sábado, 12 de junho de 2010

Heylighen - Parte 4

Oi, layout novo no Blog... Gostaram? Espero que sim, porque rola uma preguiça enorme de mudar de novo (isso porque demorou 2 segundos para mudar...).

Bem eu não acabei a tradução do texto do Heylighen:
http://pespmc1.vub.ac.be/papers/GiftedProblems.pdf

E como hoje é sexta, e eu estou de molho ainda por causa do Freddy, a criatividade não está falando muito alto aqui, então tradução it is...

Continuando:

" Terman e Owen (1959) descobriram que quatro características que distinguem os superdotados do grupo de controle de crianças normais ou medianas, mais claramente eram:
* Inteligência geral
* Desejo de conhecimento
* Originalidade
* Bom senso (
N.d.T.: Discordo, superdotados podem ser as pessoas mais sem-noção, em diversas situações)
Torrance (1965) argumentou que os superdotados são pensadores independentes. Dunn e Price (1980) forneceram evidências que demonstram que aqueles com habilidades medianas tem uma maior necessidade de estrutura externa do que aqueles que são superdotados. Uma diferença importante, então, entre pessoas normais e suas contrapartes superdotadas é a necessidade de uma estrutura externa imposta. Pessoas com altas habilidades são mais propensas a dar sentido às suas experiências intelectuais do que uma pessoa normal.

Outra diferença importante é o desejo de conhecer idéias complexas. Pessoas medianas possuem menos vontade de entender idéias por elas mesmas. Eles substituem a participação em situações sociais pela dominação de idéias ou a preferência por pensar e gerar idéias discutido como característica dos superdotados mentalmente (Powell, 1982) (N.d.T.: Essa frase ficou meio sem sentido, mas a original é meio sem sentido, então faz sentido a tradução estar sem sentido, compreendido?).

Possuir o desejo de conhecimento significa que indivíduos superdotados possuem uma necessidade de buscar os padrões inerentes, a lógica, ou significado em um conjunto de informações, enquanto a pessoa normal prefere que o padrão, a lógica, ou o significado já sejam gerados e explicados sem que eles precisem fazer isso.

Os altamente superdotados, por outro lado, possuem uma grande capacidade de criar estrutura e de organizar dados, e uma grande necessidade de 'saber'. Neste extremo, tais pessoas podem criar disciplinas completas (De Candolle) e/ou sistemas para compreender o universo (Newton e Einstein).

Outro problema para os altamente superdotados é que eles crescem com, e são muitas socializados por, pessoas próximas que não os compreendem o suficiente para guiar suas idéias e ações com um feedback válido. Isto era fato para Leopold e Loeb, a quem foi dado a liberdade de ir e vir como quisessem desde muito cedo. Os pais podem, também, muitas vezes, hesitar entre se sentirem orgulhosos e ter medo dos feitos da criança altamente superdotada. Orgulho parental nas conquistas pode rapidamente se tornar medo de um estigma social, que pode levar os pais a dar feedback inconsistente à criança superdotada. Portanto, crianças altamente superdotadas nunca têm certeza se é bom ou ruim ser muito inteligente. Então, seu conceito do valor de ser altamente superdotada se desenvolve de forma lenta e ambivalente.

Amigos, especialmente crianças, ficam muitas vezes confusas em relação à pessoa altamente superdotada, porque é difícil para eles se identificarem com as habilides cognitivas superiores desta. Eles podem subestimar o grau de superioridade dos altamente superdotados ao invalidar o feedback. Se este feedback for internalizado, uma auto-concepção pode ser construída baseando-se na diminuição do seu próprio valor.

Clark (1979) relatou a respeito de uma jovem estudante que havia passado 18 anos acreditando que ela não era inteligente porque ela perguntava mais questões do que os outros em sua classe. Mais tarde, na universidade, na classe de Clark, quando as características dos superdotados estavam sendo discutidas, a jovem ficou tão comovida que ela decidiu dizer que ela se identificava com os superdotados, embora ela não fosse superdotadas. Ela ficou tão emocionada que naquela noite ela ligou para seus pais. Durante a conversa com eles, a jovem estudante descobriu que ela possui um Q.I. de 165. Os funcionários da escola haviam aconselhado seus pais a não conversar com ela sobre seu Q.I. extraordinário. Isto resultou em um nível baixo de auto-estima acadêmica e a auto-concepção ridícula de ser burra!

