça.
Algumas pessoas superdotadas são preguiçosas? Sem dúvida. Existe uma 'preguiça superdotada'? Acho que sim, mas não sei se é sempre a preguiça per se mas é o que pode aparentar."
Poisé, terminei....
"Superdotação/inteligência vem com a expectativa de ser excepcional e se você falhar em demonstrar excepcionalidade as pessoas assumem que é preguiça. Basicamente, se você é superdotado, e apesar deste tremendo potencial, você falhou em achar a cura para o câncer ou em ser o próximo Einstein, então você é preguiçoso. Em uma sociedade na qual uma boa ética de trabalho é valorizada, é opnião popular que, possuir uma ética de trabalho sólida é a distinção chave entre o sucesso e o fracasso (sucesso geralmente definido como: carreira, renda, educação - é com você se esta é a SUA definição de sucesso). Então qual é a conexão entre ser superdotado e preguiçoso?
Algumas pessoas superdotadas são preguiçosas? Claro. Assim como o resto da população, algumas pessoas superdotadas são baixas, algumas precisam de óculos e algumas são preguiçosas. Não é necessariamente relacionado com a superdotação, elas são só preguiçosas. No entanto a idéia persiste: se você é tão excepcionalmente inteligente, porque você não alcançou todo seu potencial? Existe uma preguiça associada com a superdotação, existe uma 'preguiça superdotada'? *N.d.T.: hahahahahahahahahah!!!!!
As pessoas superdotadas são preguiçosas porque as coisas acontecem muito facilmente para elas, então elas não precisam trabalhar tanto? Quando eu estava em um programa para superdotados no ensino médio, nós tinhamos um jogo que consistia em quem conseguia a melhor nota com o menor esforço. E existem algumas pessoas com altas habilidades que possuem o pensamento de que - eu não preciso me esforçar muito porque sou inteligente. O professor da minha filha (*N.d.T.: as filhas dela também são superdotadas.) teve uma ótima abordagem a respeito disto: ele lembrava minha filha constantemente de que, no fim das contas a educação dela era dela mesma, não de seus pais, não de seus professores, e então ele a perguntava: como VOCÊ se sente a respeito deste trabalho? Foi o seu melhor esforço? Eram estes o resultado que VOCÊ procurava?
Eu acho que 'preguiça' está também relacionada com a característica dos superdotados da necessidade de compreeender o significado da tarefa - para muitos de nós, se o significado, o motivo, o objetivo da tarefa não estiver claro, então não estaremos suficientemente motivados a realizá-la. Minha filha realmente não vê o objetivo de ter um quarto arrumado, mas ela entende que a roupa suja deve estar na cesta, senão ela não terá roupas limpas. Ter roupas limpas é importante para ela, então ela as coloca na cesta. Para mim, eu não me importo muito se o exterior do meu carro está limpo ou não. O interior do carro importa se está limpo, mas o exterior não. Isto pode ser visto como preguiça? Talvez, mas se algum dia eu ver uma razão importante para limpar regularmente o exterior do meu carro, ele então estará invariavelmente limpo.
Enfim, eu acho que as vezes a preguiça não é preguiça, mas medo. O auto-conceito de tantas pessoas superdotadas está fundado em sua inteligência excepcional. E eu li uma teoria de que pessoas superdotadas podem ser intelectualmente confiantes e ao mesmo tempo emocionalmente inseguras. Então se uma pessoa superdotada se coloca em uma área que nunca tentou, ou a qual ela teme que não sobresairá - quais são as implicações? Sobre qual seu valor como ser humano? Como falhar em atingir suas expectativas ou as dos outros poderá minar seu auto-conhecimento? Eu acho que algumas pessoas superdotadas se limitam devido aos seus altos padrões/perfeccionismo algumas vezes ao ponto da paralisisa, no entanto aparentado preguiça.
Algumas pessoas superdotadas são preguiçosas? Sem dúvida. Existe uma 'preguiça superdotada'? Acho que sim, mas não sei se é sempre a preguiça per se mas é o que pode aparentar."
Poisé, terminei....
