Olá a todos! Sei que continuo negligenciando o Blog. E o pior é que nem é falta de tempo, acho que é falta de inspiração mesmo. Acho que tenho resistido um pouco à vontade de tornar isto aqui meu diário particular, pois este (apesar de ter acontecido em outros posts inúmeras vezes, e provavelmente irá continuar a acontecer hehehe) não é o objetivo deste espaço.
Desta vez gostaria de tirar um tempo para responder, e ‘comentar’ alguns comentários. Especificamente os comentários do Cleber Alex, da Nina, da Dani e da ‘anônima’ que comentaram o post “Liberdade”.
Primeiramente, obrigada novamente pelos elogios ao Blog. Pelo o que venho lendo, muitas pessoas estão se identificando com as situações e com o que escrevo. Acho que especificamente para os superdotados é sempre bom saber que não estamos sozinhos por aí, com nossos pensamentos e reflexões infindáveis, saber que não somos ‘freaks’ ou de que nada adianta procurar alguém com problemas ou ideias semelhantes. Eu sei que para mim foi uma bela surpresa (e continua sendo) ver que nem sempre o que eu digo (no caso escrevo) será recebido com um “ahã” e aquela cara de que não entendeu absolutamente nada ou na segunda frase a pessoa já se perdeu em devaneios e nem prestou atenção. Todos sabem que é bom ser ouvida, mesmo que não haja reciprocidade, haja compreensão. Mas enfim...
Cleber realmente é uma sensação de alívio quando você descobre que o que lhe tornava diferente dos outros não seria algo que o isolaria, é mesmo ‘encontrar um velho amigo em uma festa esquisita’ hehehe.... Não sei como deve ser descobrir a superdotação depois de já adulto, deve ser algo meio assustador, mas que ao mesmo tempo leva a uma calma nova, deve tornar a inquietação um pouco mais tolerável ao saber ‘dar nome ao boi’ que vive em nossa mente. (E sim, a conta do Google curte cortar a onda hehehe!). No seu comentário acabou que não apareceu seu MSN, mas também avisando a algumas outras pessoas que me passaram o delas, eu sou ridiculamente preguiçosa em relação ao MSN, não entro tem mais de um ano, mals ae... Mas obviamente tem muita gente aqui que entra, então se você quiser passar novamente... E se você animar de contar como foi esta experiência de descobrir a superdotação já adulto, eu curtiria muito saber!
Ei Nina eu também VIVO na ‘última hora’, procrastinação deveria ser meu sobrenome hehehe! E olha, meus pais também acham que a superdotação é só algo que faz parte da minha personalidade e vida, mas que não é nada de mais, e que não me define. Minha mãe achava (e acha) que lidar com o assunto iria me tornar completamente egocêntrica. Ela nem fala superdotada, ela fala que eu sou ‘diferente’ heheehe... Como você disse nossas histórias são diferentes, eu nem imagino como seria ser diagnosticada com Transtorno Bipolar e ficar tomando remédios que poderiam até (não sei, você me diga) chegar a inibir um pouco a superdotação, ainda bem que esta fase passou! E olha, realmente, de comum, a grande maioria das vezes, que tem SD não tem NADA! Como eu disse, meus pais acham que a SD não me define, mas no meu modo de ver é justamente isto que ela faz. Eu sou definida pela SD porque tudo que já fiz e faço na vida, tem a ver com meu modo de pensar e ver o mundo, e isto tudo é como se passasse por uma lente, que é a superdotação. Se eu não fosse SD provavelmente não iria começar a ler e escrever com 3 anos, e não imploraria aos meus pais para começar a aprender inglês com 5, e por conseqüência não iria direcionar meus interesses na área de Política Externa, portanto acredito que quem possui SD é sim definido por ela, todas as dificuldades, os obstáculos, a falta de compreensão, e claro, os benefícios da SD definem nossas vidas e relações com outros. É como se uma pessoa cega falasse que não iria deixar a cegueira lhe definir. Ué, claro, ela pode decidir que não irá deixar de viver sua vida devido a este fato, mas o modo como ela irá viver é sim definido por esta característica. Acho que o mais difícil é se aceitar como sendo diferente, e decidir como lidar com isso, como você disse, as pessoas percebem sua diferença, mas também enxergam como isto lhe torna especial, e o fato delas perceberem que você não enxerga o mundo como elas não te deixa mais grilada, e é isso o máximo, acho, que a gente pode fazer perante aos outros que não são SD, encontrar terreno comum até onde conseguimos, e aproveitar as diferenças para dar um ‘toque especial’ (total livro de auto-ajuda, eu sei kkkkkkk) nas situações! Ah, e sei que tem um ano que você escreveu o comentário, então aproveite o status de veterana agora e curta muuuito nas calouradas!!! (Eu sei, porque agora eu sou a ‘veterana’ mais veterana de todos no meu curso hehehehe!!!! Todo mundo é meu calouro!!! Ainda bem que na minha facu não existe jubilação hehehehe) E valeu pelas dicas de sites, muito bacana!
