segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Superdotados e Drogas - Parte 1

E ai galera, pra variar passei muito tempo longe daqui... Não esqueci de responder a Gy e o Cleber não, quero responder sim, iria fazer isto amanhã, mas depois de um refúgio desta cidade maldita no sítio, sem Internet e sem telefone (graças...), e ganhando mais faltas na facu do que tudo, cheguei hoje e já me informaram a infeliz notícia de que tenho prova na terça de uma matéria da qual assisti um total de MEIA aula, e li um total de ZERO textos, ou seja, já estou super bem preparada, nada para se preocupar....

Resolvi fazer este post pelo o seguinte: sou hiper fã de rock, principalmente rock clássico, desde Elvis, Bill Haley, Jerry Lee Lewis, aí vai Beatles (também, não gostar de Beatles é igual dizer que não curte chocolate, só doido...), Stones, Jimi Hendrix, Janis Joplin, The Doors (Jim Morrison is GOD, junto com o tio Nietzsche), Velvet Underground (piro com Velvet!!), Pink Floyd, passando pelo Southern Rock com Creedence e Lynard Skynard, ao início do Metal (reza a lenda, eu particularmente não concordo) com o Led, do punk dos Ramones e dos New York Dolls, AC/DC, Queen, chegando ao último estágio, o Grunge com Nirvana e Pearl Jam (Eddie Vedder is a Semi-GOD). Mas aí no meio rola um Michael Jackson (ahhh minha infância dançando Black o White, pode zoar, eu sei...), um Raulzito, uma tropicália básica, um Vinícius, um Chico, um Caetano, uma Elis, uma Nara, um Tianastácia (uhu Belzonte!!!), um Rapa, uma Amy Winehouse, etc...

Esse histórico todo do meu gosto musical (será que tem alguém lendo ainda??) é pelo seguinte, Jim Morrison, o Jimi Hendrix, a Janis Joplin, o Brian Jones (um ex-guitarrista dos Stones), Kurt Cobain, Robert Johnson (aquele Bluesman que reza a lenda vendeu a alma ao diabo para ser o melhor violonista e-v-e-r), entre outros, parece que são mais de 30 artistas que morreram com 27 anos. Mas o ponto aqui não é a idade que eles morreram, o ponto é que estes que citei são pessoas que, particularmente, considero superdotados na área musical, e todos mexiam com drogas, e a maioria morreu por causa de overdoses ou problemas decorrentes das drogas.

Pequena aulinha de história, se você já conhece as histórias pule para o próximo parágrafo. Janis Joplin, a jovem branca com voz de negra (ou, como eu penso, a voz de um ser sobrenatural, no bom sentido...), a Janis achava que Whisky era água (na verdade sua bebida preferida era o Southern Comfort que é tipo um Whisky frutado e com sabor de especiarias), e a droga de escolha da Janis era a heroína, ela morreu de 'overdose' acidental, mas falam que na verdade foi um carregamento de heroína que foi vendido adulterado (o famoso bad batch), e que várias pessoas morreram na mesma noite que Janis. Jim Morrison, vocalista do The Doors, também achava que Whisky era água, não tinha droga favorita, o que viesse era lucro, reza a lenda que morreu de overdose de heroína, mas rola uma teoria da conspiração devido ao fato dele ter medo de agulha entre outras coisas (google it), ele era fascinado com a morte ("break on through to the other side" "this is the end, my only friend, the end"). Jimi Hendrix dito (pelo menos por mim) o melhor guitarrista da história, mesmo histórico dos anteriores, muito álcool, drogas e talento juntos, morreu engasgado pelo próprio vômito depois de ter ingerido vários comprimidos com vinho. Kurt Cobain, vocalista do Nirvana, tido como porta voz de uma geração, papel com o qual nunca se sentiu confortável. Lutava contra a depressão e contra o vício em heroína, havia tentado suicídio, mas foi impedido pela polícia que o encontrou em um quarto com uma arma e uma garrafa cheia de pílulas, fugiu de uma clínica de reabilitação, voltou para sua casa em Seattle, e se suicidou com um tiro na cabeça, deixando o bilhete: (é uma carta longa, então os highlights) "Eu não tenho sentido a excitação de ouvir, bem como criar música, ler e escrever, por muitos anos... Algumas vezes eu sinto que deveria 'bater ponto' antes de entrar no palco, e eu já tentei de tudo para apreciar o que faço ( e eu aprecio, Deus, acredite, eu aprecio, mas não é suficiente)... Eu sou demasiadamente sensível. Eu preciso estar um pouco desensibilizado para recuperar o entusiasmo que eu tinha quando criança... Eu não consigo superar a frustração, a culpa e a empatia que tenho por todos. Existe o bem em todos nós e acho que eu simplesmente amo as pessoas demais, tanto que me faz sentir demasiadamente triste. O pequeno triste, sensível, que não consegue apreciar, Peixes, homem Jesus. Porque você não aproveita simplesmente? Eu não sei!... E me aterroriza ao ponto no qual eu mal consigo funcionar. Eu não consigo suportar a idéia da Frances ( a filha dele com a Courtney Love) se tornar uma roqueira da morte, miserável e auto-destrutiva como eu me tornei... Obrigada a todos do poço de meu estômago ardente e nauseado pelas suas cartas e preocupação durante os últimos anos. Eu sou um bebê mal-humorado e errático! Eu não tenho mais a paixão, então, lembrem-se, é melhor se queimar rapidamente do que desvanecer..."

E ainda, entre outros, existem os casos do Michael Jackson, falecido ano passado, e do Elvis. Ambos de overdose de remédios controlados. (Anetoda rápida, Elvis foi nomeado por um presidente, que não lembro o nome, oficial honorário para o combate as drogas, hehehe...). E da ilustre Amy Winehouse, uma menina, que coincidentemente fará 27 anos agora em Setembro (todo mundo cruza os dedos aí!), que já teve overdoses homéricas (sério, reza a lendo que teve uma de cocaína, heroína, Special K, ecstasy e LSD, e a mulher sobreviveu, sabe-se lá como...)

Todos estes artistas, em minha opinião, têm em comum o talento extraordinário na área musical, seja na composição, seja na habilidade com instrumentos, seja no carisma para com o público, e todos precisavam de um refúgio do mundo construído em volta deles. Um mundo no qual eles já não eram mais artistas, e sim um produto. Não havia mais espaço para o desenvolvimento criativo, o que havia era a pressão de gravadoras, empresários, da imprensa, e mesmo dos fãs. Como se nota pelo bilhete de Kurt, a paixão, a 'raisonêtre' destes artistas foi afogada por uma indústria de precisão, automática, cujo o lado humano era secundário ou inexistente. Isto já é o bastante para atingir emocionalmente uma pessoa normal, mas estes artistas não tinham nada de normal, eram superdotados, ou pelo menos altamente inteligentes no campo musical.

A Janis tem uma frase na qual ela diz que ela podia não durar tanto quanto as outras cantoras, mas sabia que iria se destruir se se preocupa-se demais com o amanhã. Pela maior parte, estes artistas não se preocupavam com o sucesso comercial de suas carreiras (mas este era obviamente bem-vindo), mas como sua música era feita, o que ela queria dizer para eles mesmos e para seus fãs. Janis foi uma adolescente 'rebelde', não se encaixava nos moldes do lugar onde nasceu, se sentia deslocada, queria dizer algo, mas não tinha quem ouvisse. Como expressar algo para pessoas que você sabe que não vão lhe compreender, e quando ela finalmente achou quem a ouvisse, suas idéias foram deturpadas e esmagadas para caber em um molde pré-fabricado. Isto pode ser dito de quase todos os artistas citados. Elvis chegou a parar de fazer shows durante uma época, porque o público era tão grande que fugia ao controle. Jim Morrison teve um ataque ao saber que 'Light my Fire' (apesar das letras desta música não serem dele) foi autorizada a ser um jingle de comercial. A obra que tinha um significado pessoal, que vinha de suas idéias, de seu íntimo, que era uma forma de expressar seus pensamentos (o que já é tão difícil para um superdotado), se tornou algo fútil, incompreendido.

A incompreensão, a redução de significado, é algo que fere. O artista superdotado faz sua música para que seus pensamentos, normalmente amontoados, sobrepostos, conectados de forma muitas vezes desconhecida para as pessoas normais, transpareça, na esperança da identificação com o outro, de que aquilo faça alguém refletir sobre algo que normalmente não o faria. Óbvio que o aspecto do entretenimento é o mais focado, assim como deveria, mas é triste ver alguém cantarolando "The End" como se fosse uma baladinha de carnaval. A incompreensão leva à solidão, assim como a fama, o não saber dos motivos da aproximação das outras pessoas.

A questão da inteligência neste ponto também não diz respeito somente aos músicos. Todos os superdotados (pelo menos a maioria, creio eu), sabe a tempestade que existe em seu cérebro, a vontade de fazer tudo e mais um pouco, e saber que não há tempo humanamente possível para fazer tudo. É a chuva de idéias que temos a respeito de vários assuntos, a forma como conectamos eles, a desilusão de saber que quase sempre que abrimos a boca, e formos nós mesmo, vamos encontrar uma platéia vazia, ou desinteressada, ou mesmo antagônica e temerosa. É a raiva de termos que ter máscaras perante outros para que possamos nos encaixar em mundo que não nos compreende, e nem está disposto a tentar, e que as vezes nem estamos muito afim de participar de tal mundo, mas o cotidiano vem como um peso a cada dia, e a utopia de o nosso 'normal' ser aceito cai por terra toda vez.

