terça-feira, 23 de março de 2010

O Blog...

Olá, primeiramente, fiquei muito feliz em ver que realmente têm pessoas lendo o blog (e até comentando!). Por favor continuem, não tenho tido muitos posts relevantes ultimamente, mas farei o possível para colocar alguns novos...

Outra coisa bem bacana, outros blogs sobre superdotação. O Paulo André Norberto passou o endereço de seu blog, que é muito legal: http://www.blueelevens.blogspot.com/, e nele tem links para outros inúmeros sites sobre o tema!

Como eu havia dito no início, faço algumas colocações pessoais entre os artigos que tentarei traduzir e/ou trazer para cá. Espero que tais opiniões não cheguem a alienar quem está lendo, hehehe...

Ando checando o gifteduniverse.com, mas parece que a Elisa não está fazendo posts novos... Deve ter perdido o interesse, normal... E andei revendo os posts que fiz até agora, e muitos têm errinhos de gramática, espero que vocês relevem isso, porque costumo escrever de madrugada, e honestamente rola uma preguiça enorme de corrigir agora...

No mais é isso, agradecer quem está lendo, e lembrá-los de que gostaria que isso aqui fosse um fórum, quem tiver informações, comentários e críticas, fiquem a vontade!

Obs: Reli o post "Burn Notice" e deletei, porque achei tudo que eu havia escrito extremamente idiota...

terça-feira, 16 de março de 2010

Lista...

Existem inúmeros sites com listas de características de crianças e adultos superdotados, então vou colocar uma delas aqui... Esta é de um site australiano, obviamente não sei se estas são comprovadas, e com certeza nem todas características se aplicam a todos os adultos superdotados. Algumas características repetem coisas que já mencionei neste Blog, mas... O site: http://giftedservices.com.au/adults.html

" -Perfeccionista e coloca altos padrões para si mesmo e para outros.
-Possui convicções morais fortes.
-É altamente sensível, perceptivo.
-Fascinado por palavras e é um leitor ávido.
-Se sente fora de sincronia com outros.
-É muito curioso.
-Tem um senso de humor não usual.
-É bom em resolver problemas.
-Tem uma imaginação rica e vívida.
-Questiona regras e autoridade.
-Tem idéias não usuais ou conecta idéias aparentemente não relacionadas.
-Adora desafios.
-Aprende coisas novas rapidamente.
-Tem uma boa memória de longo prazo. *(Acho que traduzi isso errado...)
-Se sente desorientado com tantas habilidades e interesses.
-Tem muita compaixão.
-Fica indignado com brechas morais com as quais o resto do mundo parece não se importar.
-Tem sentimentos passionais, intensos.
-Tem um alto nível de energia.
-Não consegue desligar o pensamento.
-Se sente impulsionado pela criatividade.
-Adora idéias e discussões calorosas.
-Necessita de períodos de contemplação.
-Procura por ???? na vida. *(As interrogações são por conta do site original)
-Sente um senso de alienação e solidão.
-É muito perceptivo.
-Se sente fora de compasso em relação aos outros."

sábado, 6 de março de 2010

10 Concepções Erradas sobre Adultos Superdotados

Mais um texto retirado do Gifted Universe feito pela Elisa, disponível em:

http://gifteduniverse.com/category/characteristics-gifted-adult/page/8/

"Adultos superdotados são geralmente invisíveis. Uma das razões que muitos raramente aplicam o termo a si mesmos são as concepções equivocadas sobre superdotação - tanto na vida adulta quanto na infância. Muitos adultos que fazem parte da comunidade das Altas Habilidades, seja como crianças, seja como pais, relutam em admitir que eles próprios são superdotados. Adultos que foram identificados como crianças superdotadas muitas vezes não foram providos com informações sobre o que significa ser superdotado, e como resultado, eles acreditam ter perdido suas habilidades ao se tornarem adultos. Pais de crianças superdotadas muitas vezes falham em identificar sua própria superdotação (*N.d.T: Mom, Dad, this one´s for you!) devido às várias concepções equivocadas sobre o que é ser um adulto superdotado. Claro, existem vários adultos superdotados que não são afiliados ao sistema educacional de superdotados em nenhuma capacidade - adultos superdotados que se sentem em descompasso mas não sabem por quê, e no entanto, nunca se considerariam superdotados devido às concepções equivocadas sobre o que é ser um adulto superdotado.

As concepções errôneas sobre ser um adulto superdotado caem em duas categorias: 'Superstar Overachiever' (*N.d.T: sério, nem sei se existe tradução para 'overachiever', seria uma pessoa que sempre tenta conquistar tudo, fazer tudo certo, sempre tenta conseguir mais), ou deslocado incompetente. A realidade é mais sutil do que estes dois esteriótipos sugerem: alguns adultos superdotados têm dificuldades, outros conquistam coisas extraordinárias. A maioria dos adultos superdotados está em algum lugar no meio, nem conquistando de mais e nem de menos.