Dani a maioria dos artigos que leio são de sites em inglês ou francês, não sei se você se importa... Mas em português você pode procurar artigos ou livros da Dra. Helena Antipoff, pioneira no Brasil sobre o assunto, tem o site www.altashabilidades .com.br que é legal, o site da Mensa no Brasil: www.mensa.com.br, este artigo da Nara Joyce Wellausen Vieira no site: “periodicos.udesc.br/index.php/linhas/article/viewFile/1270/1081” que muuuito bom também! E no mais, pergunte ao seu namorado como é para ele ter altas habilidades, vai ser muito legal ele ver que você se interessa pelo modo como ele enxerga o mundo, só de ele saber isso você já estará rompendo um obstáculo importante (nossa hoje eu estou super colunista de auto-ajuda meeesmo hehehe), mas sério, é sempre bom saber que a pessoa com quem você está não ignora nossas diferenças (mesmo que elas possam irritar ao extremo nossas caras-metade...) E aqui no blog eu sempre coloco a fonte da qual eu tiro os artigos que traduzo, então neles também você pode encontrar muita coisa!
Anônima também acho que nós somos muito parecidos entre nós, muito mais do que os ‘normais’ entre eles, é bizarro como às vezes rola a identificação entre superdotados, eu não sei vocês, mas eu consigo, conversando, identificar outros SD, e quando isto acontece eu não consigo apagar o sorriso do meu rosto, fico até meio retardada, porque é muito bom encontrar outra pessoa que, mesmo que ela não saiba que é SD (como é o caso de todos meus amigos que são), tem a forma e a velocidade de pensamento que você, até mesmo quando a área de altas habilidades não é a mesma que a sua. Eu também, como você, sou generalista, acho que por isto você teve a impressão de estar ‘se lendo’ hehehe, é mesmo estranho, mas é legal! Ah, e eu também uso o termo ‘diagnosticada’ apesar de também achar que parece doença, queria saber um termo melhor... Idéias??? E olha, você falou que nunca conviveu com outros SD, eu convivi e convivo com poucos. Tinha um amigo que eu ‘encontrei’ quando eu tinha 15 anos e ele 14, meus pais queriam de todo jeito que eu acabasse com a amizade, porque ele (acho que por não saber que era superdotado, e como forma de ‘acalmar’ a mente, e de lidar com essa insanidade que é nossa forma de raciocínio) usava todos os tipos de droga humanamente possíveis, eu nunca abri mão dessa amizade na época. ‘Tomar banho’, demorou quase 10 anos para achar novamente alguém tipo eu, e meus pais queriam que eu deixasse para lá?? Jamais! Acabamos perdendo contato, mas quando nós dois sentávamos, só a gente, para conversar, era meio mágico. Há uns seis anos conheci um amigo de um primo, e que hoje é um dos meus melhores amigos, e lentamente fui descobrindo que ele também tinha altas habilidades, neste caso a descoberta não foi instantânea porque ele é ‘especialista’, a área dele é física (e afins), mas mesmo assim tem mais a ver com o ‘processo’ do pensamento, e é até engraçado, quando nós estamos com outras pessoas ligamos o ‘modo normal’ de conversação, quando estamos sozinhos é hora de viajar! E recentemente (coisa de um ano e meio) conheci uma amiga na faculdade (que também ignora sua SD). Ou seja, eu recomendo fortemente que você, sei lá, tente descobrir se existe algum grupo de SD na sua cidade, ou pegue o msn de alguém daqui do blog e veja se moram na mesma cidade, porque por mais bacana que seja ‘descobrir’ a galera, seja aqui no blog, seja em outro site, ou rede social, encontrar alguém cara a cara que tenha o mesmo ‘chip de processamento’ semelhante ao seu é fantástico! Eu sou de BH, de onde você é??? E se tiver tempo leia mesmo o blog, ou mesmo os outros sites sobre altas habilidades, valeu pela presença aqui!!!
E novamente obrigada a todos que lêem, a todos que ‘seguem’, até hoje acho meio surreal que alguém esteja lendo isso aqui... Vou tentar responder ou ‘comentar’ os comentários aqui mais freqüentemente!!! Abraço a todos!