A música destes artistas é o espelho de seus talentos, e muitas vezes a felicidade de ser finalmente ouvido é substituída por uma angústia sem fim. As drogas servem como uma válvula de escape. Mas não como a de um viciado comum que usa de forma recreacional e vê a droga como um fim em si mesma. Os superdotados usam as drogas para que 'as vozes parem'. Para fugir um pouco deste mundo frente ao qual nos vemos impotentes. Não estou glamorizando e nem apoiando o uso de drogas. Só acho que as coisas não são tão em preto e branco como muitas pessoas fazem parecer. "Drogas viciam, destroem, matam, acabam com a vida normal das pessoas". Sim, ok, drugs BAD, got it. Mas muitas vezes é a única forma de não querer por um fim em sua vida. É a única forma de 'emburrecer' um pouco para se encaixar no 'normal' padrão. Alguém já viu 'House M.D.' o seriado americano? É um ótimo exemplo, o cara teve um problema na perna, e se viciou em Vicodin, se não me engano, um opiáceo sintético. Além da bengala, ele usa o medicamento como uma 'muleta', com a desculpa de dores excruciantes, na verdade, sendo extremamente inteligente, o remédio é a única forma que ele encontra de escapar de tudo, óbvio que é ficção, mas existem sim, viciados funcionais.

As vezes a droga é um botão de 'pause' no cérebro, uma forma de sobreviver sem se ver preenchido de angústia, solidão, incompreensão, impotência, de não querer fugir para uma ilha deserta para fugir de tudo e de todos, é a maneira de criar no próprio cérebro a tal ilha. É um raciocínio que muitas pessoas não entendem. A mensagem é que as drogas matam e prejudicam qualquer pessoa, até de um jeito irreparável. Mas estas pessoas não possuem um tornado no cérebro, elas não se sentem sufocadas pelas inutilidades, perversidades, malefícios, pela falta de objetivo da vida em si no sentido existencial. Para elas é: acordar, trabalhar, assistir TV, dormir, as vezes sair no fim de semana, as vezes tirar férias, e pronto, uma vidinha embrulhado com um laço vermelho, não há uma preocupação maior em relação ao seu papel no mundo, em relação a como o mundo está todo errado, para elas está tudo certo. É assim porque assim é, não há o que fazer, aliás dificilmente há alguma consideração se se deve fazer algo.

Por exemplo, eu fumo (cigarros normais, ok?) desde os 14 anos. Faz mal? Jura? Dá câncer? Sério? Prejudica as funções pulmonares e o condicionamento físico? Mentira! Nunca li nada a respeito disto. Pode custar minha vida eventualmente? Sim, assim como atravessar a rua para ir na padaria. Sei que muita gente vai achar isto ridículo e ignorante. Mas é a MINHA forma de pensar, eu fumo porque gosto. É vício? Não sei, porque quando viajo com meus pais (que o-d-e-i-a-m cigarro) as vezes fico semanas sem fumar, e sem sentir falta. Eu prefiro sentir um prazer agora, do que me preocupar em prolongar minha vida sem, pessoalmente, ter um objetivo. Todo mundo vai morrer, eu prefiro em prestações de nicotina. Para mim é uma forma de relaxar, espairecer, como diz O. Wilde "são a forma perfeita de prazer: elegantes e insatisfatórios". Nota rápida: vocês tinha que ver a cara da minha mãe quando eu pedi para ela me dar de presente o livro "Cigarros são Sublimes" do Richard Klein, impagável hehehe...

O modo como o cérebro superdotado funciona pode gerar muita pressão no indivíduo, e de acordo com Douglas Eby do site Talent Develop: http://talentdevelop.com/3212/gifted-and-talented-drugs-and-alcohol/ " muitas pessoas talentosas usam drogas e álcool para se auto-medicar e assim aliviar humores como ansiedade ou depressão, ou para 'amortecer' o stress e a intensidade emocional que podem ser parte da alta sensibilidade."

"Um jeito que encontrei de lidar com a depressão e com a ansiedade, há mais de duas décadas, foi usar cocaína. Felizmente, eu superei o vício de três anos usando a terapia comportamental cognitiva."

"Muitas pessoas também usam várias substâncias para aprimorar o pensamento e a inspiração criativa. Ou ao menos tentam."

" Em seu artigo "Uma visão bioantropológica do vício", http://www.addictioninfo.org/articles/603/1/A-Bioanthropological-Overview-of-Addiction/Page1.html, Doris F. Jonas, Ph.D, e A. David Jonas, M.D. consideram que 'um sistema nervoso tão bem adaptado a perceber as mínimas mudanças nos sinais ambientais claramente se torna oprimido e produz disforia quando seu portador deve existir entre o estímulo social exponencialmente aumentado de um ambiente moderno'"

"Aqueles com um sistema nervoso menos sensível são, eles escrevem,'mais bem adaptados às nossas condições de vida mais aglomeradas. Os mais sensíveis podem somente tentar aliviar seu desconforto ao embotar suas percepções com álcool ou drogas depressoras ou, alternativamente, ao usar drogas que alteram a consciência para transportar seus sentidos do mundo disfórico no qual eles vivem para um mundo privado deles."

"Em seu livro 'A Pessoa Altamente Sensível', Elaine N. Aron Ph.D. comenta 'Não é surpresa que artistas se voltam para as drogas, álcool e medicamentos para controlar sua excitação ou para reconectar com seu interior. Mas o efeito ao longo-prazo é um corpo ainda mais desbalanceado,'"

"Em seu artigo 'Garota Erva', http://talentdevelop.com/articlelive/articles/1034/1/Weed-Girl/Page1.html, Belinda Housenbold Seiger, PhD, LCSW escreve sobre uma cliente sua que ela chama de 'Garota Erva' (N.d.T: Hahaha, clássico instantâneo) - que estava 'bastante convencida que ela era um grande fracasso e havia esquecido de todas suas qualidades'. Dr. Seiger continua: 'Assim como muitas pessoas superdotadas que escutam a mensagem dupla de 'Nossa! Você é tão esperta ou criativa ou talentosa.' juntamente com 'É muito difícil lidar com você', a 'Garota Erva' nunca aprendeu a lidar com sua mente ocupada e agitada. Ao invés de desenvolver as capacidades essenciais de lidar e gerenciar o que eu chamo de 'fúria de alcançar', muitos adultos superdotados crescem fazendo exatamente o que a 'Garota Erva' aprendeu a fazer, ou seja eles aprendem a desensibilizar e emburrecer sua paixão e sensitividade fumando maconha.'"

Por hoje é só pessoal... Depois continuo esse post (que já está em proporções bíblicas...)

sábado, 10 de julho de 2010

Q.I.

A relação entre Q.I. e superdotação é um assunto polêmico, então vou lembrar a todos novamente que eu NÃO tenho nenhuma formação na área de psicologia, ou na de educação, e que não possuo nada que me credencie academicamente para falar do assunto. O que tenho são minhas experiências pessoais, e muitas horas de vôo na Internet. Este post não vai ter praticamente nenhuma referência 'bibliográfica' porque já são 2h da madruga e estou com preguiça...

O negócio é o seguinte: desde que a superdotação passou a ser entendida como a posse de algum tipo de inteligência em alguma área específica ou em um conjunto de áreas, começou-se a questionar o valor dos testes de Q.I. para identificar pessoas superdotadas. Até aí tudo bem. Por exemplo: o Ronaldinho Gaúcho é considerado por alguns como 'superdotado' fisicamente devido à sua habilidade com futebol, mesmo caso do Michael Phelps e a natação. Daí que todos com quem eu falo sobre superdotação me perguntam: 'Em qual área você é superdotada?'. No início eu ficava com cara de pastel, sem entender lhufas, porque para mim ou você é superdotada ou não... Esta história de possuir tipos diferentes de inteligência não queria dizer nada para mim.

Claro que, depois da terceira vez que alguém me perguntou isso, eu cansei de ficar com cara de otária e fui pesquisar. E parece que a pergunta foi: será que alguém que aparenta não ter nada de especial, não parece ser muito inteligente no geral ('parece' ok? Ninguém precisa tirar a arma ainda.), mas, por exemplo, toca piano primorosamente, não pode ser considerado algum tipo de pessoa superdotada?

E aí começaram os estudos sobre inteligências múltiplas, é tipo uma superdotação 'especializada'. Você é uma anta em português, geografia, história, física, química, não sabe pegar em um instrumento musical nem para salvar a vida, esporte é algo que pessoas com tempo demais disponível praticam, mas te passou algum exercício de matemática você faz de olho fechado no meio de um baile funk. (Não fiquem de olho fechado em um baile funk, não recomendo. Na verdade não recomendo o baile funk, pessoas acham que a nova Glock é a nova handbag da Louis Vitton...).

Enfim... O ponto é o seguinte, com a teoria das inteligências múltiplas, uma pessoa superdotada não possui necessariamente um Q.I. alto. Mas, de acordo comigo, uma pessoa com Q.I. alto, é necessariamente superdotada. A pessoa com o Q.I. alto seria, do meu ponto de vista, o 'generalista', em oposição ao 'especialista' das inteligências múltiplas. O superdotado com Q.I. alto é normalmente 'bom' em várias áreas, nem todas óbvio, pode ser um desastre em física, ou matemática, ou talvez em todas as matérias curriculares, mas pode saber desenhar, tocar instrumentos, falar vários idiomas, etc.