10 Concepções Equivocadas sobre Adultos Superdotados

TODAS as pessoas superdotadas:

- São 'Nerds'.
- São inaptas socialmente.
- Foram alunos excepconais.
- Atingiram um nível alto de educação formal.
- São 'book smart' (*N.d.T: isto quer dizer que possuem um conhecimento acadêmico elevado, ou que são enciclopédias ambulantes).
- São fisicamente desajeitadas.
- São bem-sucedidos de forma uniforme em tudo, têm habilidades proporcionalmente distribuídas.
- Possuem carreiras excepcionais.
- São aptas ao sucesso, têm mais facilidades devido à sua inteligência.
- Não conseguem ser bem-sucedidas com coisas práticas por serem 'inteligentes demais', são como professores distraídos.

Alguns adultos superdotados podem ou não se encaixar nos esteriótipos, mas nenhum dos esteriótipos explica ou define o que é ser superdotado. Se você rejeitou a idéia de ser superdotado devido às concepções equivocadas apresentadas, eu lhe encorajo a reconsiderar isto, mas dessa vez se baseando em informações e não em concepções errôneas populares."

POST CRISE EXISTENCIAL!

OI!!! TEM ALGUÉM LENDO?

POR FAVOR, COMENTEM! CRITIQUEM, DÊEM SUGESTÕES, CONVERSEM, ANUNCIEM PRODUTOS DE BELEZA, SEI LÁ! TEM ALGUÉM AÍ???

*Fim da crise existencial...

Vergonha...

Antes de terminar o post abaixo eu queria voltar ao assunto de se identificar como pessoa com altas habilidades. Entrei em contato com a Dra. Susana Graciela Pérez Barrera Pérez, Presidente da ConBraSD (Conselho Brasileiro para Superdotação): http://www.blogger.com/www.conbrasd.com.br, sobre a divulgação deste Blog, e fui surpreendida positivamente com sua resposta. Ela é a autora da 1a tese de doutorado a respeito de Adultos com Altas Habilidades! E espero que ela me permita a liberdade de divulgar o endereço eletrônico de sua tese (se não, ela pode entrar na fila junto com a moça do Gifted Universe para me processar hehehe...). A tese é de 2008, feita na PUC-RS pela Dra. Susana Graciela Pérez Barrera Pérez, o título é 'Ser ou Não Ser, Eis a Questão: o processo de construção da identidade ma pessoa com altas habilidades/superdotação adulta' e está disponível em:

http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1664

Começei a lê-la agora, e recomendo a todos que tenham interesse pelo tema que façam o mesmo. Estou no início, mas dei uma pausa para escrever este post, porque ela menciona o fator 'vergonha' que aflige a maioria dos adultos (e acho que mesmo crianças) para se identificarem como pessoas superdotadas.

Falar sobre sua superdotação com uma pessoa 'normal' é bem complicado. Você nunca sabe qual será a reação da pessoa. Não falo da reação imediata, porque dificilmente alguém sairá gritando e correndo quando você falar que é superdotada, ou mesmo te desprezará instantaneamente e te chamar de egocêntrica na sua cara, e muito menos te abraçará e declarará que 'chegou quem o mundo esperava!'. A reação posterior que é preocupante.

A pessoa pode se sentir (erroneamente, vale dizer) inferiorizada, e ela própria ficará com vergonha de conversar com você por achar que não conseguirá acompanhar seu nível intelectual, ou alguma besteira do tipo. Ela pode te achar extremamente prepotente e te evitar pois acha que você é egocêntrica demais. Ela pode não saber lidar com essa informação, ficar sem saber o que pensar, e também te evitar por não saber mais o que falar com você. Ela pode te achar arrogante, sentir inveja, ou sei lá, algo do tipo e começar a te atacar, até mesmo pelas costas. Ou ela pode ficar fascinada, até demais, e esse é o problema, e começar a perguntar sua opnião sobre tudo e todos, como se você fosse uma biblioteca ambulante e que sua palavra fosse lei, e ter um sentimento meio que de veneração frente a você (isso é um saco, é até pior que ser desprezada acho...). Ou (o que, infelizmente, quase nunca acontece) ela pode ter a reação mais normal do mundo, tipo 'ah, é mesmo, bacana hein...' como se você tivesse acabado de falar algo como 'ó, acho que vai chover, viu...' e continuar sua vida como se nada tivesse acontecido, aí ou ela realmente segue como se nada tivesse acontecido, ou ela começa a te ver um pouco diferente, e te compreender um pouco melhor, mas é tudo, ela não age como se aquela informação mudaria seu modo de pensar sobre você como parte da vida dela, esta é melhor reação na minha opnião.