Gifted Universe
Então, eu até ia dormir e tudo, mas... Eu estava com o site que me inspirou a fazer este blog aberto, ai eu tive que fazer este post. O anterior eu ainda vou comentar, mas não agora. Então, há uns três meses eu estava pesquisando sobre adultos com altas habilidades, e achei o site de uma moça americana com a qual me identifiquei, ela era uma criança superdotada, e acabou... bem, ela escreveu um texto em seu próprio blog se apresentando (sem nome) vou traduzí-lo aqui, inclusive esta vai ser a primeira de várias traduções deste blog, que achei fantástico: gifteduniverse.com
"Quando eu tinha onze anos, fiz um teste padronizado de inteligência. Baseado nos resultados deste teste, foi determinado que eu poderia atender a um programa de altas habilidades com outras crianças que haviam obtido resultados similares no teste. Até recentemente, era só isto que o rótulo de 'superdotada' significava para mim. Talvez também significasse que eu pensava um pouco mais rápido e um pouco diferente do que a maioria das pessoas. Mas isto era tudo.
Vinte e sete anos depois, me sentindo sem desafios e infeliz no meu trabalho, eu me perguntei: onde estão os trabalhos que desafiarão minha mente? Por acidente, eu encontrei informações sobre adultos superdotados. Eu descobri, pela primeira vez que a superdotação não é somente sobre como eu penso, mas também sobre como eu me sinto, sobre como eu entendo o mundo. Que ser superdotada tem um papel importante em definir quem sou eu como pessoa. Epifania total.
Como adulta, eu passei parte significante da minha vida trabalhando... o equivalente adulto de estar na escola. Quando eu era criança, a comissão de educação determinou que eu estaria melhor servida em um ambiente educacional em particular. Mas não existe o equivalente a tal comissão no espaço de trabalho para me assistir e eu ainda não tenho a resposta para: qual o melhor tipo de ambiente de trabalho para um adulto superdotado? Claro que existem várias respostas para tal pergunta, mas quais são as características que estes ambientes de trabalho/carreira têm em comum?
gifteduniverse.com é uma plataforma para explorar tais questões: o que significa ser um adulto superdotado? E como ser um adulto superdotado afeta nossas vidas profissionais? É minha intenção prover informações, construir um fórum que encoraje discussões sobre tais temas ; criar uma comunidade. Também estou interessada nas histórias de outras pessoas sobre suas experiências profissionais. E eu realmente espero que vocês me ajudem a responder a questão: que tipo de trabalho é mais compatível com um adulto superdotado?"
É isso, faço das palavras dela as minhas...
"Quando eu tinha onze anos, fiz um teste padronizado de inteligência. Baseado nos resultados deste teste, foi determinado que eu poderia atender a um programa de altas habilidades com outras crianças que haviam obtido resultados similares no teste. Até recentemente, era só isto que o rótulo de 'superdotada' significava para mim. Talvez também significasse que eu pensava um pouco mais rápido e um pouco diferente do que a maioria das pessoas. Mas isto era tudo.
Vinte e sete anos depois, me sentindo sem desafios e infeliz no meu trabalho, eu me perguntei: onde estão os trabalhos que desafiarão minha mente? Por acidente, eu encontrei informações sobre adultos superdotados. Eu descobri, pela primeira vez que a superdotação não é somente sobre como eu penso, mas também sobre como eu me sinto, sobre como eu entendo o mundo. Que ser superdotada tem um papel importante em definir quem sou eu como pessoa. Epifania total.
Como adulta, eu passei parte significante da minha vida trabalhando... o equivalente adulto de estar na escola. Quando eu era criança, a comissão de educação determinou que eu estaria melhor servida em um ambiente educacional em particular. Mas não existe o equivalente a tal comissão no espaço de trabalho para me assistir e eu ainda não tenho a resposta para: qual o melhor tipo de ambiente de trabalho para um adulto superdotado? Claro que existem várias respostas para tal pergunta, mas quais são as características que estes ambientes de trabalho/carreira têm em comum?
gifteduniverse.com é uma plataforma para explorar tais questões: o que significa ser um adulto superdotado? E como ser um adulto superdotado afeta nossas vidas profissionais? É minha intenção prover informações, construir um fórum que encoraje discussões sobre tais temas ; criar uma comunidade. Também estou interessada nas histórias de outras pessoas sobre suas experiências profissionais. E eu realmente espero que vocês me ajudem a responder a questão: que tipo de trabalho é mais compatível com um adulto superdotado?"
É isso, faço das palavras dela as minhas...