Eu gostaria de falar de Johann Wolfgang von Goethe. Ele, em alguns estudos, é a pessoa com um dos maiores Q.I. já visto, em alguns estudos é o maior. Existem alguns estudos que falam que o mérito do maior Q.I. é de Marilyn von Savant, com 228, mas existe muita controvérsia sobre o assunto já que foi aplicado a ela um teste muito anterior a sua época, que foi aplicado um teste para crianças com ela já adulta, e outras coisas deste tipo, e que na verdade o Q.I. dela é de somente 186. Outros falam que é o sul-coreano Kim Ung-yong com 210. (Nota nada a ver: o Q.I. do Dolph Lundgren, o loiro grandalhão dos filmes de ação é de 160 :0! Com um Q.I. desses você acha que o cara iria saber escolher melhor os roteiros dos filmes que faz né? Ou escolher fazer filmes COM roteiro...) Outros falam que é de um homem chamado William James Sidis, nascido em Boston, com o Q.I. estimado de até 250. Bem, obviamente não há um consenso.

Goethe pode até não ser o mais inteligente de todos, seu Q.I. é estimado, nos padrões atuais em 183. Nos padrões de Cox, em 1926, é de 210. Isto tudo, lembrando, porque nunca foi realmente aplicado um teste de Q.I. a Goethe (mas isto não interessa, para mim ele é o mais inteligente, e o blog é meu, então...). Goethe (1749 - 1832) foi um escritor alemão, que em minha opinião escreveu dois dos melhores livros já feitos e-v-e-r! 'Afinidades Eletivas' e 'Os Sofrimentos do Jovem Werther' ambos ficção, ambos fantásticos. Goethe era novelista, dramaturgo, poeta, cientista, geólogo, botânico, anatomista, físico, historiador de ciências, pintor, arquiteto, desenhista, economista, filósofo humanista e, durante dez anos, servidor público do Estado alemão de Weimar. Um 'generalista' como eu disse. Assim como daVinci (cujo Q.I. é dito ser mais baixo que Goethe, com 180, na mesma comparação Goethe aparece com 210).

Meu ponto é o seguinte: tudo bem que existem pessoas que possuem talentos específicos, e tudo bem que elas sejam consideradas superdotadas nos talentos que possuem. Mas acho que pessoas que possuem uma inteligência 'geral' apta, um Q.I. elevado, não estão no mesmo patamar que os 'especialistas'. Como sempre, não que sejam melhores ou piores, mas não estão na mesma categoria, a superdotação não é uma coisa só. Os estudos sobre inteligências múltiplas são extremamente úteis ao fugir dos conceitos antigos de 'inteligência', ao expandir o que é considerado inteligência. Mas, Gardner (o teórico das I.M.s) declara que o ser humano nasce com uma 'bagagem' com todas as inteligências (intrapessoal, interpessoal, cinestésica, espacial, musical, linguística, lógico-matemática) e que um desenvolvimento maior destas inteligências implica em maior aprendizado e trabalho. E que o próprio ambiente leva a pessoa a desenvolver o tipo de inteligência mais 'apto' àquele ambiente.

Não sei bem o que penso a respeito disto. Não acho que as inteligências são ressaltadas com aprendizado e trabalho, elas podem ser aprimoradas, mas não acho que se desenvolvem a partir disto. E considero que foi negligenciada a parte sobre pessoas com inteligências combinadas, ou que possuem todos os tipos de inteligências. Li que Gardner considera que a inteligência não é inata, e que não existem habilidades gerais, disto discordo completamente. Talvez o ponto dele tenha sido que a capacidade é inata, mas que a bagagem de conhecimento obviamente não o é, que certas pessoas nascem com uma 'mala' maior, e que com o tempo, como possuem maior espaço, vão preenchendo-a com aquilo com o que se identificam, ou com o que seu ambiente leve-os a se interessar. Se for isto, ok, mais ou menos. Fica a impressão que se pode escolher, conscientemente ou não, qual tipo de inteligência, ou qual habilidade será 'aprendida' ou ressaltada.

Acho que você já nasce com a 'fiação' pronta. O que acontece às vezes é que você pode não ter acesso a alguma habilidade que você possui. Por exemplo: você pode ser um pianista nato, mas se você nunca chegou perto de um piano na vida, nunca escutou alguém tocar, nunca escutou nenhuma música com piano, você nem sabe que existe algo chamado 'piano' (ei, pode acontecer...), obviamente você não desenvolve a capacidade. Mas aí fica o ponto de desenvolver a capacidade, essa relação com o tempo... Sou um pouco cética quanto a isso, porque existem pessoas que, seguindo o exemplo do piano, nunca viram ou ouviram um piano, desde criança isto, mas chegam à idade adulta e vêem ou escutam um piano pela primeira vez, logo em seguida, sem tempo para 'desenvolver' a habilidade, tocam primorosamente. Claro que vão tocar o que sentem na hora, ou mimicar o que ouviram, e só depois vão conhecer outras composições ou fazê-las, aí irão aprimorar sua capacidade.

Ai cansei... Vou dormir...

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Mais uma continuação do titio Heylighen...

Parte 5 do texto de Francis Heylighen (se estiver chato este texto que estou traduzindo me avisem, que parto para outro...)
Original disponível em:
http://pespmc1.vub.ac.be/papers/GiftedProblems.pdf

"Kathleen Noble, entrevistada por Douglas Eby

(...) O ponto de partida, declara a Dra. Noble , 'é sempre o auto conhecimento, que não é narcisismo. E para mulheres superdotadas, isto absolutamente inclui o reconhecimento da superdotação, porque a maioria das mulheres que são superdotadas, como você sabe, se acham excêntricas, e se sentem horrivelmente diferentes - isoladas, alienadas, excluídas, 'O que está errado comigo?' (...)
"A mudança tem que ocorrer em termos de evolução social e individual. A maioria das mulheres com quem eu trabalho que são superdotadas nega que o são, ou ficam completamente envergonhadas em admitir. Parece que estou sempre ensinando mulheres sobre as características da superdotação, e pedindo a elas para olhar para elas mesmas: 'Mesmo que você não queira admitir isto em voz alta porque você acha que é imodesto ou porque você se sente envergonhada, ao menos no fundo de seu coração admita sobre o que você lidando.'

(...)

A Dra. Noble sente que o isolamento parece ser uma questão comum para mulheres superdotadas. 'E parte da questão do isolamento tem a ver com introversão. Certamente não todas, mas eu diria que a maioria das mulheres superdotadas é introvertida. E a introversão por si mesma leva ao isolamento. Quando você é introvertida em uma cultura introvertida, existe uma maior aceitação; mas os EUA possuem uma cultura extrovertida. (N.d.T.: Obviamente este é uma entrevista feita nos EUA e que se refere à população americana, no entanto o Brasil é um país que possui uma cultura tão, ou provavelmente mais, extrovertida que os EUA, portanto o paralelo não é difícil de ser feito...) Ser introvertido em uma cultura extrovertida é tipo uma má sorte dupla. 'Portanto, junto com o entendimento sobre a superdotação, é importante entender sobre introversão, e saber que é um temperamento normal, e que elas realmente recebem sua energia da solidão. Então elas precisam desta solidão. Isto é saudável. Na verdade, não arranjar espaço para a solidão coloca as mulheres superdotadas em grave risco de desenvolver desde depressão até distúrbios alimentares, isto como meio de criar espaço pessoal suficiente, talvez totalmente inconscientes disto.

"Outra coisa que é parte da superdotação envolve uma consciência afetiva. Não cem por cento do tempo, mas muitas mulheres superdotadas possuem um radar intenso; elas são muito psíquicas, e isto pode intensificar a introversão, se você se afasta de multidões porque você sempre se sente crua, ou adquire muita energia. Portanto, se você possui este tipo de sensibilidade, você tem que honrá-la, e respeitá-la, e aprender como escolher essas energias que lhe nutrem e evitar aquelas que lhe drenam. É difícil. Estamos aprendendo o tempo todo."

" Em termos de encontrar amigos, você tem que entender que é difícil, e você terá que se esforçar. (...) A Internet está fornecendo os meios para encontrar e explorar relacionamentos. 'Isto é particularmente importante para mulheres em meios rurais.' nota a Dra. Noble. 'É um pouco mais fácil encontrar pessoas com os mesmos interesses se você está na cidade, ou se você está conectada a alguma universidade ou alguma 'fábrica de idéias'. É muito mais difícil se você está no mundo corporativo ou no mundo do varejo, ou em casa com crianças pequenas." (...)


Existe um número de qualidades que as mulheres superdotadas possuem que podem facilmente ser rotuladas erroneamente e mal diagnosticadas. Por exemplo, as mulheres superdotadas que são muito verbais muitas vezes recebem comentários de que elas falam demais. Bem, é verdade que muitas mulheres superdotadas falam muito. Algumas delas realmente falam demais, e não sabem ouvir bem. Mas eu já vi, particularmente em adolescentes, que as meninas superdotadas que possuem muita energia e são muito verbais são muitas vezes punidas por professores por estas qualidades, e estas qualidades então ficam representadas negativamente, ao invés de reconhecidas positivamente." (...)

Mulheres superdotadas tendem a combinar qualidades que nós tendemos a relacionar aos dois gêneros. Então, por exemplo, você tem mulheres que são altamente sensíveis e altamente
empáticas e compassivas (todos componentes da habilidade psíquica), combinado com altos níveis de energia e iniciativa, altos níveis de independência e autonomia, que são qualidades que a cultura recompensa em homens mas não em mulheres.

"Portanto de algumas formas, a patologização vem do fato que mulheres superdotadas, por sua própria natureza, não se encaixam nos papéis sociais de gênero tão estreitamente prescritos. E não somente em um país desenvolvido como os EUA, ou o Canadá, mas também em países em desenvolvimento, onde os papéis são geralmente ainda mais tradicionais."

Atitudes sociais criaram o que nós consideramos ser a normalidade. Então quando você fala de patologia, você está falando sobre o desvio do que é presumido ser a norma, e qualquer coisa que é remoto estatisticamente, ou diferente do que nós consideramos ser a norma, é rotulado como patologia ou 'ruim'." (...)