Uma coisa que a Dra. Susana fala em sua tese (2008), é que a vergonha aparece porque vivemos em uma sociedade que prega a normalidade, ser normal, bom! Ser diferente, ruim! E querendo ou não, quando você diz a alguém que é superdotada, você está dizendo que não é como todo mundo (o que em si eu já acho ridículo, porque ninguém é igual a niguém, superdotado ou não, mas...). Você é diferente, e se identificando corre o risco de ser tratada de modo diferente, para melhor ou pior, e daí a vergonha.

Olha, eu acho que quem é superdotado é diferente sim. Como eu já disse antes neste Blog, isto não quer dizer que somos melhores, superiores, e nem inferiores a ninguém. Somos diferentes e ponto. Pensamos diferente, agimos e reagimos diferente, temos concepções do mundo divergentes, concepções de moral (e isto falo só por mim, ok?) que não seguem a vigente, entre outros fatores.

Em relação a me identificar aos outros como superdotada, eu não me escondo mais. Dos 7 aos 14 anos de idade eu me escondia, não falava pra ninguém mesmo. A partir dos 14 foi uma fase meio rebelde (putz, engraçado falar isso...) e decidi que já que eu não ia falar pra ninguém mesmo, para que seguir a cartilha de 'boa menina' na escola? Eu acho que estava me esforçando ao máximo para provar que eu era 'normal', me esforcei até demais. Eu raramente ia às aulas, quando ia, eu ia para zonear a sala, passei a ser a 'má influência' (ai, sério que estou escrevendo isso? Eu mudei, tá?), não fazia as tarefas da escola, só abria o caderno para desenhar, convencia meus amigos que 'matar aula' era uma ótima idéia (e incrivelmente não tinha um para ser 'a voz da razão', vai saber...), até guitarra com amplificador eu já levei para a sala, desnecessário dizer que foi um pouco interruptivo.

Com 16 eu mudei de colégio e decidi que no meu último ano (eu me formei com 17) eu estudaria de verdade, vestibular e tudo mais. No entanto, meu problema com frequência sempre atrapalhava estas decisões, não estava nem no meio do ano e eu já corria risco de ser reprovada por faltas. Sério, ficar grudada na cadeira ouvindo pessoas lerem em voz alta nunca foi meu forte. A solução que eu achei foi procurar algum orgão governamental competente (na minha mente palavras incompatíveis, mas ok...) e verificar a legislação sobre crianças/adolescentes superdotados, para ver se havia a possibilidade de eu fazer alguma prova ou algo do tipo e ter minha 'estadia' no ensino médio encerrada por aí mesmo. Ver se assim eu já podia fazer o vestibular, eu tinha pressa e impaciência com o 2o grau.

O 1o passo foi procurar o Dr. Daniel Antipoff e verificar se eu REALMENTE era superdotada, e se aquilo tudo não passava de uma fase mais precoce na minha infância. Testes feitos, superdotação recomprovada. Aí começou um jogo de empurra, eu ligava para alguém do MEC, eles me empurravam para fulana em Brasília, que por sua vez me empurrava para outra fulana em Brasília (o interurbano daqui de casa naquele mês fez minha mãe chorar um pouco), e assim adiante. Isto tudo foi no período de férias do meio do ano. Finalmente meu pai (este sim, voz da razão) falou que, 'até que eu conseguisse passar por todos os trâmites necessários para que eu pulasse o final do 3o ano do ensino médio, eu já podia ter me formado duas vezes. Só faltam 6 meses, para de enrolar e termina logo isso!'. Muitas vezes a voz da razão é chata.

Neste período, como eu estava lidando com isto descrito acima, eu tive que falar para algumas pessoas que eu era superdotada, por que sempre vinha um me perguntando porque eu achava que não precisava terminar, como todo mundo, o ensino médio? Falei, isto provocou algumas das diversas reações que citei acima. Hoje em dia, como eu disse, eu não me escondo mais. Mas também não saio anunciando para Deus e todo mundo. Sou seletiva. Eu analiso primeiro a pessoa, tento prever por sua personalidade qual será sua reação, se eu achar necessário e se prever que a reação não será tão ruim, conto. Se não, ela nunca precisa ficar sabendo. Igual este Blog. Falei com algumas pessoas que conheço. Espero que algumas que não conheço estejam lendo. Mas pelo menos metade das pessoas em minha vida não sabem, e nem saberão se depender de mim, não vejo necessidade. Mas isto não é por vergonha, é auto-preservação mesmo.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Características Superdotados - Gifted Universe

Aqui a tradução de um post feito pela Elisa do Gifted Universe sobre as características dos superdotados, provavelmente não vou terminar hoje... Disponível em:
http://gifteduniverse.com/category/characteristics-gifted-adult/page/7/

"Muitas pessoas pensam que só existe uma característica associada com ser um adulto com altas habilidades: alto nível de inteligência definido por um teste de Q.I. Apesar desta concepção errônea, ser superdotado não é o resultado de um teste de Q.I. e sim como um adulto superdotado pensa, se sente e percebe o mundo.