Depressão existencial - Dabrowski
Meu segundo post se refere ao trabalho de James T. Webb a respeito do conceito de depressão existencial de Dabrowski, no entanto Webb se refere especificamente como este tipo de depressão possui alta incidência em adultos com altas habilidades. Um pouco pesado, eu sei, mas como hoje eu não estou com muita paciência para desenvolver o assunto aqui (no entanto, vou voltar a isto eventualmente), deixo-lhes com o link do texto: www.hoagiesgifted.org/dabrowskis_theory_existential_depression_feb09.pdf e com uma tabelinha (que também, por falta de paciência não terá o formato de uma tabela) feita em 1974 pela psicóloga May Seagoe (também retirada do texto citado) que fala sobre os pontos positivos característicos das crianças superdotadas (a), e do outro lado os possíveis desafios ou dificuldades resultantes de tais pontos (b).
1(a)- Possibilidade de enxergar potencial; grandes expectativas sobre si mesmo e sobre outros; pensamento crítico. 1(b)- Necessidade de obter sucesso e reconhecimento; intolerância com outros; pode buscar padrões excessivamente altos; a frente de seu tempo.
2(a)- Adquire e retêm informações rapidamente. 2(b)- Impaciente com a lentidão de outros; pode ser visto como "sabe-tudo".
3(a)- Alta capacidade de armazenamento de informação em áreas avançadas; diversidade de interesses e habilidades; multi-talentosos. 3(b)- Problemas para decidir sua carreira; frustração com a falta de tempo; sentir-se diferente dos outros; solidão existencial; pode ser visto por outros como sempre em busca de controle.
4(a)- Intenso e intrinsecamente motivado; altos níveis de energia; persistentes; comportamento orientado por um objetivo. 4(b)- Personalidade "Tipo A"; dificuldade em relaxar; resistência à interrupções; pode negligenciar outros durante períodos de interesse focado; teimosia.
5(a)- Independente e auto-suficiente; criativo e inventivo; gosta de maneiras novas de fazer as coisas. 5(b)- Dificuldade em delegar e em confiar no julgamento de outros; rejeita o que já é sabido, conhecido; atrapalha planos ou hábitos de outros.
6(a)- Procura significado e consistência em sistemas de valores e comportamentos próprios e dos outros. 6(b)- Auto-crítica excessiva; talvez depressivo ou cínico em relação aos outros; algumas vezes 'mandão' ou dominador.
7(a)- Sensível aos outros; deseja relações emocionais intensas. 7(b)- Demasiado sensível à críticas alheias; relações de mentorado intensas que resultam em desapontamento profundo.
8(a)- Foco em causa-efeito; insiste em evidências corroborativas e provas. 8(b)- Dificuldades com aspectos humanos não-lógicos como emoções, tradições ou assuntos relativos à fé.
9(a)- Grande senso de humor, habilidade de rir de si mesmo. 9(b)- Seu humor pode não ser compreendido pelos outros; pode ser focado no absurdismo das situações; o humor pode ser usado para atacar outros ou mantê-los a distância.
Ok, comentários a respeito da tabela (que não é tabela, mas whatever...): Em relação a ter padrões excessivamente altos e não ter paciência com os outros isto realmente pode ser verdade, as vezes as pessoas não querem muito saber o que estão fazendo, querem aquilo pronto sem muita preocupação com conteúdo ou forma. Se for algo realmente interessante eu me dedico profundamente e as vozes das outras pessoas ficam como ruído de fundo, ainda mais se eu percebo que elas não têm a menor idéia do que estão falando. E é fácil esquecer que eu funciono diferentemente dos outros, nem melhor e nem pior, apenas diferente, meu raciocínio não é linear, eu não enxergo um passo depois do outro, muitas vezes eu vejo o final da coisa ou do projeto e busco as lacunas para chegar a este objetivo no menor número de passos possível. Assim sendo, as vezes eu interrompo o raciocínio dos outros e realmente perco a paciência.
Isto não acontece só comigo, tenho amigos que eu considero superdotados, e quando estamos juntos percebo que eles vêem algumas coisas como eu, e a coisa flui mais fácil, e se estamos com alguém 'normal', muitas vezes nos entreolhamos porque sabemos que o raciocínio da pessoa vai trilhar um caminho bem diferente do nosso.