"Superdotação, per se, já foi muitas vezes descrita como patologia. Eu já tive vários clientes a quem foi dito que eles são 'sensíveis demais', 'empáticos demais', 'espertos demais', 'verbais demais'. Eu não consigo pensar em uma pessoa que já vi que não tenha sido patologizada, por ser 'demais' - e eu coloco isto entre aspas - todas essas coisas: 'dinâmico demais', 'com manias demais', 'introspectivo demais', 'intuitivo demais' - blah, blah, blah."

"Depende somente do cenário. Uma de minhas clientes é uma médica que é extremamente intuitiva: quando ela estava na escola de medicina, ela conseguia fazer diagnósticos dos quais ela ainda não possuía conhecimento suficiente para poder fazer, mas ela conseguia 'ler' o corpo. E, claro, o que o seus professores a disseram: 'Você é tão estranha.'"

"É por isso que eu acho que se uma pessoa, uma mulher superdotada, irá procurar ajuda de um terapeuta, a primeira coisa que ela tem que fazer é se educar sobre a superdotação. Isto é muito importante. E então ela tem que educar seu terapeuta sobre superdotação, porque muitos poucos médicos da área de saúde mental sabem algo sobre o assunto."

Comportamentos Associados com Superdotação (WEBB, 1993)

Falta de atenção, tédio, sonhar acordado em situações específicas.
Baixa tolerância à persistência em tarefas que parecem irrelevantes.
Julgamento é atrasado em relação ao desenvolvimento do intelecto.
Intensidade pode levar a luta de forças, confrontações com autoridades.
Alto nível de atividade; pode precisar de menos horas de sono (
N.d.T.: Hahahahaha, menos horas de sono!!! Minha mãe fala que eu estou em uma eterna fase de crescimento... Eu preciso de no MÍNIMO 9 horas de sono normalmente, se posso, durmo 12. Mas pode ser só que eu sou preguiçosa... Mas acho que é porque normalmente não tem nada interessante para fazer. Quando eu viajo, às vezes durmo 4 ou 5 horas durante vários dias, as vezes fico até sem dormir para aproveitar mais, e fico tranquila, não sinto necessidade de dormir mais e não fico nem cansada. Então acho que minha vida normal está entediante, portanto prefiro dormir, deve ser isso...)
Questiona regras, costumes e tradições.
Considera a situação e o cenário.
Na sala de aula, a visível inabilidade de uma criança superdotada de se manter concentrada, focar na tarefa, é provavelmente relacionada ao tédio, ao currículo, ao estilo de ensino mal adaptado, ou a outros fatores ambientais.

Crianças superdotadas podem passar de um quarto até metade do tempo regular de classe esperando os outros lhe alcançar - ainda mais se eles estiverem em uma classe agrupada de forma heterogênea. O seu nível específico de realização acadêmica é normalmente de duas a quatro classes acima da que estão colocadas. Estas crianças geralmente reagem às situações na classe que não as desafiam ou que progridem lentamente com falta de atenção, comportamento alheio à tarefa, interrupções ou outras tentativas de auto entretenimento.

Diagnósticos Equivocados dos Superdotados
por Lynne Azpeitia, M.A. e Mary Rocamora, M.A.

Indivíduos superdotados enfrentam vários desafios. Um deles é conseguir ser corretamente identificado por psicoterapeutas, e outros, como superdotado.
É bem conhecido entre pesquisadores dos superdotados, talentosos e criativos que estes indivíduos exibem maior intensidade e níveis elevados de excitabilidade emocional, imaginativa, intelectual, sensual e psicomotora e que isso é um padrão normal de desenvolvimento. É porque estes adultos e crianças superdotadas possuem uma estrutura psicológica primorosamente afinada e uma consciência organizada que eles experienciam todos os aspectos da vida de forma diferente e mais intensamente que aqueles a sua volta.

Estas características, entretanto, são frequentemente percebidas por psicoterapeutas e outros como evidência de perturbação mental porque faltam à maioria da população informações precisas sobre as características especiais dos indivíduos, casais e famílias superdotadas. A maioria das pessoas não sabe que o que é considerado normal para os superdotados é geralmente rotulado de neurose na população geral e que como resultado, os superdotados são pessoalmente e emocionalmente vulneráveis a uma variedade de dificuldades de relacionamento única em casa, no trabalho, na escola e na comunidade.

Visto que os superdotados funcionam com relativamente altos níveis de intensidade e sensibilidade, quando eles procuram terapia são frequentemente diagnosticados de forma errada porque os terapeutas não recebem treinamento especializado para a identificação e tratamento de pessoas que possuem padrões de desenvolvimento complexos e avançados.

A avaliação terapêutica de pessoas superdotadas com desenvolvimento assíncrono, elevados níveis de consciência, energia e resposta emocional, e um intenso nível de confusão interna geralmente resulta em sua transição de desenvolvimento sendo indevidamente rotulada de distúrbio de personalidade ou de atenção. Histriônico, disrítmico, ciclotímico, borderline, narcisista, TDAH (Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade) ou DDA (Distúrbio do déficit de atenção) são alguns dos rótulos diagnósticos erroneamente usados para descrever estágios normativos da desintegração positiva.

Os resultados destes tipos de diagnósticos equivocados podem abranger desde negligência benigna às estratégias de aconselhamento equivocadas que invalidam e tentam 'normalizar' o complexo processo interno dos superdotados. Quando diagnosticados erroneamente os clientes superdotados são prescritos medicações que suprimem os 'sintomas da superdotação', existe o perigo de que a maravilhosa fúria interna do processo da superdotação seja neutralizada, assim minimizando o potencial para uma vida de realizações e satisfações. Como resultado, aqueles que têm mais a oferecer à sociedade são os menos prováveis a ter suas necessidades terapêuticas atendidas.

Para os superdotados, conflitos internos são sinais desenvolvimentais e não degenerativos, porque conduzem a pessoa superdotada para frente para substituir os modos de pensar e de estar atuais por aqueles de níveis de desenvolvimento elevado. Este tipo de desintegração positiva é caracterizado por uma tensão interna intensificada entre o que ele é e o que ele pode ser. Esta tensão dinâmica é o que abastece a vida interna da pessoa criativa e provê o ímpeto para crescimento e desenvolvimento. Qualquer terapeuta que trabalha com a população superdotada deve ser familiarizado com estes processos internos, que são utilizados para desenvolver potencial avançado - de outra forma, o terapeuta arrisca infligir maiores danos psicológicos.

Quando trabalhando com um superdotado, o terapeuta deve adereçar as seguintes questões intrapessoais: o estresse interno de ser superdotado; o trauma emocional do desenvolvimento rápido; os efeitos da introversão, intensidade, perfeccionismo e sensibilidade extraordinária sobre si mesmo e outros; o reconhecimento dos sintomas de compromisso mental insuficiente; a importância da interação com outras pessoas superdotadas, e de canalizar e focar uma abundância de energia física, sensual, intelectual e emocional.

Desafios interpessoais únicos que indivíduos, casais e famílias superdotadas encontram durante suas vidas incluem aprender a interagir no mundo mainstream; gerenciar expectativas e pressões para se ajustar à norma; neutralizar hostilidade, ressentimento, antagonismo e sabotagem inconscientes direcionadas a eles porque eles são percebidos como favorecidos intelectualmente, criativamente ou pessoalmente; criar limites apropriados para o uso de suas habilidades
(N.d.T.: Quem vê, acha que nós temos super poderes né? "Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades". Pois é, estou esperando meu jato de teia até hoje...); colaborar com outros, e gerenciar os dilemas diários da superdotação envolvendo parentes, chefes, colegas de trabalho, vizinhos, orientadores, professores e outros membros da comunidade.

sábado, 12 de junho de 2010

Heylighen - Parte 4

Oi, layout novo no Blog... Gostaram? Espero que sim, porque rola uma preguiça enorme de mudar de novo (isso porque demorou 2 segundos para mudar...).

Bem eu não acabei a tradução do texto do Heylighen:
http://pespmc1.vub.ac.be/papers/GiftedProblems.pdf

E como hoje é sexta, e eu estou de molho ainda por causa do Freddy, a criatividade não está falando muito alto aqui, então tradução it is...

Continuando:

" Terman e Owen (1959) descobriram que quatro características que distinguem os superdotados do grupo de controle de crianças normais ou medianas, mais claramente eram:
* Inteligência geral
* Desejo de conhecimento
* Originalidade
* Bom senso (
N.d.T.: Discordo, superdotados podem ser as pessoas mais sem-noção, em diversas situações)
Torrance (1965) argumentou que os superdotados são pensadores independentes. Dunn e Price (1980) forneceram evidências que demonstram que aqueles com habilidades medianas tem uma maior necessidade de estrutura externa do que aqueles que são superdotados. Uma diferença importante, então, entre pessoas normais e suas contrapartes superdotadas é a necessidade de uma estrutura externa imposta. Pessoas com altas habilidades são mais propensas a dar sentido às suas experiências intelectuais do que uma pessoa normal.

Outra diferença importante é o desejo de conhecer idéias complexas. Pessoas medianas possuem menos vontade de entender idéias por elas mesmas. Eles substituem a participação em situações sociais pela dominação de idéias ou a preferência por pensar e gerar idéias discutido como característica dos superdotados mentalmente (Powell, 1982) (N.d.T.: Essa frase ficou meio sem sentido, mas a original é meio sem sentido, então faz sentido a tradução estar sem sentido, compreendido?).

Possuir o desejo de conhecimento significa que indivíduos superdotados possuem uma necessidade de buscar os padrões inerentes, a lógica, ou significado em um conjunto de informações, enquanto a pessoa normal prefere que o padrão, a lógica, ou o significado já sejam gerados e explicados sem que eles precisem fazer isso.