Características Definidoras de um Adulto Superdotado

1) Pensamento Diferenciado

Pensamento diferenciado é definido por acadêmicos/educadores/psicólogos de várias maneiras: divergente, complexo, resltado de um teste de Q.I., habilidade de assimilar quantidades significativas de informações rapidamente ( no entanto, esta habilidade depende do sujeito), a necessidade de entender informações em um nível mais profundo / saber o porquê. Independente das maneiras como pensamento diferenciado é definido, ser superdotado significa pensar de um modo diferente das outras pessoas, e falando de um modo geral, de um modo que possa ser mensurado.

Alguns traços comuns do pensamento de um superdotado incluem: perspectiva não-convencional, desconsideração do status quo, a necessidade de 'descobrir por você mesmo', grande variedade de interesses, a tendência a pensar sobre pensar (metacognição), vocabulário extenso, inclinação a analisar, curiosidade, e o desejo de 'resolver' problemas. O pensamento diferenciado de adultos superdotados e caracterizado pela tendência a regurlamente chegar a conclusões que diferem das aceitas pelo pensamento convencional e a chegar nestas conclusões rapidamente.

2) Intensidade

Já foi sugerido que a fisiologia e o pensamento diferenciado de adultos superdotados estão conectados. Essencialmente, o sistema nervoso de um adulto superdotado é disparado mais rapidamente do o de uma pessoa normal, criando uma experiência interna amplificada. Por exemplo, um adulto superdotado começa por pensar uma experiência diferentemente dos outros, simultaneamente a conectando-a e sintetetizando-a com vários outros pensamentos, e então tende a reprisar o pensamento em sua mente. Este fenômeno do 'interplay' amplificado do pensamento diferenciado e de emoções é particular à adultos superdotados e, embora possa obter várias formas, seu núcleo define o que é ser um adulto superdotado.

Estas duas características definem o que é ser um adulto superdotado, mas outros fatores interagem com o pensamento diferenciado e a intensidade; o ambiente, outras características pessoais e experiências também podem afetar quem uma pessoa é. Como resultado, adultos superdotados são um grupo diversificado e não podem ser definidos além do pensamento diferenciado e da intensidade. Entretanto, existem características adicionais que não definem um adulto superdotado, mas são mais comuns em adultos superdotados que na população geral.

Também deve ser frisado que a presença ou ausência das carcterísticas abaixo não determinam se um indivíduo é ou não superdotado, no entanto, possuir tais características, especialmente se combinadas, é um bom indicador de superdotação. Deidre V. Lovecky apontou que, para explicar as características associadas à superdotação é necessário descrevé-las separadamente, mas claro, elas não elas não existem isoladas, e sim interagem e reforçam umas as outras.

Características Comuns de Adultos Superdotados

Sobre-excitabilidades (Overexcitabilities) são um modo de explicar a intensidade percebida em adultos superdotados. Sobre-excitabilidade é a tradução de uma palavra polonesa que significa 'a capacidade de ser superestimulado'. Baseado nas teorias de Dabrowski e Piechowski, é sugerido que adultos superdotados possuem experiências sensoriais mais intensas e estas experiências sensoriais são quantitativamente diferentes do que as da maioria. Sobre-excitabilidades são dividas nas seguintes categorias:
1- Psicomotoras
2- Sensoriais
3- Intelectuais
4- Da Imaginação (Imaginational)
5- Emocionais

Percepção - habilidade de ler situações emocionais além da superfície/desgosto por superficialidade; relacionado ao pensamento diferenciado está a habilidade de prever resultados e consequências.

Assincronia - sentimento de estar em um passo diferente emocionalmente no ambiente externo ou internamente devido à desconexão entre seu intelecto e seus estados emocionais.

Enteléquia - a necessidade e o desejo de ser tudo aquilo que você pode ser.

Perfeccionismo - altos padrões para si mesmo e para outras pessoas; pode ser acompanhado por culpa e frustração quando o indivíduo não atinge suas próprias expectativas.

Idealismo/Alto Senso de Moral - tendência a ver as coisas em preto e branco; habilidade de se sentir indignado frente a injustiças.

Isolamento - Falta de pessoas 'iguais' com o mesmo nível intelectual e uma visão diferente do mundo podem resultar em um sentimento de estar só e desconectado.

Introversão - insto pode significar necessidade de estar sozinho para pensar, mas também pode significar que estar sozinho é necessário para se 'recarregar', em oposição aos extrovertidos que são energizados ao estarem cercados de outras pessoas. Introversão não significa necessariamente evitar ou não gostar da companhia de outros.

Este trabalho contém referências às teorias e aos trabalhos de: Kazimierz Dabrowski, Mary-Elaine Jacobsen, Deidre V. Lovecky, Michael Piechowski, Linda Kreger Silverman e Stephanie Tolan."