Em relação à capacidade de informação, isto é algo muito pessoal. Os superdotados que eu conheço têm uma capacidade quase infinita de armazenar dados das áreas que lhes interessa. Comigo é a mesma coisa, mas existe algumas situações nas quais eu me lembro de coisas que não são do meu menor interesse, mas que servem algum propósito prático. Ao exemplo de provas e testes. Por que eu prefiro ler os textos à assistir aulas? Porque na maioria das vezes eu consigo lembrar onde está cada parte do texto, cada parágrafo, e consigo transcrever as linhas para a prova. Quase sempre estas informações fogem do meu cérebro após terem cumprido sua função. Eu sei que isto é menos que ideal, já que, teoricamente o objetivo das aulas é aprender. No entanto, este é o método de avaliação ao qual (estupidamente, na minha opnião) o sistema de ensino decidiu nos submeter, portanto, utilizo minhas vantagens como posso para ser bem-sucedida nos critérios deles.
No caso do item de ser direcionado por um objetivo, persistente, tenho um amigo com altas habilidades que ilustra muito bem este caso. Ele sempre soube o que queria fazer profissionalmente, e ele ama o campo que escolheu. Ele é uma pessoa um pouco introverdida, porém quando fala do assunto que gosta, ele vira outra pessoa, ele fica mais feliz, ele sabe do que fala e tem pouca paciência com quem resolve dar palpite sem entender, mas adora quando alguém pergunta algo sobre o assunto. Todas as escolhas que ele faz são direcionadas para este objetivo.
Depois comento mais sobre esta lista senão isto vai virar uma pequena bíblia...
1(a)- Possibilidade de enxergar potencial; grandes expectativas sobre si mesmo e sobre outros; pensamento crítico. 1(b)- Necessidade de obter sucesso e reconhecimento; intolerância com outros; pode buscar padrões excessivamente altos; a frente de seu tempo.
2(a)- Adquire e retêm informações rapidamente. 2(b)- Impaciente com a lentidão de outros; pode ser visto como "sabe-tudo".
3(a)- Alta capacidade de armazenamento de informação em áreas avançadas; diversidade de interesses e habilidades; multi-talentosos. 3(b)- Problemas para decidir sua carreira; frustração com a falta de tempo; sentir-se diferente dos outros; solidão existencial; pode ser visto por outros como sempre em busca de controle.
4(a)- Intenso e intrinsecamente motivado; altos níveis de energia; persistentes; comportamento orientado por um objetivo. 4(b)- Personalidade "Tipo A"; dificuldade em relaxar; resistência à interrupções; pode negligenciar outros durante períodos de interesse focado; teimosia.
5(a)- Independente e auto-suficiente; criativo e inventivo; gosta de maneiras novas de fazer as coisas. 5(b)- Dificuldade em delegar e em confiar no julgamento de outros; rejeita o que já é sabido, conhecido; atrapalha planos ou hábitos de outros.
6(a)- Procura significado e consistência em sistemas de valores e comportamentos próprios e dos outros. 6(b)- Auto-crítica excessiva; talvez depressivo ou cínico em relação aos outros; algumas vezes 'mandão' ou dominador.
7(a)- Sensível aos outros; deseja relações emocionais intensas. 7(b)- Demasiado sensível à críticas alheias; relações de mentorado intensas que resultam em desapontamento profundo.
8(a)- Foco em causa-efeito; insiste em evidências corroborativas e provas. 8(b)- Dificuldades com aspectos humanos não-lógicos como emoções, tradições ou assuntos relativos à fé.
9(a)- Grande senso de humor, habilidade de rir de si mesmo. 9(b)- Seu humor pode não ser compreendido pelos outros; pode ser focado no absurdismo das situações; o humor pode ser usado para atacar outros ou mantê-los a distância.
Ok, comentários a respeito da tabela (que não é tabela, mas whatever...): Em relação a ter padrões excessivamente altos e não ter paciência com os outros isto realmente pode ser verdade, as vezes as pessoas não querem muito saber o que estão fazendo, querem aquilo pronto sem muita preocupação com conteúdo ou forma. Se for algo realmente interessante eu me dedico profundamente e as vozes das outras pessoas ficam como ruído de fundo, ainda mais se eu percebo que elas não têm a menor idéia do que estão falando. E é fácil esquecer que eu funciono diferentemente dos outros, nem melhor e nem pior, apenas diferente, meu raciocínio não é linear, eu não enxergo um passo depois do outro, muitas vezes eu vejo o final da coisa ou do projeto e busco as lacunas para chegar a este objetivo no menor número de passos possível. Assim sendo, as vezes eu interrompo o raciocínio dos outros e realmente perco a paciência.