Os altamente superdotados, por outro lado, possuem uma grande capacidade de criar estrutura e de organizar dados, e uma grande necessidade de 'saber'. Neste extremo, tais pessoas podem criar disciplinas completas (De Candolle) e/ou sistemas para compreender o universo (Newton e Einstein).

Outro problema para os altamente superdotados é que eles crescem com, e são muitas socializados por, pessoas próximas que não os compreendem o suficiente para guiar suas idéias e ações com um feedback válido. Isto era fato para Leopold e Loeb, a quem foi dado a liberdade de ir e vir como quisessem desde muito cedo. Os pais podem, também, muitas vezes, hesitar entre se sentirem orgulhosos e ter medo dos feitos da criança altamente superdotada. Orgulho parental nas conquistas pode rapidamente se tornar medo de um estigma social, que pode levar os pais a dar feedback inconsistente à criança superdotada. Portanto, crianças altamente superdotadas nunca têm certeza se é bom ou ruim ser muito inteligente. Então, seu conceito do valor de ser altamente superdotada se desenvolve de forma lenta e ambivalente.

Amigos, especialmente crianças, ficam muitas vezes confusas em relação à pessoa altamente superdotada, porque é difícil para eles se identificarem com as habilides cognitivas superiores desta. Eles podem subestimar o grau de superioridade dos altamente superdotados ao invalidar o feedback. Se este feedback for internalizado, uma auto-concepção pode ser construída baseando-se na diminuição do seu próprio valor.

Clark (1979) relatou a respeito de uma jovem estudante que havia passado 18 anos acreditando que ela não era inteligente porque ela perguntava mais questões do que os outros em sua classe. Mais tarde, na universidade, na classe de Clark, quando as características dos superdotados estavam sendo discutidas, a jovem ficou tão comovida que ela decidiu dizer que ela se identificava com os superdotados, embora ela não fosse superdotadas. Ela ficou tão emocionada que naquela noite ela ligou para seus pais. Durante a conversa com eles, a jovem estudante descobriu que ela possui um Q.I. de 165. Os funcionários da escola haviam aconselhado seus pais a não conversar com ela sobre seu Q.I. extraordinário. Isto resultou em um nível baixo de auto-estima acadêmica e a auto-concepção ridícula de ser burra!

(N.d.T
: Toda vez que eu ouço uma história deste tipo fico ridiculamente nervosa. Essa noção de que, 'não se deve contar a uma criança superdotada que ela é superdotada, senão ela pode se sentir diferente é uma babaquice sem fim! É patética a idéia de que a criança já não se sente diferente. É óbvio que sabendo ou não porque ela é diferente , ela já se sente diferente, e não conversar sobre isto dá margem para que esta criança ache que o problema está com ela, e não com o professor que não sabe lidar com ela, ou com os colegas que não a entendem, etc. Isto muitas vezes acontece devido a um complexo de inferioridade por parte dos pais ou professores, e acaba prejudicando a criança.)


Como uma criança de 12 anos altamente superdotada descreveu: "Um amigo de verdade é um lugar no qual você vai quando você precisa tirar as máscaras. Você pode dizer o que quiser ao seu amigo, pois ele vai realmente ouvir, e mesmo que ele não goste do que você tem a dizer, ele ainda vai gostar de você. Você pode retirar a camuflagem com um amigo de verdade e ainda sim se sentir seguro".

Sobre a superdotação, uma entrevista com Mary Rocamora

Superdotação, atualmente, dentre as comunidades de pesquisa, está sendo compreendida mais como uma experiência ou processo interno do que produtos externos como sinfonias, filmes, companhias de dança e coisas deste tipo.

E a comunidade científica está, agora, muito mais interessada em estudar a natureza deste processo interno, e em expandir o escopo para ir além de somente alta inteligência, que nós sabemos ser um componente da superdotação, para incluir outras qualidades como sensibilidade, perfeccionismo; uma qualidade conhecida como 'enteléquia', que é associada com ser visionário, ter visão pessoal, e ser apto a realizar esta visão a partir do interior - ao invés de necessitar de outras pessoas externamente para realizá-la. Qualidades como introversão também são comuns entre pessoas superdotadas, e uma outra qualidade chamada de 'fator autônomo' - que significa quee se você é superdotado, você não está interessado no fato de outras pessoas verem ou não o valor daquilo que você está fazendo, e você não relaciona tanto seu trabalho com a opinião das outras pessoas, e sim com como esta visão lhe parece, qual a importância dela para você. Também encontramos o idealismo em muitos jovens superdotados, onde existe de disparidade entre o que somos e o que poderíamos ser, e esta disparidade se torna o combustível para uma auto-transformação visando a perfeição. [...]

As pessoas podem se sentir assustadas ou intimidadas pelas pessoas superdotadas devido aos nossos esteriótipos societais de que os superdotados estão, de alguma forma, acima dos outros, e este não é o caso. Uma pessoa superdotada não é, necessariamente, um ser humano moralmente superior.

As pessoas também podem temer que os outros vão pensar que elas são 'metidas' se elas pensarem nelas mesmas como superdotadas - e aí está o estereótipo. E esta é uma das reais lutas de aceitar sua própria superdotação, nós temos estas idéias embutidas na nossa cultura de que as pessoas superdotadas são arrogantes, pessoas superdotadas são esnobes, que elas pensam que são melhores que os outros. E, tipicamente, este não é o caso; é mais provável que elas se sintam inadequadas em relação aos outros, devidos aos seus padrões altos. [...]

Eu nunca vi superdotação 'expirar o prazo de validade'. Eu já vi piorar - em casos que a sensibilidade aumenta, o perfeccionismo se torna mais intenso, o fator 'excitabilidade' - essa energia toda entrará em erupção.

Todas estas coisas se referem àquelas pessoas que estão cientes de si mesmas; para as pessoas que não possuem esta consciência, não faz diferença. E isto muitas vezes acontece a meninas superdotadas: devido ao condicionamento cultural é sabido que meninas superdotadas perdem por ano um ponto de Q.I. crescendo no sistema escolar. Elas não conseguem o 'espelhamento' e não conseguem o mentoramento - elas são 'só meninas'."

Bem, o texto não acabou, depois eu continuo...

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Resposta ao comentário do Daniel

Ah... 3 e meia da madrugada e minha mãe me xingando para ir dormir... De volta aos velhos tempos... Sim, porque com as tais crises de dor de cabeça eu estava dormindo em horários de pessoas 'normais', indo para a cama as 23:00 e pulando da cama com dor às 6:30. O fato de eu ainda estar acordada e sem dor é um bom sinal...

Mas então, li o comentário do Daniel Habib e achei super legal. Tipo, alma gêmea hehehe... Tem dor de cabeça (o que não é legal, a propósito), é superdotado, fez umas 30 faculdades diferentes (ou pelo menos começou) e fez até o Caminho de Santiago!

Como ele disse e outras pessoas também já comentaram aqui no Blog (Cláudia um dia eu juro que apareço de novo no MSN!), é legal saber que você não está sozinha. Que existem outras pessoas que tem as mesmas características e problemas que você tem.

Daniel, professor fala que gosta de discussão (a maioria, nem todos, ok?) por que alguém deve ter colocado isso em algum manual que eles lêem. Aluno bom é aluno calado que regurgita tudo que está no livro. Deus nos livre que alguém queira discutir que 'Contrato Social' é o nome mais imbecil para um teoria na qual uma das partes cai de paraquedas no tal contrato. Ou que não adianta colocar consciência política como pré-requisito para democracia em uma teoria política sem que exista educação suficiente para que tal consciência exista. Só exemplos do nível da graduação... Um exemplo é meu, outro é de outra pessoa do meu curso, a discussão começa e os professores saem pela tangente.

Existem ótimos professores, mas normalmente eles querem dar aula na Pós, porque acreditam que alunos de graduação são pessoas ignorantes desinteressadas (muitas vezes corretamente, mas enfim...), os poucos bons que estão na graduação devem ser valorizados, mas as próprias faculdades não os valorizam,e isso faz com que os poucos alunos que tinham algum interesse o percam.

E muito bacana esse nagócio de você ter começado 4 faculdades até conseguir terminar uma. Assim, não deve ter sido legal para você obviamente, mas falo que foi bacana porque me dá mais esperança sobre esse história de escolher o que fazer para o resto da vida e tudo (vide post abaixo). E acho que a vida seria mais bonita se além de poder escolher o curso que você quer fazer, você pudesse escolher quais matérias e quais professores (a gente ainda pode sonhar, né?).

Mas enfim, gostei muito do seu comentário, continue comentando e dando feedback aqui! E Buen camiño! Hehehe...

Liberdade...

Gente, que lindo, mais pessoas lendo o blog... Sério, quando começei isso falei que queria que fosse um fórum e que mais pessoas pudessem compartilhar suas idéias sobre o tema, mas numa boa, achei que ia ser um blog meio obscuro que TALVEZ minha meus pais e um ou dois amigos fossem ler. Doido de mais que tem mais gente lendo (e até gostando)... Ok, momento deslumbrada: over. Mais uma vez desculpem-me pela sumida, tem coisa demais acontecendo... E é sobre isso que queria escrever hoje.

Fiz um intercâmbio ano passado que me mudou profundamente, eu voltei sem saber quem era direito, não sabia se queria continuar na faculdade, terminei com meu namorado, começei a ficar mais em casa... Mil coisas... Esse semestre estou deixando TUDO acumular, devo ter feito duas provas na faculdade e só, e agora com essa porcaria de dor de cabeça o acúmulo cresceu exponencialmente.