Massificação...

"A comida feita a mão é um ato de desafio e vai na contramão de tudo em nossa modernidade. Encontre-a, coma-a: ela vai desaparecer. Esteve presente durante milênios. Agora é evanescente, como uma estação." - Calor, Bill Buford -

Então, como podem ver, eu ainda estou empolgada com minha releitura do livro de Buford, mas chegando no final ele se refere a uma coisa na qual penso constantemente. Estamos vivendo em um mundo completamente massificado. Tudo tem o mesmo gosto, o mesmo roteiro, a mesma aparência.

Me lembro do gosto de coisas que comia quando eu era pequena, nem há tanto tempo assim, há uns quinze anos. Me lembro do gosto, por exemplo, do Toddynho, ele era completamente diferente dos outros achocolatados, era mais líquido, menos doce, mais gostoso. Hoje, ele tem o gosto de todos os outros, te desafio a colocar todos esses achocolatados em copos, sem saber qual é qual e diferenciá-los. O Polenguinho (que todo mundo odiava, porque tinha cheiro de chulé hehehe), tinha um sabor forte, característico, hoje não tem gosto de nada, é um queijo super normal mais mole. E mais outras inúmeras coisas que mudaram seus padrões para agradar o 'gosto popular', ou seja, foram massificados, perderam o gosto para que fossem mais vendidos. E, ok, capitalismo é isso mesmo, não estou aqui para criticar ideologias, etc. Mas o que tornava esses produtos únicos foi o que foi perdido neste processo.

É a mesma coisa com as carnes, hoje você não compra um frango que passou sua vida em uma fazenda, solto, comendo minhocas (e seja lá mais que frangos comam), você compra um animal que foi entupido de hormônios para que crescesse muito mais rápido, que é criado com luzes artificiais, comendo ração, e em um espaço confinado e minúsculo no qual ele dificilmente se locomove. E o resultado está aí, os hormônios não somem magicamente quando o frango é morto, ele vai parar na sua mesa, e eles tem efeitos colaterais à longo prazo, sobre os quais ainda não se têm pesquisas completas. As vacas, a carne de supermercado com certeza não fica pastando por aí livre, leve e solta, ela é alimentada com ração, o que altera o sabor da carne, o torna menos intenso. O modo como são mortas é tétrico e não merece uma descrição aqui. Isso poderia ser o suficiente para que houvesse uma manada (trocadilho ridículo, sorry) de vegetarianos por aí. Graças a Deus este não é o caso (tenho muitas ressalvas sobre vegetarianos, não são de confiança hehehe...). O meu ponto aqui é que trocamos o sabor, a qualidade, pela facilidade.

Buford fala no livro que, em relação aos alimentos, a mudança ocorreu quando não era mais o produtor que controlava sua produção, de acordo com a melhor época para plantar, onde e como criar os animais, este controle passou aos clientes. E neste ponto concordo inteiramente com Buford e com inúmeros Chefs (como Bourdain, Marco Pierre White e Ramsey), o cliente NÃO tem sempre razão, e na maioria das vezes o cliente é um idiota que não sabe como as coisas devem ser feitas. Em vez de massas feitas a mão, hortaliças sem agrotóxicos, preparações que levam horas até atingir o ponto perfeito, hoje temos fast-foods, temos pressa, comemos rápido demais, acho que meu pai não leva nem cinco minutos para almoçar, não sentimos o gosto de nada, e para quê? Tudo têm o mesmo gosto. Para comer uma massa feita a mão, um Coq au Vin (feito PROPRIAMENTE, o que demora em seu total dois dias), para comprar vegetais orgânicos, pagamos uma fortuna, porque o que já foi o modo mais simples, hoje é o modo mais raro, e mais demorado, é tempo é dinheiro.

Quem já pediu para a mãe ou avó fazer AQUELE biscoito, ou aquele bolo, ou aquela comida. No dia que pedi à minha mãe um bolo que sempre gostei e a vi fazendo um bolo destes de caixa, fiquei completamente desiludida. Ela antes tinha prazer em fazer a massa do bolo e tudo mais, adorava fazer doces (e eu adorava comê-los). Hoje ela está cansada demais para fazer estas coisas, é trabalho demais, tempo de menos, é o trânsito, a pressa. Ninguém mais tira tempo para fazer as coisas pequenas, tudo já vem pronto, entregue de bandeja. E isto é um porre. Eu sei que isto que estou falando é completamente clichê, mas não que dizer que eu não possa falar sobre isso.

Amo o filme Clube da Luta (um filme completamente mal-compreendido). O filme é uma fábula sobre o consumismo, extremamente inteligente. Uma fala do personagem principal, Tyler Durden, vai mais ou menos assim: "As coisas que você possui, acabam te possuindo".