(N.d.T
: Toda vez que eu ouço uma história deste tipo fico ridiculamente nervosa. Essa noção de que, 'não se deve contar a uma criança superdotada que ela é superdotada, senão ela pode se sentir diferente é uma babaquice sem fim! É patética a idéia de que a criança já não se sente diferente. É óbvio que sabendo ou não porque ela é diferente , ela já se sente diferente, e não conversar sobre isto dá margem para que esta criança ache que o problema está com ela, e não com o professor que não sabe lidar com ela, ou com os colegas que não a entendem, etc. Isto muitas vezes acontece devido a um complexo de inferioridade por parte dos pais ou professores, e acaba prejudicando a criança.)


Como uma criança de 12 anos altamente superdotada descreveu: "Um amigo de verdade é um lugar no qual você vai quando você precisa tirar as máscaras. Você pode dizer o que quiser ao seu amigo, pois ele vai realmente ouvir, e mesmo que ele não goste do que você tem a dizer, ele ainda vai gostar de você. Você pode retirar a camuflagem com um amigo de verdade e ainda sim se sentir seguro".

Sobre a superdotação, uma entrevista com Mary Rocamora

Superdotação, atualmente, dentre as comunidades de pesquisa, está sendo compreendida mais como uma experiência ou processo interno do que produtos externos como sinfonias, filmes, companhias de dança e coisas deste tipo.

E a comunidade científica está, agora, muito mais interessada em estudar a natureza deste processo interno, e em expandir o escopo para ir além de somente alta inteligência, que nós sabemos ser um componente da superdotação, para incluir outras qualidades como sensibilidade, perfeccionismo; uma qualidade conhecida como 'enteléquia', que é associada com ser visionário, ter visão pessoal, e ser apto a realizar esta visão a partir do interior - ao invés de necessitar de outras pessoas externamente para realizá-la. Qualidades como introversão também são comuns entre pessoas superdotadas, e uma outra qualidade chamada de 'fator autônomo' - que significa quee se você é superdotado, você não está interessado no fato de outras pessoas verem ou não o valor daquilo que você está fazendo, e você não relaciona tanto seu trabalho com a opinião das outras pessoas, e sim com como esta visão lhe parece, qual a importância dela para você. Também encontramos o idealismo em muitos jovens superdotados, onde existe de disparidade entre o que somos e o que poderíamos ser, e esta disparidade se torna o combustível para uma auto-transformação visando a perfeição. [...]

As pessoas podem se sentir assustadas ou intimidadas pelas pessoas superdotadas devido aos nossos esteriótipos societais de que os superdotados estão, de alguma forma, acima dos outros, e este não é o caso. Uma pessoa superdotada não é, necessariamente, um ser humano moralmente superior.

As pessoas também podem temer que os outros vão pensar que elas são 'metidas' se elas pensarem nelas mesmas como superdotadas - e aí está o estereótipo. E esta é uma das reais lutas de aceitar sua própria superdotação, nós temos estas idéias embutidas na nossa cultura de que as pessoas superdotadas são arrogantes, pessoas superdotadas são esnobes, que elas pensam que são melhores que os outros. E, tipicamente, este não é o caso; é mais provável que elas se sintam inadequadas em relação aos outros, devidos aos seus padrões altos. [...]

Eu nunca vi superdotação 'expirar o prazo de validade'. Eu já vi piorar - em casos que a sensibilidade aumenta, o perfeccionismo se torna mais intenso, o fator 'excitabilidade' - essa energia toda entrará em erupção.

Todas estas coisas se referem àquelas pessoas que estão cientes de si mesmas; para as pessoas que não possuem esta consciência, não faz diferença. E isto muitas vezes acontece a meninas superdotadas: devido ao condicionamento cultural é sabido que meninas superdotadas perdem por ano um ponto de Q.I. crescendo no sistema escolar. Elas não conseguem o 'espelhamento' e não conseguem o mentoramento - elas são 'só meninas'."

Bem, o texto não acabou, depois eu continuo...