Meus pais que são anjos e sempre me apoiaram (vide post mais abaixo...) não são cegos nem nada e perceberam que eu estava num espiral para baixo e as coisas estavam meio fora de controle, me falaram que se eu quisesse largar o curso, tudo bem. E que se eu quisesse viajar (na medida financeira possível, porque, né, a árvore de dinheiro aqui de casa não vingou) eu podia... E isso me assusta e muito, eles basicamente me deram a liberdade de fazer o que eu quiser...

Eu já mencionei aqui um texto do James Webb sobre depressão existencial (google it) no qual ele fala sobre a desintegração e reintegração positiva e negativa (google it também) e como uma das três causas da depressão existencial, especialmente em pessoas superdotadas, é a liberdade existente de podermos moldarmos nossas vidas pois somos nós que criamos nossas estruturas (um dia eu animo de traduzir esse texto do Webb, é que são quase 40 páginas, preguiça...). Enfim, assim quando meu pais me falaram que eu podia fazer o que quisesse eu meio que desesperei.

Como eu já disse antes meu maior problema ao escolher um curso de graduação não foi que eu não sabia o que queria fazer, e sim que eu não sabia o que eu NÃO queria fazer. Eu queria fazer medicina de urgência para trabalhar com os Médicos Sem Fronteiras (se vocês acharam isso bizarro é porque eu ainda não falei da idéia do kibbutz para esse ano...); eu queria fazer cinema, ser diretora e ir dizer pro Tarantino que ele é o amor da minha vida; eu, desde os 5 anos, falava pra minha mãe que ia ser astrônoma porque esse povo burro da Nasa não sacou até hoje que a chave para a viagem no tempo está nos buracos negros; eu queria mexer com matemática financeira e ia ficar gritando igual louca: "Compra! Compra tudo" na Bolsa de Valores (de Nova York, e não na de São Paulo, que fique bem claro!); eu queria fazer história, porque era a única matéria que conseguia prender minha atenção, e ia me especializar na 2a Guerra Mundial; eu queria trabalhar com política, porque acho que nosso país está num caminho que tem volta sim e eu queria fazer parte dessa volta; eu queria fazer tudo e mais um pouco.

Acabei optando por Relações Internacionais, porque, claro eu queria viajar o mundo inteiro, e a paixão por política falou mais alto. E claro que só fui descobrir o que eu realmente (acho) que quero fazer depois que tinha iniciado o curso. Eu amo cozinhar. Só que pensando na praticidade da coisa, cozinheiro ganha muito mal no Brasil em geral, em BH nem se fala, eu não tenho dinheiro para abrir um restaurante, e também não tenho coragem de pedir pros meus pais mais de mil reais por mês para pagar uma faculdade de gastronomia sem saber se vai dar certo, ou mesmo se daqui um ano eu não vou me apaixonar perdidamente por, sei lá, design gráfico, e querer largar o curso. Então, bora deixar gastronomia sob o tag de hobbie...

Voltando para a situação atual, essa proposta dos meus pais me deixou desesperada porque sou EU que vou desenhar meu futuro agora... Eu sei que deve ter muita gente falando: "Oh, queria ter seu tipo de problema, poder viajar pra onde quiser, fazer o que quiser, e ainda está reclamando". Para estas pessoas, tem um botão na parte superior direita (de quem olha) no seu navegador com um X no meio, clique e seja feliz. Para quem ainda está aqui, o problema é mais uma coisa existencial, como escolher o que eu quero fazer e quem eu quero ser, se eu não tenho a mínima idéia de onde começar.

Muitas coisas que li sobre pessoas superdotadas falam sobre o 'pensar sobre pensar' que é basicamente se perder nos seu pensamentos em relação ao que significa estar viva, estar aqui, por que eu sou eu, por que o mundo é do jeito que é, eu posso mudar alguma coisa? Eu quero mudar alguma coisa? Então a partir do momento que se processa a liberdade que possuímos de moldar nosso 'eu' e as vezes nosso ambiente, e se pensarmos que vamos morrer daqui a pouco, e que (obviamente depende da sua crença) que só vivemos uma vez, e que se eu errar, não vou ter outra chance, não existe reset da existência humana, com uma decisão eu posso arruinar minha vida. E a questão não é a covardia, não é não fazer nada por medo de errar, é o congelamento que este pensamento provoca. Eu estou paralizada no último mês, sem saber o que penso e pra onde vou. Não estou suicida nem nada, minha vida rotineira vai bem, na medida do possível, obrigada. Mas a tal decisão pendente do 'que eu vou fazer pro resto da minha vida' pesa a cada segundo.

E eu sei que muita gente me fala que é para parar de ser tão dramática e fazer qualquer coisa pelo menos para não ficar parada, e se não der certo é só recomeçar. Obviamente esta é coisa racional a se fazer. Mas vai contrabalancear racional X instinto para ver quem ganha (Tio Nietzsche disse que é o instinto, e Nietzsche é Deus, então pronto).

O objetivo deste post era falar sobre como a superdotação incorre em vários talentos e vários interesses que as vezes deixam as pessoas perdidas e sem saber como a liberdade que possuímos na maioria das escolhas muitas vezes sufoca. Eu sei que falei de um ponto de vista extremamente pessoal, mas como ponto de vista objetivo não existe, então tá aí...

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Contribuição

Ei Bárbara, agradeço seu comentário e o fato de você estar acompanhando o Blog, espero que esteja gostando.

A Bárbara deixou o link de uma pesquisa que ela fez sobre a superdotação na fase adulta, eu ainda não li, mas com certeza vou ler.

http://cascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2933

É algum tipo de coincidência bizarra ou as pessoas do Rio Grande do Sul são as que parecem ter o maior nível de interesse e conhecimento quanto a superdotação. A dissertação da Bárbara é do RS, e a Tese de doutorado que eu havia citado em outro post da Dra. Susana Pérez também é do RS. E muitas associações e escolas para superdotados estão mais presentes no Rio Grande do Sul. (E nos estados da região Sul em geral) Mistério interessante.

Então, está um pouco difícil de escrever no Blog porque minhas crises de Cefaléia em Salvas voltaram. Para quem não conhece (e provavelmente ninguém conhece porque é uma doença bem obscura, lucky me), a Cefaléia em Salvas (CS) é uma 'dor de cabeça', mas não tem nada a ver com a dor de cabeça comum, nem com a enxaqueca. Sim, porque toda vez que eu falo que tive crise de dor de cabeça as pessoas viram e falam 'Ah, eu também tenho enxaqueca'. CS não é enxaqueca, a dor é na cabeça, mas as similaridaades param por aí. Quem tem enxaqueca tem fotofobia, não aguenta sons, e tem que ficar quieto. Com a CS eu fico enlouquecida, quando a crise vem parece que tem alguém enfiando uma faca repetidamente do lado direito da minha face, alguém tentando tirar meu olho com um espeto quente, eu fico andando para lá e para cá, na maioria das vezes gritando e batendo com a cabeça na parede. É super agradável...

Eu não tinha essa merda desde 2006, e agora ela resolveu fazer um retorno triunfal. Eu assisti o novo A Hora do Pesadelo (o do Freddy Kruger, sabe? I have a thing for Wes Cravens), e decidi apelidar minha dor de Freddy. Porque quando eu durmo a dor me acorda de uma vez. Então o negócio é que eu tenho medo de dormir, senão Freddy vai vir esfaquear minha cabeça. É complicado tentar explicar essa dor para outras pessoas, porque a maioria acha que é só tomar um comprimido e deitar que tudo vai se resolver. Não vai. Durante as crises eu tenho que tomar uma injeção de sumatriptano, colocar uma máscara de oxigênio, e quando estou no hospital, até morfina entra no jogo. Um médico especialista no Freddy falou que a comparação da dor e a de a amputação de um membro sem anestésico. Como eu disse, super agradável.

Mas cheeega de tragédia... Vou fazer o post terminando o texto do Heylighen agora, bjs

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Problemas da Superdotação - Parte 3

Continuando com o texto de Francis Heylighen, disponível em:

http://pespmc1.vub.ac.be/papers/GiftedProblems.pdf

Heylighen menciona as características de superdotação que podem gerar problemas na sala de aula (e, por minha conta, extrapolando, no ambiente de trabalho também, não que eu saiba na prática. A propósito, se alguém quiser contratar uma estagiária, juro que me comporto):

"Fica entediado com tarefas rotineiras;
Resiste à mudança de atividades ou temas interessantes;
É crítico de si mesmo e outros, impaciente com fracasso, perfeccionista;
É vocal quando discorda de outros, discute com professores;
Faz piadas ou trocadilhos que adultos não consideram apropriados;
É tão sensível emocionalmente e empático que adultos consideram uma reação desproporcional, pode ficar nervoso ou chorar quando as coisas dão errado ou não são justas;
Ignora detalhes, pode entregar trabalho 'bagunçado';
Rejeita autoridade, não se conforma, teimoso;
Domina ou se retrai em situações que requerem cooperação para uma tarefa;
É altamente sensível quantos a estímulos do ambiente, como luzes e barulho.

Estas reações de alunos superdotados ao ambiente regular de educação são normais somente dentro do contexto do entendimento do superdotado. Sem tal entendimento, estas podem ser utilizadas para rotular o aluno como possuidor de DDA/DHDA (Distúrbio de Déficit de Atenção; Distúrbio de Hiperatividade/Déficit de Atenção) ou distúrbios emocionais severos."