Isto não acontece só comigo, tenho amigos que eu considero superdotados, e quando estamos juntos percebo que eles vêem algumas coisas como eu, e a coisa flui mais fácil, e se estamos com alguém 'normal', muitas vezes nos entreolhamos porque sabemos que o raciocínio da pessoa vai trilhar um caminho bem diferente do nosso.
Em relação à capacidade de informação, isto é algo muito pessoal. Os superdotados que eu conheço têm uma capacidade quase infinita de armazenar dados das áreas que lhes interessa. Comigo é a mesma coisa, mas existe algumas situações nas quais eu me lembro de coisas que não são do meu menor interesse, mas que servem algum propósito prático. Ao exemplo de provas e testes. Por que eu prefiro ler os textos à assistir aulas? Porque na maioria das vezes eu consigo lembrar onde está cada parte do texto, cada parágrafo, e consigo transcrever as linhas para a prova. Quase sempre estas informações fogem do meu cérebro após terem cumprido sua função. Eu sei que isto é menos que ideal, já que, teoricamente o objetivo das aulas é aprender. No entanto, este é o método de avaliação ao qual (estupidamente, na minha opnião) o sistema de ensino decidiu nos submeter, portanto, utilizo minhas vantagens como posso para ser bem-sucedida nos critérios deles.
No caso do item de ser direcionado por um objetivo, persistente, tenho um amigo com altas habilidades que ilustra muito bem este caso. Ele sempre soube o que queria fazer profissionalmente, e ele ama o campo que escolheu. Ele é uma pessoa um pouco introverdida, porém quando fala do assunto que gosta, ele vira outra pessoa, ele fica mais feliz, ele sabe do que fala e tem pouca paciência com quem resolve dar palpite sem entender, mas adora quando alguém pergunta algo sobre o assunto. Todas as escolhas que ele faz são direcionadas para este objetivo.
Depois comento mais sobre esta lista senão isto vai virar uma pequena bíblia...
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Adultos com Altas Habilidades
Este Blog está sendo feito as 3:00 da manhã, muito na correria, mas espero que com o tempo ele fique mais ajeitado. Resolvi fazer este blog porque não achei nenhum a respeito do tema (na verdade não achei quase nada em português sobre adultos superdotados), e acho que faz falta ter um espaço que lide com este tema. A maioria dos sites em português fala sobre crianças e jovens com altas habilidades. E depois que eles crescem, o talento vai embora quando chega a carteira de motorista?
Acho que a falta de interesse geral pelo tema é que, no Brasil existe ainda um grande preconceito com quem é superdotado. Num país onde pobreza, educação e saúde são os temas cruciais, pessoas com altas habilidades nem registram como tema de preocupação. E para a maioria das pessoas ser superdotado não é realmente um problema. Verdade, só é problema se você faz parte do grupo. E mesmo quem faz parte deste grupo tem relutância em admitir à outras pessoas que o faz, por achar que está contando vantagem ou que os outros não vão entender o que isto significa (verdade na maioria das vezes). Ou as vezes o adulto superdotado nem sabe que o é, ou acha que perdeu suas habilidades e agora é uma 'pessoa normal'.
Eu não sou psicóloga, terapeuta, neurologista ou professora (nem sou formada ainda, na verdade). Mas, faço parte desse grupo de adultos, e acho que falta informação sobre o tema. Vou fazer o possível para mudar isto pelo menos neste espaçinho virtual recém-criado.
Acho que a falta de interesse geral pelo tema é que, no Brasil existe ainda um grande preconceito com quem é superdotado. Num país onde pobreza, educação e saúde são os temas cruciais, pessoas com altas habilidades nem registram como tema de preocupação. E para a maioria das pessoas ser superdotado não é realmente um problema. Verdade, só é problema se você faz parte do grupo. E mesmo quem faz parte deste grupo tem relutância em admitir à outras pessoas que o faz, por achar que está contando vantagem ou que os outros não vão entender o que isto significa (verdade na maioria das vezes). Ou as vezes o adulto superdotado nem sabe que o é, ou acha que perdeu suas habilidades e agora é uma 'pessoa normal'.
Eu não sou psicóloga, terapeuta, neurologista ou professora (nem sou formada ainda, na verdade). Mas, faço parte desse grupo de adultos, e acho que falta informação sobre o tema. Vou fazer o possível para mudar isto pelo menos neste espaçinho virtual recém-criado.
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