Mas estou fugindo do tema. A massificação não atinge somente o mundo dos alimentos. Está nos filmes, nos livros (leia Anjos e Demônios e O Código daVinci, troque o nome de alguns personagens, das cidades, e você tem o mesmo livro, só um exemplo, e aliás, não leia), e infelizmente, na educação.

Minha constante reclamação em minha universidade, é a falta de paixão, de criatividade dos professores, tenho professores ótimos, mas tenho também muitos para quem a idéia de dar aula se resume a regurgitar livros. Oi, eu sei ler, eu não preciso que alguém me faça perder duas horas da minha vida para uma leitura em voz alta, posso fazer isto em casa, super confortável. Provas que implicam memorização de coisas que no semestre que vem eu não vou ter mais a mínima lembrança, porque eu não aprendi, eu decorei. E eles não fazem nada para mudar isto, eles cumprem o que o figurino manda. Fazer chamada (o que eu acho completamente ridículo)? OK. Provas no meio e no fim do semestre? OK. Trabalhos interdisciplinares, nos quais os professores não fazem a mínima questão de explicar o caráter interdisciplinar da tarefa? OK. Bibliografia aprovada? OK. Raciocinar e prender a atenção do aluno? Fora de questão, deve dar muito trabalho.

Como eu disse, tenho alguns ótimos professores, este semestre fui meio que forçada a fazer uma disciplina horrível (que envolve economia, claro), e por causa disso não pude fazer uma das disciplinas optativas cujo tema me interessa muito, e o professor dela é o melhor que eu já tive até hoje. Ele não faz chamada, e mesmo assim a sala dele fica cheia (o que dificilmente aconteceria com outros professores), ele não regurgita o que está nos textos que ele passa. Ele pega as idéias principais e as traz para o mundo real, dá exemplos, mistura psicologia, antropologia, e outras ciências sociais para que você realmente entenda sobre o que ele está falando, suas aulas são sucintas, ele vai direto ao ponto, e dá para perceber que ele está gostando de estar lá, o que faz toda diferença do mundo. A pior coisa é você ter aula com um professor que parece estar mais entediado que você. Infelizmente ele é a exceção.

Hoje as universidades não são mais um refúgio intelectual. Os professores não têm mais aquele status de antigamente, não são mais a linha de frente de pensamentos e atitudes revolucionárias, eles não querem mais mudar o mundo, não querem nem mesmo afetar a vida de seus alunos de um modo positivo. Querem aumento de salários (com o que concordo plenamente), e segurança no emprego. E esta tal segurança requer que eles sigam as diretrizes das universidades, que hoje são indústrias de diplomas, de novo, é a quantidade e não a qualidade. Hoje, se você tropeçar você cai dentro de uma faculdade, a grande maioria com critério zero para admissão, com qualidade de ensino péssima, com mensalidades altíssimas, com um nível intelectual geral de um zoológico. Afinal, pensar requer tempo, e tempo é dinheiro.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Obssessão...

Vou falar sobre um assunto que não tem muito a ver com altas habilidades. Não diretamente. Uma das características das pessoas com altas habilidades é uma obssessão com as coisas que gostam, e lhes interessam. Essa obssessão pode ter curta duração, as vezes perdemos o interesse rapidamente. No entanto, se achamos algo que gostamos, de verdade, é difícil não se dedicar horas a fio à coisas que outras pessoas acham uma bobagem, ou prestamos atenção a detalhes que outros vêem como inúteis.

Eu sou um pouco obcecada com culinária. E não só cozinhar, eu adoro ler livros de Chefs que gosto, livros de molhos e de ingredientes, histórias de cozinhas profissionais, sou capaz de pesquisar durante horas uma receita na qual estou interessada, para saber sua origem, suas variações, quais os ingredientes em comum destas variações, quais os ingredientes variantes que funcionariam melhor de acordo com minha (curta) experiência.

Eu fiz um curso profissionalizante de culinária, que não terminei (mas isso é uma outra história). E neste curso eu convivi com um grupo de pessoas, que possivelmente foi o grupo com o qual mais me identifiquei em minha vida. Eu já havia lido sobre pessoas que escolhem trabalhar profissionalmente em cozinhas, o relato que mais me chama atenção até hoje é o do Chef Anthony Bourdain, no livro Cozinha Confidencial (que recomendo muito, mesmo se você não tenha tanto interesse em culinária). Tony descreve as brigadas (o nome do grupo de cozinheiros de uma cozinha profissional) com as quais trabalhou como um bando de desajustados com tendências criminosas, que fumam e xingam demais e uma inclinação para o alcoolismo. São pessoas que não se dão bem com a vida normal de escritório, com o horário de uma pessoa normal. Quem trabalha em uma cozinha profissional fica em pé no mínimo dez horas por dia, em um ambiente muito quente, com as mesmas pessoas, tem horários malucos, geralmente chegam em casa de madrugada, se sentem mais a vontade do que o normal na presença de facas e, claro, são obssessivas em relação a seu ofício.