A Natureza Psicosocial e Intelectual da Superdotação Extrema
(Phillip M. Powel e Tony Haden, Roeper Review, Vol. 6, No. 3, Pag. 131-133. Fevereiro, 1984)

Os altamente superdotados são raros na população. Usando scores de Q.I. como um index superficial para analisar esta raridade, aqueles com Q.I. superior à 150 ocorrem 5-7 vezes em 10.000 pessoas. A literatura sobre este tipo de superdotação também é rara. Entretanto, tentativas de entender os altamente superdotados são valiosas porque podem nos ajudar a ajudá-los a alcançar seu potencial. Já foi relatado que quanto maior o nível de superdotação, maiores as chances de dificuldades de ajustamento psicológico e social.

CONTINUA...

sábado, 17 de abril de 2010

Problemas da superdotação - Parte 2

Seguindo com o artigo de Francis Heylighen:

http://pespmc1.vub.ac.be/papers/GiftedProblems.pdf

Asteriscos para características de altas habilidades, e # para características da teoria de Maslow.

MOTIVAÇÃO/VALORES

********** Perfeccionista, possui padrões altos para si mesmo e para outros.
# ********* Muito curioso, desejo de saber.
# ******** Muito independente, autônomo, menos motivado por recompensas e elogios.
# ******* Procura verdades absolutas, busca por padrões, significado na vida.
******* Gosta de desafios, propenso a tomada de riscos.
# ****** Indignação frente a injustiças ou brechas morais, bom senso de justiça.
# **** Variedade de interesses, sobrecarregado com tantos interesses e habilidades.
# **** Fortes convicções morais, integridade, honestidade.
# **** Alto nível de motivação.
# ** Visionário, realiza visões, senso de destino ou missão.
** Adora idéias e discussões apaixonadas.
# Sinceridade.
# Aceitação de si mesmo e de outros.

ATIVIDADE

******* Alto nível de energia.
# ****** Grau de atenção alto, sustenta concentração em tópicos de interesse, persistente.
**** Não consegue parar de pensar, trabalha até a exaustão.
# *** Necessita de períodos de contemplação, solidão.
# Espontaneidade.

RELAÇÕES SOCIAIS

# ********* Questiona regras ou autoridade, pergunta questões embaraçosas, não-conformista.
# ******* Se sente diferente, fora de compasso com outros, senso de alienação e solidão.
# ***** Compaixão.
# **** Empatia, sente junto com outros, os ajuda a entender eles mesmos.

CONTINUANDO (E ESCUTANDO ELVIS)

Heylighen selecionou algumas citações relacionadas às características dos superdotados, vou colocar somente algumas, senão vai ficar repetitivo.

Características de Gênios Criativos

"Minha preferência pelo complexo as vezes me leva a ignorar a resposta simples;
Eu gosto de refinar e aprimorar a inovação de outros (N.d.T.: Concordo com essa citação, por mais que eu reclame, na faculdade, prefiro pegar o trabalho que outros do grupo fizeram e revisar e/ou acrescentar coisas, do que começar o trabalho);
Meu sistema nervoso é facilmente excitado, eu consigo discernir as pequenas mudanças em meu ambiente (aromas, mudanças na luz, etc.) ou detectar irritantes (etiqueta de roupa incômoda, etc.);
Eu fico extremamente perturbado com desigualdade, exploração, corrupção, e sofrimento humano;
Sempre me interesso por reforma social;
Eu tenho uma forte necessidade de 'fazer a diferença';
Eu posso e ignoro minhas próprias necessidades para o bem de outros."

Aqui Heylighen coloca as características com percentagem:

"99.4% Aprendem rapidamente
99.4% Têm vocabulário extenso
99.3% Têm memória excelente (*)
99.3% Têm bom raciocínio
97.9% São curiosos
96.1% As vezes são maduros para sua idade
95.9% Têm excelente senso de humor
93.8% Têm ótimo senso de observação
93.5% Têm compaixão por outros (N.d.T.: Os outros 6.5% são psicopatas?)
93.4% Têm uma imaginação vívida
93.4% Têm um alto 'span' de atenção
92.9% Têm habilidade com números
90.3% São preocupados com justiça
89.4% Têm facilidade com quebra-cabeças e legos
88.4% Têm alto nível de energia
88.3% São perfeccionistas
85.9% São perseverantes em suas áreas de interesse
84.1% Questionam autoridade
80.3% São leitores ávidos


(*)N.d.T.: Esse negócio de memória é super útil, eu particularmente acho que tenho uma ótima memória (modéstia, pela janela), minha mãe sempre me pergunta por que eu estudo para as provas ´na última hora' (muitas vezes literalmente), a resposta é porque assim eu lembro de tudo. Sério, praticamente tudo, na ordem em que está escrito no texto, as vezes fico com medo do professor achar que é cola. Isso é útil porque como os professores (a maioria) não estão nem aí se você compreendeu o que eles ensinaram, se você consegue formar um raciocínio lógico a partir do conteúdo dado, e sim se você consegue lembrar e colocar em um pedaço de papel, é isso basicamente que eu faço, porque, né, Deus nos livre de idéias originais no sistema de ensino superior.

Heylighen coloca a classificação das altas habilidades relativas aos pontos de Q.I.

115 e acima - Brilhante
130 e acima - Superdotado
145 e acima - Altamente superdotado
160 e acima - Excepcionalmente superdotado
175 e acima - Profundamente superdotado

Heróis

A parte 2 do post abaixo vem logo em seguida. Mas agora uma pausa para a mensagem de nossos patrocinadores...

Falando sério, este post é de cunho mais pessoal, mas, quis escreve-lo depois de ter lido e acho que já até postado que, se você possui altas habilidades, existem grandes chances de que seus pais também o são. E este post é para eles, meus pais. Eu sei que é incrivelmente clichê falar isso, mas, as pessoas que eu mais admiro no mundo são meus pais. Eles são os melhores pais do mundo, outro clichê, mas no meu caso é verdade. E se alguém quiser desafiar esta afirmação, eu exijo provas!

Eu sempre fui meio inconstante, desde pequena, perco a atenção muito fácil, começava coisas e não terminava. Se me pediam para fazer alguma coisa eu queria saber o por quê, por que eu tenho que fazer isso? Por que agora? Por que desse jeito? Eu enchia o saco até do ser humano mais paciente (possivelmente encho até hoje). Falar 'não' para mim não era fácil, eu exigia argumentos plausíveis, e mesmo com esses, era complicado. Eu o-d-i-a-v-a ir às aulas (algumas coisas não mudam mesmo), e era uma luta diária com meus pais para que eu não repetisse o ano por frequência (ou, pela falta desta). Cheguei a arquitetar e realizar uma fuga de uma excursão do colégio quando eu tinha SETE anos, eu e mais dois colegas saímos andando pela cidade inteira sozinhos durante várias horas, foi uma confusão fantástica, com direito até à polícia procurando a gente. Quando terminei o ensino médio eu não tinha ideia do que fazer, então decidi dar um tempo, fiquei dois anos fazendo coisas aqui e ali, mas nada de estudos.

Você acha que meus pais já teriam me colocado para adoção a muito tempo ? Não, nunca me pressionaram, sempre me apoiaram, sempre tiveram uma paciência comigo que Buda invejaria. Brigamos, como toda família, mas nunca nada sério. A opinião deles é a que vale mais, apesar de divergirmos em diversos assuntos, e se eles falam 'não' para mim é porque realmente não podem fazer o que peço, e não para 'não me mimar'.

Fui super mimada, e agradeço muito a eles por isso. Porque não fui 'mimada' no sentido pejorativo da palavra. Tudo o que meus pais podiam fazer para minha educação, lazer e afetivamente eles fizeram e fazem até hoje, sei que sacrificaram muita coisa por minha causa e jamais poderei agradece-los o suficiente por isso. Tentarei criar meus filhos da mesma forma, porque todos os aspectos positivos da minha personalidade e da minha vida eu devo a eles, e os aspectos negativos eles não conseguiram evitar, por mais que tentassem.

As personalidades do meu pai e da minha mãe são muito diferentes, aliás não podiam ser mais diferentes. O que eles têm em comum é um compasso moral sempre apontado para o que é correto, honesto e justo. Sempre tentaram me passar isto.

Meu pai tem uma inteligência voltada para o abstrato, para soluções inovadoras, se é para fazer alguma coisa ele faz na hora, e é um diplomata nato, sabe ler muito bem as pessoas e sabe ser político quando a situação pede, é mais intuitivo, mas é um pouco introvertido. O jeito com o qual eu lido com as pessoas veio do meu pai, ou pelo menos eu tento aprender com ele, ele sempre apoia minhas idéias malucas, e sempre quando eu ferro com alguma situação (o que acontece mais do eu gostaria) ele sempre faz uma 'mágica' e me ajuda a solucionar o problema.

Minha mãe tem uma inteligência bem mais racional, lógica, analítica, é extrovertida, não é nada política porque é idealista (o que eu amo nela!), e as coisas deveriam ser do jeito que deveriam ser, portanto ela não se coloca em papéis em nenhum aspecto de sua vida, e é extremamente perfeccionista. Ser idealista e perfeccionista hoje em dia é difícil e as pessoas te desapontam inúmeras vezes, é mais fácil, sempre, seguir o caminho errado, e zombar das pessoas que tem um caráter tão firme que dificilmente é alcançado, do que tentar fazer o certo. Minha mãe faz o certo, ela é uma pessoa genuinamente boa e que nunca passaria por cima de ninguém, por nada. São qualidades invejáveis e que poucas pessoas no mundo ainda possuem.

Eles se complementam perfeitamente, ao meu ver. São pessoas extremamente inteligentes, corretas, e bem-sucedidas. É neles que me espelho, e, espero ser, algum dia, um décimo do que eles são.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Problemas da superdotação - Parte 1

I´m back...

