segunda-feira, 19 de abril de 2010

Problemas da Superdotação - Parte 3

Continuando com o texto de Francis Heylighen, disponível em:

http://pespmc1.vub.ac.be/papers/GiftedProblems.pdf

Heylighen menciona as características de superdotação que podem gerar problemas na sala de aula (e, por minha conta, extrapolando, no ambiente de trabalho também, não que eu saiba na prática. A propósito, se alguém quiser contratar uma estagiária, juro que me comporto):

"Fica entediado com tarefas rotineiras;
Resiste à mudança de atividades ou temas interessantes;
É crítico de si mesmo e outros, impaciente com fracasso, perfeccionista;
É vocal quando discorda de outros, discute com professores;
Faz piadas ou trocadilhos que adultos não consideram apropriados;
É tão sensível emocionalmente e empático que adultos consideram uma reação desproporcional, pode ficar nervoso ou chorar quando as coisas dão errado ou não são justas;
Ignora detalhes, pode entregar trabalho 'bagunçado';
Rejeita autoridade, não se conforma, teimoso;
Domina ou se retrai em situações que requerem cooperação para uma tarefa;
É altamente sensível quantos a estímulos do ambiente, como luzes e barulho.

Estas reações de alunos superdotados ao ambiente regular de educação são normais somente dentro do contexto do entendimento do superdotado. Sem tal entendimento, estas podem ser utilizadas para rotular o aluno como possuidor de DDA/DHDA (Distúrbio de Déficit de Atenção; Distúrbio de Hiperatividade/Déficit de Atenção) ou distúrbios emocionais severos."

A Natureza Psicosocial e Intelectual da Superdotação Extrema
(Phillip M. Powel e Tony Haden, Roeper Review, Vol. 6, No. 3, Pag. 131-133. Fevereiro, 1984)

Os altamente superdotados são raros na população. Usando scores de Q.I. como um index superficial para analisar esta raridade, aqueles com Q.I. superior à 150 ocorrem 5-7 vezes em 10.000 pessoas. A literatura sobre este tipo de superdotação também é rara. Entretanto, tentativas de entender os altamente superdotados são valiosas porque podem nos ajudar a ajudá-los a alcançar seu potencial. Já foi relatado que quanto maior o nível de superdotação, maiores as chances de dificuldades de ajustamento psicológico e social.

CONTINUA...

5 comentários:

  1. Flávia, seu blog é muito interessante para mostrar o ponto de vista de pessoas com altas habilidades/superdotação já na fase adulta da vida. Recentemente defendi uma pesquisa nesta área e, se contribuir, segue a sugestão.

    http://cascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2933

    Um abraço,
    Bárbara

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    1. Estas características é o perfil de minha filha ela tem 20 anos, ela foi diagnosticada na fase de criança aos 7 anos. Só que ela vem piorando o humor dela, me fala cada uma, que fico abalada. Não sei o que fazer.Porque não quer fazer o tratamento. No teste dela tem risco de altista e imperativa.

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  2. Bárbara, li sua dissertação e fiquei bastante emocionada ao notar que educadores brasileiros começam a considerar a importância de desenvolver pesquisas a fim de identificar e contribuir para o desenvolvimento de detentores de altas habilidades. A literatura fidedigna predominante definitivamente não é nacional.

    Enriqueceu nossa produção científica e colaborou de forma decisiva para que o Brasil evoluísse e se movesse no sentido de identificar e tratar adequadamente ferramentas humanas com alto potencial para o desenvolvimento da ciência e produção/aplicação de conhecimento.

    De acordo com avaliação psicológica e psiquiátrica, possuo AH, mas é tudo tão recente que ainda estou na fase de buscar informação confiável e trocar experiências com afins. Fase de negação, dúvida, alguma frustração por não saber como lidar e/ou aplicar adequadamente o "produto" dessa característica e mais uma profusão de sentimentos que ainda estou em momento de discernir.

    É fogo!

    Flávia, seu blog é um bálsamo. Notei que faz algum tempo que não posta, mas mantenha este espaço de informação e troca. O idealizado e bem-sucedido fórum que norteou sua idéia inicial...

    Obrigada a todos os que contribuíram para que eu passe por este turbilhão mais conhecedora de mim, mais autoconfiante e me sentido menos uma estranha no ninho social que somos todos nós.

    Abraço.

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  3. Oi Flavia ! Aparentemente seu blog está abandonado mas sei que você receberá um @-mail informando do meu comentário. Existem muitos estudos sobre as pessoas superdotadas porque são elas que mudam o mundo, pela sua criatividade e capacidade. A maioria das pessoas faz somente cópias e segue scripts que lhes são impostos por alguém. No entanto, não basta ser superdotado: muitos se perdem pelo caminho, existe muita inveja, bulliyng e falta de orientação. Eu fui superdotado e somente descobri recentemente através da net (mais precisamente do site da CBN). Desde então passei a pesquisar sobre o assunto e cai aqui no seu blog. Minha vida teria sido muito mais tranquila se existisse a net na minha infancia/juventude. Bem, acho que ficará gravado meu @-mail para qualquer interesse de sua parte em conversar.
    Grande abraço !
    Marcos

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  4. Olá, eu tenho 11 anos e sou superdotada. Os problemas enfrentados são muitos. Como o bullying, dificuldades de socialização, conflitos com entes próximos, entre outros. Minha vida não é fácil, todos os meu colegas dizem que queriam ser como eu, eu sempre respondo que não, aliás só nós sabemos dos problemas que enfrentamos, independentemente de sermos superdotados ou não.
    Escrevo um livro e possuo um blog: www.ztends.com.br

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