Descobri que algumas destas coisas são verdade. As pessoas com as quais convivi durante este curso já haviam, em sua maioria, trabalhado em cozinhas profissionais anteriormente. E sim, nosso grupo era bem desajustado e todos obcecados com cozinha. E eu adorava isto. Ficamos muito unidos durante o curso, o que era uma coisa que desde o início era frisada pelos professores. Vocês tem que se conhecer bem e aprender a confiar uns nos outros, porque vão passar a maior parte de sua vida consciente (pelo menos nos próximos meses) com estas pessoas em um ambiente fechado, quente, desconfortável, e COM VÁRIOS OBJETOS PONTIAGUDOS. Era necessário um nível de confiança alto, porque as preparações dependiam de todos, e muita comunicação, porque não adianta nada sua carne estar pronta se você não avisou ao saucier (a pessoa que lida com os molhos) que você estava preparando algo que precisava do molho dele, aí tudo desanda.

Uma outra coisa da qual eu já havia ouvido falar, mas não sabia que era levada tão a sério é a disciplina envolvida na cozinha profissional. É uma réplica do exército. Você tem que chegar as OITO HORAS EM PONTO. Mentira, você tem que chegar antes, porque tem que colocar o uniforme, e aí você tem que estar pronta as OITO HORAS EM PONTO. E impecável. Os homens tiveram que cortar os cabelos bem curtos (e se as mulheres pudessem fazer isto, melhor.), tiveram que tirar suas barbas, todos tinham que ter as unhas rentes, e nada de esmalte. As mulheres não podiam usar brincos, colares, anéis, maquiagem, nada que pudesse interferir na comida (aparentemente ter uma argola nadando na água do arroz não era desejável). E o uniforme tinha que estar LIMPO. As meias tinham que ser BRANCAS. O negócio era tão sério, que as vezes os professores passavam um algodão no rosto dos homens, se algo ficasse, a barba não estava suficientemente rente. Outra vez a supervisora foi na nossa sala e deu um esporro fantástico em alguém que não estava usando meias brancas (pode ter sido eu, prefiro não lembrar).

Claro que eu levava esporros incríveis, e variados. Meu relógio biológico veio com defeito de fábrica (também assunto para oooutro post...), portanto chegar as 7:45 e estar pronta às 8:00 era um desafio constante. Eu invariavelmente chegava (quando tinha sorte) cinco minutos atrasada, o que era motivo para que meu professor parasse o que ele estava fazendo, me olhasse de cima em baixo enquanto eu entrava na sala, e me desse um sermão sobre pontualidade que já estava ficando repetitivo. Também tinha as vezes nas quais eu trocava sem querer o uniforme que deveria levar, e levava o sujo. Aí eu entrava na sala com um avental coberto de molho e com um aroma de peixe (misteriosamente, mesmo que a preparação do dia anterior não envolvesse peixe), então ele me dava o sermão de como é necessária uma boa apresentação na cozinha, etc. Ou então, eu faltava à aula, o que era inconcebível, só eram permitidas no máximo três faltas em cada módulo. Neste caso o bicho pegava mesmo, minha seriedade em relação ao curso era questionada, minha fidelidade aos meus colegas, minha posição filosófica frente à vida! Minha explicação envolvia um grau variado de desculpas, mas na verdade, e claro que eu nunca admitiria isto senão seria excomungada, a explicação era mais simples, eu dormia normalmente as 4:00 da madrugada e acordava as 7:00, simplesmente tinha dia que eu não aguentava acordar.

Uma das situações que eu achei mais legal, e que demonstra um pouco da falta de juízo comum (e sim, não adianta falar que é generalização, quem trabalha neste meio tem uma falta de juízo inata) a quem trabalha, ou mesmo tem paixão por cozinha, foi um dos cursos extras ministrados durante o curso de cozinha. Ofereceram para minha turma uma aula de enologia, de uma ou duas semanas, não lembro bem, no período da tarde. O professor trazia três ou quatro vinhos para degustarmos, e fazia as observações, nos dava uma folha que trazia várias características de um vinho e nos ajudava a descobrir quais cabiam nos vinhos específicos. A degustação era de no máximo meia taça, e quem quisesse não precisava engolir o vinho, como é de praxe, se quiséssemos poderiamos cuspir o vinho em um recipiente próprio. Desnecessário dizer que nem uma gota foi jamais depositada em tal recipiente. Inclusive, se sobrasse qualquer vestígio de vinho em qualquer garrafa fazíamos questão de dividir até o fim. Muitas vezes íamos a aula sem ter almoçado ou ter comido qualquer coisa durante o dia (bem, eu pelo menos tinha costume de fazer isso, eu não tinha muita fome, acho que o aroma da comida me satisfazia), e partíamos para a degustação. Óbvio que saímos algumas vezes da aula de enologia de pilequinho. E qual nossa próxima tarefa? Ir mexer com FACAS, claro. Por que não? Qual o perigo de dez pessoas embriagadas em um mesmo ambiente, todas armadas com três ou mais facas?