Então, achei um artigo de um professor belga, Francis Heylighen :

http://pespmc1.vub.ac.be/papers/GiftedProblems.pdf

no qual ele fez uma garimpagem pela web sobre as características mais citadas de pessoas superdotadas em sites especializados em altas habilidades. Ele colocou algumas entrevistas sobre o tema, e falou logo no início do artigo algo bem interessante: que as mulheres superdotadas são a parcela deste grupo que, normalmente, tem menos chances de atingir seu potencial devido ao fato de estas não se encaixarem no estereótipo nem das mulheres e nem de superdotados.

O autor também classificou as características que mais aparecem na web, proporcionalmente, com * e ainda tenta relacionar tais características com as de Abraham Maslow em sua teoria de 'self-actualization' (para qual, a tradução literal seria 'auto-realização', mas, aparentemente o termo utilizado em português é 'Teoria da hierarquia das necessidades humanas', se eu estiver errada, por favor, alguém me corrija. E para maiores detalhes da teoria de Marlow, bem, Google it, foi o que eu fiz). Heylighen tenta demonstrar que existe uma sobreposição entre as características dos superdotados e dos mais aptos dentro da teoria de Marlow. Ele segue dizendo que apesar de Marlow virtualmente ignorar as características cognitivas em sua teoria e enfatizar as emocionais e motivacionais, Heylighen diz que este 'overlap' das categorias comprova sua interpretação de que, para atingir a auto-realização são necessárias competências cognitivas e não somente satisfação. (Do que eu, pessoalmente e superficialmente, discordo, já que meu lema atual é 'Ignorance is bliss'.)

Então vamos para as características, repetindo, as de superdotação são marcadas com *, quanto mais asteriscos, mais aparecem listadas na web (o que não quer dizer que são factuais), as de Marlow serão marcadas com #. A propósito, eu sei que este blog já está cheio de listas de características de 'portadores' (sério?) de altas habilidades, mas esta é relevante para o objetivo tratado por Heylighen.

COGNITIVAS

# ********** Idéias incomuns e originais, criatividade, conecta idéias aparentemente não relacionadas.
******* Habilidades superiores de raciocínio, generalização, solução de problemas e alta inteligência.
****** Imaginação rica e vívida.
****** Vocabulário extenso, habilidade verbal, fascinado por palavras.
***** Aprende coisas novas rapidamente.
***** Excelente memória de longo termo.
**** Compreende conceitos matemáticos/científicos prontamente (N.d.T.: Ha!! Então tá...), compreensão avançada, perceptivo.
**** Leitor ávido.
*** Pensamentos complexos e profundos, pensamento abstrato.
** Sua mente funciona em faixas múltiplas, pensa rápido. (N.d.T.: Alguém tem o problema de falar na velocidade que pensa e ninguém entende nada porque 'você está falando rápido demais'? Chato isso...)
PERCEPÇÃO/EMOÇÃO
******* Altamente sensível.
# ******* Senso de humor excelente/incomum.
# ****** Altamente perceptivo, bom senso de observação.
# ***** Passional, sentimentos intensos.
# *** Sensível a pequenas mudanças no ambiente.
*** Introvertido.
# ** Consciente de coisas que outros não estão, percebe o mundo de forma diferente.
# ** Tolerância para ambiguidade & complexidade.
** Enxerga as coisas de várias perspectivas, vê muitos lados.
# * Tem capacidade para imaginar, se maravilhar, sonhar, como uma criança.
# Aberto à experiências.
# Aceitação de si mesmo e de outros.
N.d.T.: Este post é enorme, então será divido.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Autora M.I.A.

Opa! Então, sei que sumi, e que não tenho feito novos posts... É que eu estou com tanta coisa para fazer. E o problema de quando eu tenho muita coisa para fazer é que não sei por onde começo, não sei definir o que é mais importante, aí já fico pensando se essas coisas são realmente importantes, se realmente quero fazê-las, por quê eu tenho que fazê-las, quem sou eu, o que eu estou fazendo aqui, será que isso tudo faz sentido, etc.... Aí eu pego e não faço nada... Sério, meu cérebro desliga, eu adio tudo até a última hora, faço tudo sobre pressão (e na maioria das vezes é o único jeito sob o qual eu funciono), e fico ridiculamente estressada!

Tipo, são 2:30 da madrugada, e deveria estar estudando, ou fazendo um dos trilhões de trabalhos que tenho, ou mesmo escrevendo um post relevante neste Blog, e daqui a pouco minha mãe vai vir aqui e perguntar porque eu ainda estou acordada, e que eu já deveria estar dormindo e não deveria estar fumando, porque senão minha garganta NUNCA vai melhorar! E eu sei disto tudo... Mas a realidade é que eu estou assistindo filme, fumando horrores, e tudo de importante que eu tenho que fazer super vai ficar para amanhã... ou depois...

Uma vez meus pais colocaram uma revista com uma reportagem selecionada EM CIMA do meu travesseiro (tipo, para você realmente ler) falando sobre procrastinação, que de acordo com a querida Wikipédia é o ato de adiar uma ação. E a Wiki ainda avisa em tom profético que a "procrastinação crônica pode ser sinal de alguma desordem psicológica ou fisiológica". Sério? Porque então eu estou correndo sérios riscos de ser uma desordenada vitalícia porque meu lema sempre foi 'Porque deixar para hoje algo que você pode adiar para amanhã e não fazer nunca...?' Brincadeira (mais ou menos...)! Eu realmente adio as coisas até aquele ponto no qual eu fico maluca e deixo todos ao meu redor mais doidos ainda, mas eu sempre fazia as coisas, e até sentia um pouco de prazer masoquista em fazer tudo sob pressão. O problema é que de uns tempos para cá eu adio e acabo não fazendo nada, desnecessário dizer que isto vem causando mais do que alguns problemas...

Mas honestamente eu me sinto cada vez menos empenhada em fazer estas coisas que eu TENHO que fazer por obrigação. Desde pequena minha idéia de felicidade é não ter que fazer coisas que são de praxe devido à normas e convenções estabelecidas por uma sociedade completamente hipócrita e que nem sabe porque estabeleceu tais regras e as seguem pela própria definição de serem regras para possuir um contorno de algo que seja próximo do 'normal'. Porque God forbid que alguém fuja do normal... Mas enfim, devaneios de alguém que deveria estar dormindo...

Desculpem o desabafo, mas querendo ou não, Blogs são alguma forma pervertida de terapia. O ponto é que não abandonei o Blog, eventualmente vou fazer posts sobre o tema foco, e que se alguém conseguir fazer com que o dia tenha 48 horas serei eternamente grata.

BTW, Cláudia, vou te add no MSN, e você me deu uma idéia para um post sobre o negócio da avaliação, pedi ajuda aos meus pais, porque a primeira avaliação acho que foi quando eu tinha três anos, e assim que eles me responderem (porque sério, a situação está tão ridícula que tive que perguntar a eles por e-mail), eu faço o post.

terça-feira, 23 de março de 2010

O Blog...

Olá, primeiramente, fiquei muito feliz em ver que realmente têm pessoas lendo o blog (e até comentando!). Por favor continuem, não tenho tido muitos posts relevantes ultimamente, mas farei o possível para colocar alguns novos...

Outra coisa bem bacana, outros blogs sobre superdotação. O Paulo André Norberto passou o endereço de seu blog, que é muito legal: http://www.blueelevens.blogspot.com/, e nele tem links para outros inúmeros sites sobre o tema!

Como eu havia dito no início, faço algumas colocações pessoais entre os artigos que tentarei traduzir e/ou trazer para cá. Espero que tais opiniões não cheguem a alienar quem está lendo, hehehe...

Ando checando o gifteduniverse.com, mas parece que a Elisa não está fazendo posts novos... Deve ter perdido o interesse, normal... E andei revendo os posts que fiz até agora, e muitos têm errinhos de gramática, espero que vocês relevem isso, porque costumo escrever de madrugada, e honestamente rola uma preguiça enorme de corrigir agora...

No mais é isso, agradecer quem está lendo, e lembrá-los de que gostaria que isso aqui fosse um fórum, quem tiver informações, comentários e críticas, fiquem a vontade!

Obs: Reli o post "Burn Notice" e deletei, porque achei tudo que eu havia escrito extremamente idiota...

terça-feira, 16 de março de 2010

Lista...

Existem inúmeros sites com listas de características de crianças e adultos superdotados, então vou colocar uma delas aqui... Esta é de um site australiano, obviamente não sei se estas são comprovadas, e com certeza nem todas características se aplicam a todos os adultos superdotados. Algumas características repetem coisas que já mencionei neste Blog, mas... O site: http://giftedservices.com.au/adults.html

" -Perfeccionista e coloca altos padrões para si mesmo e para outros.
-Possui convicções morais fortes.
-É altamente sensível, perceptivo.
-Fascinado por palavras e é um leitor ávido.
-Se sente fora de sincronia com outros.
-É muito curioso.
-Tem um senso de humor não usual.
-É bom em resolver problemas.
-Tem uma imaginação rica e vívida.
-Questiona regras e autoridade.
-Tem idéias não usuais ou conecta idéias aparentemente não relacionadas.
-Adora desafios.
-Aprende coisas novas rapidamente.
-Tem uma boa memória de longo prazo. *(Acho que traduzi isso errado...)
-Se sente desorientado com tantas habilidades e interesses.
-Tem muita compaixão.
-Fica indignado com brechas morais com as quais o resto do mundo parece não se importar.
-Tem sentimentos passionais, intensos.
-Tem um alto nível de energia.
-Não consegue desligar o pensamento.
-Se sente impulsionado pela criatividade.
-Adora idéias e discussões calorosas.
-Necessita de períodos de contemplação.
-Procura por ???? na vida. *(As interrogações são por conta do site original)
-Sente um senso de alienação e solidão.
-É muito perceptivo.
-Se sente fora de compasso em relação aos outros."