Fiz amigos neste curso, alguns dos quais nunca vou me esquecer, e que mesmo não mantendo contato frequente, considero até hoje e acho que até sempre. Os com quem eu era mais próxima, eu via neles ( e em mim mesma as vezes) algumas características descritas por Bourdain: o cigarro, grande companheiro nos intervalos, alguns eram até mesmo inventados para que pudessemos sair e fumar; o álcool, eu passei a conhecer por nome os garçons do Mercado Central de BH, já que muitas vezes só saímos de lá com as portas fechando; até mesmo as tendências criminosas (bem leves, mas estavam lá), sobre as quais não vou me estender, porque, bem, não vem ao caso hehehe... Mas enfim, acho que o que mais nos unia era realmente a obessão por cozinhar e comer bem, era aquele sentimento de confidência, de que quem de fora chegasse no meio de uma conversa animada sobre qual o melhor vinho iria melhor com uma lagosta a beurre blanc, ia ficar coçando a cabeça sem entender o motivo de tanto entusiasmo.

Esse post enorme (pra variar), foi na verdade para falar de um livro que estou relendo. O livro chama-se Calor, o autor é o Bill Buford. O subtítulo do livro é meio auto-explicativo: "Aventuras de um cozinheiro amador como escravo da cozinha de um restaurante famoso, fazedor de macarrão e aprendiz de açougueiro na Toscana". Lindo, não é? É o seguinte, Buford é um escritor, que queria fazer uma reportagem sobre Mario Batali (um Chef americano bem bacana também), só que ele queria fazer uma reportagem 'a fundo', como ele sempre gostou de cozinha, qual a melhor maneira de fazer tal reportagem? Ir, com mais de 40 anos, trabalhar de graça na cozinha de Batali, lógico. Ele não tinha experiência nenhuma em uma cozinha profissional, o que claro, é o máximo e provocou a ele várias humilhações. Ele ficou lá um ano, passou por várias praças. O restaurante era de culinária italiana. Buford ficou, como só um apaixonado por cozinha, obcecado pela cozinha italiana, e por mais experiência que tivesse adquirido no Babbo (o nome do restaurante), não era o suficiente para ele. O próximo passo? Ir para a Itália aprender a fazer macarrão, óbvio.

Um conceito que eu adoro, e que é bem trabalhado no livro é o de 'escravo de cozinha'. Isto é uma prática comum entre Chefs, e significa basicamente que você vai trabalhar de graça, muitas vezes fazendo o trabalho de um chipanzé, tipo ficar várias semanas descascando e cortando batatas e cenouras, cumprindo um horário normal do restaurante, que na maioria das vezes é superior a 60 horas semanais, para poder aprender tudo que você puder naquela cozinha. Mario Batali fez isso, e foi nele em quem Buford se inspirou. Batali pegou suas coisas, isto no final dos anos 80, e se mandou para a Itália com um pouco de dinheiro que havia juntado (juntar dinheiro é essencial para esta prática, lembre-se, você está trabalhando de GRAÇA), e foi para Porreta Terme, uma cidadezinha perto de Bolonha, na Emilia-Romagna, trabalhar em um pequeno restaurante, para aprender como fazer comida italiana de verdade, em troca de comida e um lugar para dormir (muitas vezes é só em troca de comida mesmo). Isto é tipo meu sonho, a única parte da equação que falta é o dinheiro salvo anteriormente.

Depois que Buford foi para a mesma cidade que Batali, e aprendeu a fazer massa com una vera italiana, ele voltou ao Babbo. Mas não antes de adquirir uma obssessão (típica, como já estabelecido) sobre QUANDO o ovo foi incorporado à receita do macarrão. Este tipo de obssessão ilustra bem o que eu havia referido sobre pessoas com altas habilidades. É uma questão vista como inútil para a maioria das pessoas, não ia mudar absolutamente nada na vida de Buford, ele iria ter de recorrer a ferramentas inusitadas e gastar um número bem grande de horas para satisfazer sua curiosidade, a maioria das pessoas normais veria isto como loucura, o próprio Buford admitiu isto, mas ele não conseguia prosseguir com sua vida enquanto não respondesse tal questão.

Depois da obssessão com o ovo resolvida, hora de arrumar uma nova. Aí ele se interessou profundamente sobre carne. Qual a melhor maneira de se aprender tudo sobre carne? Ir para a Toscana para ser escravo do açougueiro mais famoso do mundo (sim, isto existe, e o nome do ser-humano é Dario Cecchini). Bem, mas aí eu já vou contar o livro inteiro, mais do que já contei. E se você teve paciência para ler até aqui, parabéns, e desculpe o entusiasmo. Mas o tema do post é esse mesmo...